segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Ego e Sentido

Ego. Será tão difícil de entender que nossa existência consciente não se estrutura como “coisa” ou fato do mundo? Somos seres, ou melhor, “locus”, através dos quais o mundo (coisas e fatos) se revela. Somos a particular maneira como o mundo se revela. A cada um, de um jeito. Somos “dotados de mundo”, somos consciência do mundo, posto que de nós mesmos. Consciência... eis o milagre e o drama! O que nos diferencia e apavora. O que nos dá tudo e, ao mesmo tempo, a percepção de que um dia perderemos tudo, inclusive a nós mesmos. Perder... a experiência do desvelar final.

Sentido. Buscamos sempre o sentido das coisas. As causas, as razões, os porquês. Queremos, precisamos de um sentido. Mesmo que saibamos que o último e verdadeiro e real sentido é exatamente o sem sentido. Decerto há religiões, crenças, ideologias, que tentam “ser” algum sentido. Felizes os que creem! O que torna essas ilusões tão atraentes é o sabor doce das suas premissas. Eu, talvez, tenha perdido a predisposição de sentir esse doce.

Enfim... hoje vamos com mais uma “banda-lake”... que eu conheço, é a quinta, ou sexta. Lowlakes. Absurdamente linda...


domingo, 7 de dezembro de 2014

JBM



Fim de semana e lá vou eu conversar nos fóruns. E descobrir coisas boas. Ao menos isso, nessa vidinha de bosta que teimo viver. Na verdade, não sou eu quem teima... mas, isso é conversa pra outro tipo de post. Falando em descobrir coisas boas, ontem me apareceu essa: Jesse Marchant, cantor, músico e compositor canadense. Comecei minha pesquisa básica pelo seu 3º álbum, que acaba de ser lançado. E que, ao contrário dos outros (Not Even in July, de 2010 e Stray Ashes, de 2012) vem assinado com seu nome e não como JBM, nome artístico com que ele iniciou sua carreira. Hum... interessante. Primeira música do álbum: Words Underlined... e eu já estava totalmente conquistado pelo moço! (rs)

Como descrever o seu estilo, as suas canções? Jesse é, definitivamente, noturno. Uma voz aparentemente sufocada, mas com uma textura apaixonante. O instrumental tende ao discreto, embora com toques perfeccionistas... e que não deixa que se perca a pureza e ingenuidade (sim, pode existir ingenuidade, mesmo no sombrio da noite) que também são marcas da sua voz. E tem as letras... a impressão que me passou foi a de ele deixa escapar, aos poucos, pedaços do seu mundo interior. Quedas, ausências, recomeços... é, acho que vou ter que usar novamente o adjetivo deslumbrante!

Em uma recente entrevista ele foi questionado sobre o abandono do seu “apelido musical”. Ao que ele respondeu algo como querer assumir de vez a responsabilidade pelos seus desejos, a clareza dos seus sentimentos... sei não. Mas, como não sou de levantar falso testemunho (rs), vou ficar apenas no âmbito da música em si. Realmente, em comparação com os álbuns anteriores (que são muito bons, diga-se de passagem), o seu trabalho atual reflete um amadurecimento, com sonoridades mais vivas, mais enraizamento! Acho que é isso.

Óbvio que escolhi Words Underlined para ilustrar o post. É uma música contida... dor dilacerante, angustia, tristeza, tudo contido, lindamente contido. Eu sou tão assim também...


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Ode ao Amor Morto

Era uma vez uma sexta-feira. Como tantas outras. Várias. Muitas. Deitados, nós dois, cansados da semana, cansados, suados, tarde, seu rosto no meu peito, meus dedos nos seus cabelos... por que era assim? Por que tinha que ser assim? Sempre. Amor. Sempre... porque desde o início era um caminho mais forte do que nós. E que nos obrigava, visceralmente, a caminhar apenas por ele. Mesmo que não houvesse um final de trajeto tão claro, um ponto que se pudesse vislumbrar como de chegada, mesmo assim sempre estávamos lá, caminhando.   

- Você precisa ir embora já?
- Hoje não. Ela está na casa da mãe, com as meninas. Acho que vão dormir lá.

Acendemos um cigarro. Alguns instantes de completo silêncio. Aos poucos, onde antes havia apenas o desejo, a razão começa a voltar. Quase sempre era assim. Não era um sentimento ruim, de culpa pelo que sentíamos um pelo outro. Não, não era isso. Há tempos não havia mais dúvida que nos amávamos.

- Posso te fazer uma pergunta?
- Se eu puder responder...
- Até quando vai ser assim?
- Assim como?
- Assim... a gente, nós assim, aqui, num motel. Amanhã e depois, tendo cuidado se der saudades e tiver que falar com você, na sua casa. Até quando vamos ser “amigos”?
- ... não sei.
- Nem quer pensar a respeito?
- E você acha que não penso?!
- Tá. Desculpe...
- Quando estou em casa, dormindo com ela, me sinto tão canalha!
- Sei como é. É disso que eu falo. Até quando continuaremos com isso?
- Será que estamos fazendo tudo errado?
- Errado o que? O que sentimos?
- Não o que sentimos! Errado, estar enganando, traindo...

..........

Tragédia. Do grego: tragos (bode) e odé (canto), tragosoiodé, literalmente “canto dos bodes”. Narrativa dramática da Grécia antiga, cuja origem, muito provavelmente, remonta aos cânticos religiosos em honra ao deus Dionísio (Baco, para os romanos). No formato clássico, a marca essencial da tragédia está em que os protagonistas centrais sabem, ou intuem, desde o começo, o final triste que encerrará o episódio.

Luta contra o destino? Cegueira da razão? Punição?

12 anos atrás. Não 12 horas, ou 12 dias. Vivíamos, existíamos, na integridade de todos os aspectos de nós mesmos. Éramos o sombrio e o luminoso, o alegre e o doloroso, o desfalecimento e a exaltação. Criação e destruição. Acreditávamos numa inocência, sem considerar o mal e o sofrimento possíveis. Éramos assim, eram assim as coisas entre nós. Alternância de êxtases e lucidez. E que terminou... não vale a pena lembrar de tudo.

Objetivamente: num dos momentos de maior coragem, que eu jamais supus possuir, ele se acovardou. Simples. Era direito dele. Hoje eu sei e entendo. Era o ponto de inflexão da nossa tragédia. Daí por diante, todos os sonhos, os nossos, aqueles sussurrados, sôfregos, abertos, aqueles em que mergulhávamos em nossas profundezas, todos viraram fumaça! Pó.

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10 anos

No fundo do café, quase não o reconheço. Está mais magro, os cabelos começam a ficar grisalhos. Os olhos... aqueles que (ainda hoje não sei), me tornaram refém desde o primeiro instante em que os fitei... os olhos dele estão, apagados, sem brilho. Ou seriam os meus, que não brilham mais ao ver os seus?

Antes de me sentar à mesa, diante dele, pensei em várias coisas, nas várias reações que eu poderia ter. Ou naquelas que eu precisaria ter. Como sempre, de nada valeram meus pensamentos. Tudo acabou sendo no fluir natural das sensações e do instinto. O que eu senti? Raiva? Pena? Saudade? Vontade? Nada! Pó.

Foi a última vez que o vi. Pelo menos tão perto que, se eu quisesse, poderia tocá-lo.

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2 anos

- Lu... tudo bem? Pode falar um pouquinho?
- Tudo. E você?
- Desculpe... eu só queria ouvir a sua voz...
- E aí, como estão as coisas?
- Eu parei aqui no ponto. O movimento tá meio fraco essa hora. Acho que não te contei... to trabalhando com taxi agora...

(Eu devo ter ficado alguns segundos... longos segundos... pensando: é, o destino não está sendo muito bom com nenhum de nós!)

- E você? Tá trabalhando?
- Por enquanto, só com algumas aulas. Complicado, né!
- Você mora no mesmo lugar?
- Não

(Pensando bem, até que o destino foi menos mau comigo...)

- E as suas meninas?
- Ah, já casaram! Sem netos, por enquanto...
- E a...
- Quase nunca nos vemos. Só quando calha, na casa de uma das meninas. E você?
- Tudo bem. Continuamos muito amigos. É muito forte a nossa ligação. Se não acabou naquela época... acho que vai até o fim, agora.
- Bom...

(Silêncio. Por dentro, não tem como, algo se remexe em mim. Dizem que certos vírus, mesmo depois de debelados, não se sabe bem se pelos anticorpos, ou se pela marca sorológica, ainda podem, depois de muito tempo, manifestar algum sintoma. Será? Não creio. Não quero crer.)

- O meu número ainda é o mesmo... pensei... quem sabe alguma hora podíamos tomar um café...
- Pode ser. Qualquer dia marcamos.
- Bem, era isso. Só queria te ouvir. Tem horas que... é tão difícil... você tá bem?
- Sim, tranquilo!
- Tá bom então. Posso esperar uma ligação sua?
- Quem sabe... boa sorte aí!

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“O amor nunca morre de morte natural. Ele morre porque nós não sabemos como renovar a sua fonte. Morre de cegueira e dos erros e das traições. Morre de doença e das feridas; morre de exaustão, das devastações...”   

(Anaïs Nin)




terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Five Dances



É um filme absolutamente simples, cujas cenas (as mais marcantes) se passam dentro de uma academia de dança em New York. Os cinco personagens (2 rapazes, 2 garotas e o diretor/coreógrafo) são dançarinos, que chegam cedo e saem bem tarde, pois estão preparando um programa de 5 peças musicais para uma apresentação futura. Penso que a intenção do diretor (por sinal, muito bom!), Alan Brown, é discutir, nesta única locação (óbvio que também deve haver restrição orçamentária, né), sobre pequenos dramas humanos: amores (homo e heterossexuais), amizade, relações familiares conflituosas, e por aí vai...

E temos o núcleo central do filme: Chip (Ryan Steele), 17 anos, vindo do interior, infantil por vezes, ingênuo, nenhuma experiência amorosa, aparentemente frágil e Theo (Reed Luplau), um pouco mais velho, mais “vivido” (se é que me entendem... rs) e que, a princípio, resolve “atacar”, um pouco intempestivamente, o manjar de coco, quer dizer, Chip (rs). Pode haver enredo mais simples? E, no entanto, a beleza do filme está justamente na calma em que se desenvolve essa estória de amor entre os 2 personagens. Ao invés de explorar a premissa amorosa rapidamente (como se faz  na maioria dos filmes gay), em Five Dances o que vemos é uma comovente descrição da personalidade dos protagonistas e de seu envolvimento. Adorei!

A trilha sonora é um caso à parte... pra desmanchar os corações mais empedernidos! (rs) Juntar Gem Club e Scott Matthews, numa tacada só, é covardia, ao menos pra mim que amo de paixão as suas músicas! Não poderia haver trilha mais adequada para as 5 danças que se ensaiam ao longo do filme. Só por isso, já valeria. Mas, ver um amor sendo construído no lento ritmo das singelezas, é bom demais também!

Pra dar uma ideia da vibe que rola no filme, editei esse vídeo... com algumas mudancinhas! (rs) Na sequência das cenas e na música tema do pas de deux dos lindinhos. Achei que 252, do Gem Club, era o que a cena pedia. Gostei do resultado!


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Quando o Filhote Tem Pedigree



What a Terrible World, What a Beautiful World é o ultimo álbum do The Decemberists, banda indie/folk do Oregon (USA), liderada pelo cantor, músico e compositor Colin Meloy. Ao que consta, esse álbum será lançado em janeiro de 2015. Er... já acabou 2014? (rs)

Eu diria que não é um daqueles trabalhos exuberantes, marca registrada da banda. Talvez fosse melhor dizer que algumas músicas são maravilhosas, enquanto outras apenas boas. As letras de Meloy continuam lindas, sofisticadas, vocabulário difícil (ao menos pra mim) e a instrumentação, como sempre, muito bem cuidada. O diferencial em relação ao álbum anterior (The King is Dead, de 2011) é que eles estão menos folk e mais pop, mais, ou menos isso... (rs)

Ah, o título do post: pra quem acha que Nick Mulvey é filhote de Nick Drake (será pelo fato de ser Nick?), vamos exemplificar com essa música lindíssima, Lake Song. Especial atenção ao “diálogo” entre piano e violão e à divisão melódica, marcas legítimas da descendência “drakiana”, ostentadas por Nick... ops, Colin... (kkkkk)


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Minha Música, Nossa Música

Bacana quando “a” música é Maybe I’m Amazed... dá pra “sentir” o que é, como é. Talvez se eu tivesse, hoje, um amor, talvez fosse assim. Esse medo, habitante dos limites entre o agora, o pra sempre e o que pode passar... vontade de não deixar que passe! Entendo exata e perfeitamente!

Eu (nós, nas minhas 2 oportunidades) não tive, oficialmente, “essa” música. Logo eu, um ser musical por excelência! Pode ser marca do meu egoísmo. Ou esquisitice do gosto (rs), particularidades de um mundo só meu, impossível de ser partilhado, mesmo pela via do amor. Pode ser. Muito triste se for.

Quando conheci o Fernando eu só pensei em uma coisa: mocinho interessante pra cama! Tá certo que logo percebi o preconceito envolvido na questão. Um formando em filosofia e um estudante de letras, o que poderíamos ter em comum além da atração física? Com o passar do tempo, das conversas (sem rolar cama, era o que restava... e foram meses a fio! rs), eu fui aprendendo a conhecê-lo, aprendendo a armazenar, todo dia, um sopro que fosse, mas que, se não existisse, faria falta. Aprendi que cuidar era bom, que adivinhar um pensamento era, quase sempre, a garantia de ganhar um sorriso e que sentir saudade era também uma forma de estar próximo.

Uma noite, após uma aventura maluca (história longa, até já escrevi... outro dia, quem sabe, reescrevo por aqui), ficamos sozinhos em sua casa. Com os pais viajando, éramos apenas nós, no quarto dele. Eu já sabia que tínhamos uma preferência musical em comum, Pink Floyd. Ele estava bem nervoso e eu, por incrível que poderia parecer, não forcei minimamente a “barra”. Na vitrola (que coisa!) ouvíamos Atom Heart Mother, seu álbum predileto. Deitados na cama, entre meus braços, ele falava, falava, falava (consigo ouvir agora) e o falar poderia ser resumido a apenas uma palavra: medo. Aquele medo que eu descrevi acima. Mal sabia ele (ou sabia?) que, quando esse medo se instala, é que antes, bem no fundo do coração, o amor já se instalou.

Mesmo que não nominada, essa é (foi) a “nossa” música. Guardada em minha memória, sons, gostos, umidades, gemidos, claridade que se sobrepõe (e se anula) a todo significado do que fomos naquela noite e em várias outras. Nossos sentimentos, nossos desesperos, nossas buscas, encontros e desencontros, os tenho todos em mim ainda, em minha pele, cicatrizes inexoráveis da nossa intensidade.


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Falta Muito Para a Páscoa?

E chove desde ontem em Sampa. Maravilha! Se bem que pouco irá aliviar a gigantesca draga que nos espera para o próximo ano... será que dormir sem tomar banho é agradável?

E tem gente que enfrenta trânsito, fila, aperto, atraso do cantor (tava assim, meio mocorongo... eu achei! rs), chuva e diz que gostou. Se bem que... Hey Jude, do ladinho do beloved...

E tenho aula na sexta e no sábado. Enroscado com as apresentações aqui. Ando meio down, sem pique, só de imaginar as caras de cuiú daquele bando de... Se bem que, pensando bem... tão bonitinhos, principalmente o pessoal da sexta, que vão direto do trabalho, vestidos de branco (ao menos o jaleco). Como diz um amigo, pode ser fim do dia, cansados de atender, mas sempre passam a imagem que acabaram de sair do banho. Será que no final da aula rola um happy hour?

Vamos ver se, ouvindo a minha seleção de músicas favoritas (seção lenta/meditativa), a coisa anda. Eu já falei que adoro o Sufjan Stevens? Nessa seleção tenho 4 canções dele... menos apenas que o Nick Drake. Olha o nível do gostar! (rs)

The Predatory Wasp of the Palisades Is Out to Get Us… quando as memórias dominam as sensações! Música com cheiro e gosto de passado. Saudade que vai (porque pode ir) além da melancolia...


sábado, 22 de novembro de 2014

Beta Radio



Para tudo! Hoje, meio que do nada, fiz a descoberta da década! (rs) Estava conversando (melhor seria dizer tentando conversar, que meu inglês é strikingly poor... rs) no meu fórum de música indie/folk, quando um gringo (pelas minhas observações, ele garantia que seria do meu gosto) me indicou essa banda: Beta Radio (de Wilmington, Carolina do Norte). E lá fui pesquisar pra ver se o carinha conhecia meu estilo musical...

Eu já devo ter usado alguns adjetivos pra classificar algumas descobertas musicais que me agradaram muito... delicinha, lindo, ótimo e por aí. Hoje terei que inaugurar um novo: DESLUMBRANTE! Eles conseguem imprimir uma sonoridade às suas músicas que impressiona! Mistura de folk, country, pop, além de vocais belíssimos, letras que são verdadeiras poesias. Amei de paixão, simplesmente!

PS: Escolhendo as músicas para compor a minha seleção das “favoritas” e... dos 2 álbuns e 3 EP’s, apenas 2 músicas ficaram de fora. Impressionante!


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Refúgio

Feriadão, emenda, 4 dias de suplício e martírio (pelo menos 1 já passou, rs)... amanhã promete! Nessas horas eu sinto uma saudade imensa do tempo em que eu podia “pintar e bordar”, sem a necessidade de me preocupar com nada. Como dizem os meus amiguinhos do além, deve ser uma fase de expiação... só não dá pra saber se é a última da série.



Deixando de lado as lamúrias, passei a minha tarde pesquisando um pouco mais sobre All The Luck In The World, essa banda indie/folk irlandesa já comentada por mim há alguns dias. Com uma história profissional super curta (Neil Foot, o vocalista lindinho, sugeriu a formação da banda no final de 2011), o seu primeiro álbum, gravado na Bélgica e Alemanha, (olha a loucura!) já chega com as melhores críticas possíveis. Eu, particularmente, adorei todo o conceito desenvolvido pelas músicas. É uma mistura da típica melancolia irlandesa, associada a toques de música incidental, folk, além de letras belíssimas, sei lá, difícil definir. Talvez porque o mais importante seja o sentimento que eles provocaram em mim.

E como eu estava inspirado, aproveitei algumas imagens da minha última viagem por Dublin e adjacências (cof, cof, cof... rs) e editei esse vídeo, guiado apenas pelos meus sentidos. Fiz um “2 em 1”... o vídeo se inicia com Low Beams, incidental, acústico, sem voz e, na sequência, vem a maravilhosa Haven. Gostei do resultado! (rs)

PS: Gente! Essa voz do Neil... não consigo dizer o que está provocando em mim! Sabe quando se ouve uma voz mais de 30 anos depois? I’m tied to you... acho que é isso...


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Im Telech

A pedidos (rs), mais uma linda canção do Idan Raichel. Apesar de mais “swingada”, o lirismo, o amor, a beleza, tudo está presente nessa que é uma de suas músicas mais famosas. Basta sentir o clima em que a plateia se manifesta, numa onda de pura energia.

A letra, como sempre, simples e profunda ao mesmo tempo... uma delícia de se ouvir!


domingo, 16 de novembro de 2014

All The Luck In The World



Tenho sorte com minhas descobertas musicais. Eu conheço vários fóruns de música... 2 me são particularmente caros (rs): um em que se discute sobre música lá da “terrinha santa” e outro sobre música irlandesa. Aliás, tenho um “fraco” (bem dos fortes!) por irlandeses. Não sei o que acontece... vidas passadas? Foi através desse fórum irlandês que eu descobri o Damien Dempsey, talvez a minha maior “paixão recolhida” dos últimos tempos (rs). E hoje surgiu essa banda: All The Luck In The World. Amor à primeira ouvida!

Foi uma dureza conseguir o primeiro (e único) álbum lançado há 3 meses. Não saberia dizer o que me encantou tanto em todas as músicas, uma melhor que a outra. Eles são muito jovens, ainda carentes de técnica, mas, sei lá, adorei tudo! A única coisa, nesse momento, que pode definir o que sinto é: eles me comoveram!

Depois pesquisarei mais e, com certeza, escrevo um post mais abrangente.


Pra Acabar Com o Pequi de Goiás

Sem mais...


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Acaso ou Destino

Eu acredito que sempre existe uma nuvem de possibilidades (mais ou menos casuais) e que, por nossas ações (pensadas, ou impulsivas), criamos um caminho... e que nem é tão demarcado assim. Talvez também uma nuvem de caminhos possíveis. Ora estamos em um, ora em outro, por vezes paralelos, outras vezes sinuosos, contraditórios...


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Luke Sital-Singh



Com apenas 2 anos de carreira musical e depois de 3 EP’s, esse cantor e compositor inglês (tão lindinho! rs), Luke Sital-Singh, acaba de lançar o seu primeiro álbum, The Fire Inside. Com uma voz, ora trêmula, ora firme, como a de um trovador, e fortemente influenciado por Bob Dylan (por vezes lembra também Damien Rice), suas canções unem a doçura e a tristeza em doses bem exatas.

Posso estar enganado, mas, pela densidade das letras, pela riqueza melódica presente em todo o álbum, acho que ele vai longe.


sábado, 8 de novembro de 2014

Eu Te Amo Porque...



Como faz um tempo que não edito um vídeo todo lindinho (rs), hoje vamos com esse mix de cenas do filme Do Começo ao Fim, com trilha sonora do Luke Sital-Singh (outro dia faço um post com mais informações a respeito desse não menos lindo cantor e compositor inglês).

Apesar de ser um dos filmes brasileiros com temática gay mais “badalado” fora do Brasil, por aqui as críticas que já li costumam ser bem antagônicas. Entre os que odeiam o filme e os que adoram de paixão, fico no “meio termo”... apesar do enredo trágico (ou seria inverossímil?), não podemos negar as boas atuações do Rafael Cardoso (Tomaz) e do João Gabriel Vasconcellos (Francisco), o casal protagonista, pelo que consta, ambos heteros. E não podemos esquecer a fotografia belíssima, a ousadia da abordagem e cenas muito lindas, como essa que inicia o vídeo.

O diálogo que compõe a cena, aliás, daria um belo tema para discussão, algo como as “razões do amor”. Embora possa parecer um pouco paradoxal (em geral não associamos razão e amor), penso que todos os que amam (ou amaram), de certa forma se confrontam com essa questão, que gira em torno dos porquês da existência desse sentimento entre os amantes.

“Eu te amo porque você poderia amar qualquer outra pessoa, mas, mesmo assim, você me ama.”... essa é bem legal, não?!



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Quando Até Os Rios Precisam Ter Fim



Previsto para ser lançado no próximo dia 10 de novembro, The Endless River, 15º álbum de estúdio de uma de minhas bandas/dino favoritas (Pink Floyd)... uma mistura de sentimentos agora ao ouvir...

O álbum anterior (The Division Bell) já estava naquele tom “quase passado do ponto”. Novamente sem Roger Waters e cada vez mais com o jeitão David Gilmour de ser (até que ponto a vibe espacial pode trazer novidades?), o que está passando por minha cabeça é, provavelmente, uma mistura de nostalgia e pena, além de tristeza. Como é triste ver que os caras que produziram o mais brilhante álbum da história da música pop/rock internacional (me refiro, obviamente rs, a The Dark Side of the Moon), ou melhor, os 3 que restaram, não conseguem perceber quando é hora de, simplesmente, parar!

Duvido que algum novato, desconhecedor do trabalho do Pink e que começasse a ouvir sua discografia na ordem inversa da cronologia, conseguisse chegar até meados da década de 70, onde eu (e um zilhão de pessoas nesse mundo) nos deleitávamos logo aos primeiros acordes de Speak to Me!

Enfim, quem sabe alguma das músicas atuais poderá ser aproveitada em algum filme cosmos-deprê que, de vez em quando, aparece por aí...

Hora da saudade: Us and Them


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

E Continua a Seca em São Paulo



Como amplamente noticiado, a seca aqui em Sampa tá brava! Já naquela fase de chamar urubu de meu louro, entende? (rs) Eis que na segunda-feira a meteorologia “combinou” que haveria chuva da boa na terça... com direito a exaustivas preliminares, entrada triunfal, vale a pena ver de novo, etc, etc, etc...

Precavido como sempre, me abasteci de gêneros de primeira necessidade (vide acima! especial atenção para o “warming” e o “XG”... será que serviria?! kkkkk), fora exercícios de aeróbica, meditação tântrica, preparação do cajado hebraico e outras coisinhas mais. Sabem no que deu? Lembram do resultado de Brasil e Alemanha na Copa? Basta diminuir 2 gols para o escrete germânico! (kkkkkk)

Isso não se faz! Ainda mais em família, nzé!


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Caracóis Na Chuva



Depois de ler bons comentários em alguns fóruns, resolvi assistir esse filme lá da “terrinha”: Snails In The Rain. Temática gay, um diretor que eu não conhecia (Yariv Mozer) e um badalado ator (affe!), Yoav Reuveni, que nunca ouvi falar (daqui a pouco escrevo mais sobre esse... esse... esse... deus hebreu! rs). Tirando a sequência final, de um poder brochante jamais visto na história do cinema mundial, o desenvolvimento da estória é muito interessante.

Estamos em 1989... Boaz é um estudante de linguística, que espera pela aprovação de uma bolsa de estudos, para iniciar o seu mestrado em Jerusalém. Ele vive com sua namorada, Noa, em Tel Aviv. Certo dia, ele começa a receber cartas de amor anônimas de um admirador. Apesar de achar engraçado no começo, ele logo nota que o escritor das cartas, além de ser uma pessoa culta, é alguém que sabe muito sobre sua vida pessoal. A partir daí, todos os homens que cruzam seu caminho diariamente viram suspeitos. Basicamente é isso. (rs)



Agora, o tratamento visual dado pelo diretor às cenas (muitas em flashback, do tempo em que Boaz servia ao exército de Israel) é deslumbrante! Um jogo de claro/escuro, quase barroco... fora que é impossível desprender os olhos desse Boaz dos sonhos. Aliás, o diretor passa o tempo todo “lambendo” o carinha com a câmera... assim como todos os homens que passeiam por sua vida. É um filme (judeu, lembra?) carregado de desejo, sensualidade, culpa e por aí vai... além de um festival de homens lindos!

Será que uma passagem pra Israel é muito cara? (kkkkk)


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Lo-Fi

Na origem (década de 80) era um estilo musical em que eram usadas técnicas instrumentais meio toscas na gravação das músicas, quase sempre em decorrência de limitações financeiras por parte dos artistas. Com o tempo, foi incorporado por muitas bandas/cantores, a maioria trilhando pelos caminhos da música experimental. O que não quer dizer que toda música experimental seja lo-fi... (rs)

Muitas bandas produzem algum trabalho nesse estilo em dado momento de sua trajetória... o que não quer dizer que tal banda possa ser classificada como lo-fi. Exemplo: os Titãs, no álbum Tudo ao Mesmo Tempo Agora.

Embora não seja um tipo de música pelo qual eu morro de paixão, de vez em quando, pra dar uma acalmada nos ouvidos, não deixa de ser uma boa opção.



Não vou exemplificar com os “figurões” do lo-fi (Elliott Smith, Beck, Midlake, Animal Collective, etc.)... vamos com essa minha descoberta da semana: Deptford Goth (affe! rs), o projeto musical de Daniel Woolhouse, músico, cantor e compositor de Londres. Muito bom... além de ser um lindo! Ando nessa “vibe” homem de barba... será que Freud explica? (rs)


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Até Encontrar o Amor

A partir de sua primeira grande aparição no mundo da música, em 2008, através do Idan Raichel e seu famoso projeto musical, Amir Dadon (16/11/1975... beleza de idade, né! rs) se transformou numa referência em Israel. Quer pela voz grave, forte, quer pelas letras, ao mesmo tempo simples e profundas, atualmente ele é um dos cantores com agenda mais cheia lá na terrinha.

Já foram 3 álbuns lançados. Do último (maravilhoso!), escolhi essa canção, uma de minhas favoritas. Como disse um amigo para quem já mostrei o vídeo, a letra é quase uma conversa, procurando passar ânimo e confiança para todos os que procuram o amor. E pra quem começa a se cansar dessa busca, ou ainda sente que o tempo está passando, enfim... a mensagem é justamente esquecer o tempo, deixando tudo fluir simplesmente.

Tá... no meu caso não se aplica! (rs) Ou se aplica ao reverso? Isso que dá a gente encontrar o amor tão cedo a ponto de não perceber que encontrou...


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Horse Feathers – So It Is With Us



Well… para essa segundona de relativa calmaria (rs), vamos com o último álbum do Horse Feathers. Essa banda indie/folk do Oregon, apesar de não fazer tanto sucesso, está entre minhas favoritas no gênero. Pra quem curte um bom e correto folk, esse álbum está muito bem gostoso de se ouvir!


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Essa Terrinha Santa...

Sábado, no café do CC Itaú, acompanhado de Paulinho (rs), um de nossos assuntos girou em torno de um aspecto extremamente contrastante na cultura judaica: o de como o pessoal da terrinha santa encara a homossexualidade. Aliás, alguns kipás desfilavam pelo ambiente... nada que me chamasse à atenção, diga-se de passagem. Se bem que... (rs)

Interessante como em um ambiente religioso onde grande parte da população é absolutamente conservadora no que tange à sexualidade em geral e, portanto, muito mais em relação à homossexualidade, outra parcela convive de forma bem tranquila, a ponto de Tel Aviv ser vista como a capital gay do oriente médio. De tudo o que já pesquisei, fica evidente que a comunidade gay tem força, é respeitada e costumam ser raros casos de homofobia.

Em especial no ambiente musical, encontramos coisas que, a meu ver, são inimagináveis, por exemplo, quando pensamos em termos do mundo ocidental, ou mais especificamente nos países de cultura latina. Onde seria possível vermos cantores assumidamente gays, cantando músicas com temática abertamente gay e tendo um enorme sucesso entre a juventude, independente da orientação sexual?

Para ilustrar (rs), vai um singelo vídeo. Ivri Lider (com kipá, sem kipá, tanto faz! rs) e Aviv Geffen, dois ícones da música pop israelense. É, ou não, um espanto?!


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Sin Fang



Hoje, dando sequência aos posts dedicados à música... er, “exótica” (rs)... vamos comentar um pouco sobre Sindri Már Sigfússon, cantor, músico e compositor indie islandês, mais conhecido como Sin Fang (na verdade esse é o nome do seu projeto musical).

Após deixar, em 2008, a banda Seabear, formada em 2003, lançou seu primeiro álbum (Clangour), numa “vibe” intimista, voz/violão. Nos trabalhos seguintes (Summer Echoes, de 2011 e Flowers, de 2013) foi aumentando progressivamente a instrumentação e desenvolvendo arranjos mais grandiosos, através de uma gama mais diversificada de experimentações vocais e sonoras, que, por vezes, chegam a lembrar Sigur Rós, embora mais “preso” ao pop, com pitadas do folk tradicional islandês.

Influenciado por Elliott Smith e Nick Drake (mais um... rs), Sin Fang produz um jogo interessante entre sonoridade e melodia que nos transporta, de forma bem agradável, para um mundo onírico. Aliás, não sei se é uma predisposição minha, mas, tudo o que vem da Islândia me passa essa sensação. Será culpa da Aurora Boreal?

Ah, ia me esquecendo... dizem (rs) que tem “gayzismo” na parada... bem provável.


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Um Pouco Mais Sobre I Forget...

Depois de ouvir umas trocentas vezes (rs), acho que posso falar um pouco mais dessa beleza produzida por Ben Howard. Com apenas 27 anos, 3 após sua estreia, ele já é um cantor e compositor maduro, a ponto de podermos reconhecer sua “personalidade musical”, mal começam a soar os primeiros acordes de qualquer música desse álbum.

Eu poderia falar sobre a técnica musical que se aprimorou, das letras (esse é um álbum “dor de cotovelo” daqueles! rs) que, simplificadas em sua métrica, ganharam uma profundidade impressionante... ou, talvez, de uma certa semelhança (em espírito apenas) com Jeff Buckley... mas, definitivamente, eu não passaria nem perto da experiência de ouvir suas canções.

PS: Sobre a semelhança com Jeff, espero que seja apenas algo etéreo (rs)... lembrando que ele, infelizmente, desistiu de tudo aos 30 anos de idade...  


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

I Forget Where We Were



Depois de 3 anos, saiu o novo álbum do Ben Howard. Ouvindo agora... Só consigo pensar em uma palavra: maravilhoso! Grande chance de ser o melhor álbum de 2014!


domingo, 12 de outubro de 2014

Roo Panes



Vasculhando aqui e ali em busca do novo álbum do Ben Howard (que será lançado oficialmente no próximo dia 20), acabei por conhecer esse cantor e compositor indie/folk inglês: Andrew "Roo" Panes (08/06/1988). Como era previsível, “paixonei” imediatamente! (rs)

Desde 2011, quando iniciou sua caminhada profissional, apesar de ter lançado 3 EP’s e de participar de vários festivais, faltava a consolidação através de um álbum totalmente autoral, lançado agora. Little Giant, seu álbum de estreia, está sendo muito bem recebido pela crítica e pelo público inglês. Olha, vale a pena! Lindo demais!

Uma rápida pesquisa sobre a carreira do rapaz e entendi porque gostei tanto... ele tem como principais influências musicais Sufjan Stevens, Bob Dylan e... Nick Drake. Preciso dizer mais nada, né!


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Sonhos dos Outros

Mais uma maravilha do Idan Raichel. O vídeo faz parte do show mais recente de Idan em Tel Aviv. Ele está com um visual novo (foram-se as madeixas, que eram sua marca registrada), uma banda “reforçada” por mais músicos, enfim, arrasando!

Essa música, diferente da maioria de seus sucessos, tem um toque “tribal”, quase ritualístico, além de uma letra forte, provocante, que percorre as dúvidas que, quase sempre, passeiam em nossas mentes. Muito bom!

PS: Especial atenção para os 3 “corneteiros” (rs) da banda... coisas mais lindas!


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Vance Joy



Ouvindo o álbum de estreia (Dream Your Life Away) do cantor e compositor indie australiano Vance Joy (James Keogh – 01/12/1987). Voz e estilo musical muito parecidos com o do Charlie Fink (Noah and the Whale). Gostando muito!


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Gotas

Acordei com essa música na cabeça. Não lembro, acordei muito cedo, um pouco angustiado.

Aviv Geffen. Gosto demais dessa música, repleta de símbolos, nuvens de lembranças. Inconsciente se liberando, através de uma conversa franca que, no caso dele (e no meu também), nunca existiu na realidade. Não deu tempo. Uma pena.


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Poets of the Fall



Voltando à nossa programação usual, hoje eu gostaria de falar um pouco sobre essa banda indie/rock da Finlândia: Poets of the Fall (POTF, como é também conhecida). Formada em 2002, passou a ser conhecida através da música Late Goodbye, que serviu de trilha sonora de um jogo eletrônico (The Fall of Max Payne). Ao que consta, o jogo não foi lá um grande sucesso, ao contrário da banda, que decolou em sua carreira, com o lançamento do primeiro álbum no mercado internacional, Signs of Life, em 2005.

Com uma sonoridade que eu gosto de localizar nos limites entre o rock alternativo (por vezes quase um heavy, rs), do pop romântico e do punk deprê (affe!... só em algumas passagens), sua marca registrada é a belíssima voz do compositor e vocalista Marko Saaresto, um barítono no rock, coisa mais linda! Vale a pena dar uma conferida...


domingo, 28 de setembro de 2014

Lex Medlin, Sam Amidon e Eu

Sábado à noite. Íamos conhecer a casa nova de uma prima. Mas, aos costumes, ela teria que dar uma passadinha (conheço e detesto esse tipo de pit stop!) na casa da amiga x, para entregar o trabalho y, coisa de 15 minutos... hum, rum!

“- Seguinte: eu fico aqui, vou à farmácia e depois tomo um café na loja de conveniências (que eu adoro!) e você me pega quando voltar.”

Essa loja fica num posto Shell, enorme, perto de Congonhas. O lugar se parece muito com aquela rede que eu conheci nos USA... não lembro o nome. Agradabilíssimo! Café demais de bom! Música ambiente (som baixo, raridade!) muito legal, AC na temperatura certa. Quase ninguém: um casal, mais um rapaz, que parece trabalhar no posto, e eu. Sempre “bomba” depois das 23 horas. Ainda não era 21. Pedi um café duplo e procurei uma mesa de frente para a Av. Moreira Guimarães. Ele entrou.



Deve ter por volta de 50tinha. Gordinho... não, fofo! (rs) Lembra demais o Lex Medlin, aquele ator que trabalha naquela série de TV... como é mesmo o nome? Esquece! Tem coisas que só o eletromagnetismo deve explicar, ou a minha atual falta de... deixa pra lá! Era impossível desviar os meus olhos. Será que dei muita bandeira? Aquele monte de mesinhas vazias e ele senta em uma exatamente do meu lado. Na falta de algo pra me distrair, pego o meu novo celuleco...

“- Desculpe, esse é o novo da Motorola?”... Lex puxando conversa?!
“- É sim... um smart pra principiante. E que, por simples que seja, ainda não consigo mexer direito! rs”... (como estou fora de forma! vontade de me enfiar debaixo da mesa!)
“ – Posso ver?”... ele vem pra minha mesa... (maldição! ele tá usando Polo Green! mesmo perfume do...)

Cinco minutos depois e já falamos das próximas eleições (ele é PSDB... nada é perfeito na vida! rs), da falta de chuva, da tranquilidade do trânsito aos sábados. Interessante: de tão fechado que sou, devo passar a imagem de mal humorado frequentemente... e isso muda de maneira radical quando, por algum motivo, “vou com a cara” da outra pessoa. Ele, ao contrário, foi, é, deve ser simpático por natureza. O tipo de rosto que parece estar de bem com a vida. E a conversa fluindo.

Hum... nada nos dedos da mão esquerda! O que não quer dizer muita coisa, convenhamos. Se for casado, pelo menos não é ostensivo. Meu gaydar... será que pifou? “Molinho” ele não é! (rsrsrs) Educado, instruído (parece), se exprime bem, fala pausadamente. Algumas vezes olhou direto nos meus olhos. Desviei meu olhar... eu era tão bom antigamente! Hoje, quase um fiasco. Pelo menos não gaguejo... era só o que faltava! A merda é que, nessas horas, o puto do tempo parece voar. Toca o meu celular: “- Daqui a 5 minutos eu chego!” 

“- Vou pegar mais um café. Você quer?”
“ – Não, obrigado. Daqui a pouco minha... amiga (oi?)... vem me pegar.”

Quase meia hora de uma conversa muito, mas muito agradável, daquelas que não tenho com um desconhecido há muito tempo e, só restam mais 5 minutinhos. Pergunto, ou não pergunto algo mais, digamos, pessoal? É casado? Mora onde? Faz o que? Tá a fim? Gostou de mim? Ops, isso nunca! (rs) É, a realidade não ajuda! E os minutos como que, de repente, começaram a parecer mais longos. Ele tomando outro café (aqueles lábios, suaves, “beijando” a xícara... ai, ai...) e eu, olhando.

“- Bem, já vou... prazer em te conhecer!” Quando abro a porta de vidro, olho pra trás. Ele acena com a mão. Sorriso mais lindo! Por um momento eu queria estar a uns 10 anos atrás, nessa exata situação. Sei não, algo me diz que, provavelmente, eu me apaixonaria...

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Que domingo pavoroso! Só não está pior, pois saiu o novo álbum do Sam Amidon. Lily-O. Ele está muito bom, como sempre. O folk mais sofisticado que conheço. Apesar de que agora as canções estão parecendo mais... mais... mais... solitárias...


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

John Wayne Gacy Jr.



Casado, 2 filhos, formado em administração de empresas, caridoso, cidadão exemplar, membro da defesa civil de Illinois, vizinho estimado, promotor de festas, em muitas das quais se vestia de palhaço para entreter as crianças...

Pai alcoólatra, irascível, nutrindo um profundo desprezo por homossexuais... batia na mãe e o punia violentamente por qualquer coisa que considerasse um erro. Apesar de tudo, sempre dizia que amava o pai profundamente...

Modus operandi... as caçadas aconteciam com seu Oldsmobile preto. A caça: rapazes, a maioria adolescentes, a quem eram oferecidos empregos em sua empresa de construção. Dopados, algemados, amordaçados com suas próprias cuecas (sua marca registrada), torturados e abusados sexualmente. Estrangulados...

Enterrados em seu porão foram 27 corpos identificados. Mais 6 corpos encontrados em rios da região. Acredita-se que existiam mais em outros lugares. E que nunca foram achados...

Condenado a 21 prisões perpétuas e 12 penas de morte, foi executado por injeção letal em 10 de maio de 1994. Uma de suas frases durante o julgamento: “A única coisa da qual eu deveria ter sido acusado era ter um cemitério sem licença para isso.”



Essa história sombria é o tema dessa canção belíssima do Sufjan Stevens, um dos cantores mais espiritualizado e doce que eu conheço. Acredito, porém que, além da história de John, a letra trata do obscuro que existe em cada um de nós. Dos terríveis segredos, tornados inconfessos à nossa razão soberana...

Quantas pessoas cada um de nós já matou? Quantas vezes já nos matamos?

“And in my best behavior
I am really just like him
Look beneath the floor boards
For the secrets I have hid…”


domingo, 21 de setembro de 2014

Jesus... toma conta!

Acho que, sinceramente, estou despirocando! (rs) Fora um sonho que tive, hiper-mega-blaster estranho e preocupante (er... até certo ponto! rs), agora dei de ficar ouvindo música country. Não que eu não goste... mas, uma semana seguida, é um pouco demais! Enfim, fiquei mais focado em dois lindinhos, digo, cantores.




Primeiro, um “clássico”: o Blake Shelton (18/06/1976), que, desde a sua estreia no mundo musical em 2001, vive uma carreira de bastante sucesso, sendo figurinha carimbada de programas de TV, inclusive em várias temporadas do The Voice. Ele faz o gênero country romântico, tão emotivo... coisa linda! (rs)




O segundo eu descobri recentemente: o Lee Brice (10/06/1979... outro geminiano!), na estrada desde 2007. Ele faz um country mais moderno, salpicado com um pouco de pop/rock e alguns toques de jazz. No quesito “coisa linda”, tá pau a pau com o Blake!


PS: Sobre o sonho... se eu tiver coragem, depois de racionalizar eu conto! (rs)






sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Lata's Birthday

Ele não tem mais 18 anos, humm, quer dizer... ele não é tão inocente assim, humm, quer dizer... digamos que tá progredindo! Ao menos o caixãozinho branco foi dispensado! (rsrsrs) Só falta agora arranjar alguém para um happy end dessa história! Se depender de paciência, certeza que não haverá problema.

Parabéns, fiote! E, vamo que vamo...


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Bons Tempos... com Deacon Blue



Que delícia! Hoje experimentei aquela sensação de voltar ao passado... a um bom, lindo e delicioso passado. Que, pra mim, situou-se entre 1985 e 1999. E quem me proporcionou esse momento recordação foi o novo álbum do Deacon Blue: A New House. Interessante que eu nunca considerei o Deacon como um dos meus “dinos” (as bandas que me marcaram mais profundamente, como Pink Floyd, Yes, Led, etc.), mas, naquela época, eu adorava as suas canções, que me passavam um sentimento de liberdade... eram um de meus companheiros fiéis de viagem nas madrugadas!

Na era das fitas cassete (ai, ai), com as músicas dessa banda servindo de fundo musical, eu, meu carro, quase sempre pelas estradas entre Sampa e Serra Negra, por vezes Bertioga... sonoridade suave, letras consistentes, vocais maravilhosos, romance (e sacanagem, rs) no ar! Eu sempre sozinho, adorava viajar à noite, madrugada, muitas vezes “explorando” as cidades nos caminhos... foram tantos lugares, tantas pessoas, a maioria nem o nome eu acabei sabendo! Importava?

Raintown (primeiro álbum, de 1987), lembro perfeitamente, era a primeira vez que, indo pra Serra, resolvi conhecer Jaguariúna. Sexta-feira, ex em algum curso/congresso (bons tempos em que haviam cursos que duravam muitos dias, em cidades beeeem longe, rs) e eu, livre, leve, solto, “explorador em ação”! Devia ser por volta da 1 da madrugada, rodando, sem conhecer nada da cidade, vejo um barzinho bem “animado” (sempre fui ótimo em detectar lugares e pessoas “animadas” na noite!). Pelo corte do cabelo, ele deveria estar servindo ao exército. Olhares que se cruzam, obviedades que não se explicam, ele sentado, sozinho, próximo ao balcão. Meia hora depois já estávamos no meu carro... mais 5 minutos, motel... ele foi o primeiro naquela cidade (quantos foram no total?).

Eu conheci (no sentido bíblico da palavra, rs) várias pessoas, em lugares absolutamente improváveis... Pedreira, Morungaba, Amparo, Socorro, Águas, até a absurdamente pequena Monte Alegre do Sul (devia ter uns 5 mil habitantes!)... não conseguiria contabilizar a quantidade certa. Aliás, era de Monte Alegre um moçoilo, coisa mais linda! Tipo descendente de italiano, sotaque caipira bem carregado, na época devia ter uns 25 anos (eu, mais de 30, rs). Na verdade, o conheci em Amparo (saindo de Amparo tem uma bifurcação: ou se sobe a serra, em direção a Serra Negra, ou se segue em frente, para Monte Alegre), bem tarde, passava das 2 da madrugada.

Ele estava no ponto de ônibus. Ao passar de carro, bati o olho e... maior trabalheira pra fazer o retorno! Aos costumes, parei pra pedir alguma informação (que golpe mais manjado!) e, obviamente, como quem não quer nada, perguntando sobre o que ele fazia ali, àquela hora. Tinha perdido o último ônibus, pois havia ficado mais tempo que o normal na casa da... namorada! Balde de água gelada, ein! E nem tinha desafio do balde naquela época! (rs) Mas, como sou um poço de bondade, perguntei se ele não queria uma carona. Fazer caridade rende pontos no céu...

Conversa vai, conversa vem... ele trabalhava como garçom numa pizzaria em Amparo, família humilde, uma irmã menor, pretendia voltar aos estudos, bla, bla, bla... chegamos! Era bem perto (não chegava a 30 kms de Amparo) e, ao agradecer, perguntou se eu não queria tomar alguma coisa, um refri. Argumentei que não seria de bom tom um estranho em sua casa, em plena madrugada, coisa e tal. Ao que ele respondeu que a família não estava (oi?!), pois passariam o fim de semana no sítio de um parente. Hum... que beleza de radar que eu tinha, né! (rs) Não deu outra! Papo vem, papo vai... ele era tão inexperiente! Tão tremulozinho, coisa mais rica! Realmente, boas ações geram bom frutos!


Eita, que ficou um post super mal escrito! Mas, voltando ao Deacon Blue... foi uma grata surpresa saber que ainda estão vivos. Bem mudados, certamente (um integrante que já morreu, outro que saiu, outro que sumiu... é a vida!), mas ainda com a capacidade de produzir músicas muito legais!

Loaded... essa é do primeiro álbum...





Ah, eles também repaginavam músicas antigas. I'll Never Fall in Love Again… muito bacana!


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A Ética Utilitarista - Dois Dilemas



Os dilemas abaixo apresentados foram descritos por Bernard Williams, filósofo especializado na temática da Moral, e se basearam em histórias verdadeiras. O objetivo desses dilemas é levantar objeções à Ética Utilitarista, como proposta por John Stuart Mill.

“George é um químico brilhante, atualmente fazendo um doutorado, mas que não tem emprego. A sua saúde frágil limita suas opções de trabalho. É casado e tem dois filhos. É o trabalho da sua mulher que garante a subsistência da família, que vive dificuldades e tensões. Os filhos ressentem-se de tudo isto e tomar conta deles tornou-se um problema. Certo dia um de seus professores lhe propõe um trabalho bem remunerado num laboratório que faz pesquisas relacionadas com guerra química e biológica. George é contra este tipo de guerra. Já a sua mulher nada vê de incorreto nesse tipo de trabalho. Quer ele aceite ou não, a pesquisa prosseguirá, pois George não é realmente necessário, ou fundamental aos trabalhos desenvolvidos. Se você fosse George, como agiria?”

“Os acasos de uma expedição botânica levam Jim, um renomado pesquisador, para o centro de uma aldeia sul-americana. De repente, ele vê à sua frente uma série de homens atados e alinhados contra uma parede. Estão prestes a ser fuzilados. Mas tudo dependerá de Jim. O capitão que comanda as operações concede a Jim o privilégio de matar um dos homens. Se Jim o fizer os outros serão libertados. Se recusar a proposta, todos morrerão. Se você fosse Jim, como agiria?”

Apenas como observação: segundo a teoria utilitarista, George deve aceitar o emprego e Jim deve matar o homem. Não se trataria, segundo Mill, apenas de dizer que nada há de errado nisso, mas de afirmar que essas são as opções corretas e óbvias. Além do que são aquelas que agregam maior felicidade, tanto aos protagonistas (George e Jim), quanto às outras pessoas que os cercam. Dá pra entender?

Fácil, ou difícil de responder? (rs)


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Post-Mortem

Encontrei ontem esse curta. Gosto muito dessas coisas, à primeira vista despretensiosas, mas que exploram, de uma forma simples, assuntos bem complicados. Dois caras se encontram num café (sempre tem café nas histórias! rs), depois de algum tempo separados, e o papo rola... Mas, o que “pega”, é a sequência final... sem palavras, tornadas desnecessárias.

Não acredito em amor eterno. Nada é eterno! O que não quer dizer que não sou do tipo romântico! Penso que, ou o amor se transmuta, com o passar do tempo, em outra coisa, ou simplesmente morre. E como toda morte, pode acontecer de diferentes formas. Já vi amores morrerem envenenados por ciúmes, ou enforcados pela sufocação (que muitas vezes se traveste de cuidado excessivo), ou mesmo atropelados por uma traição. Só não vi ainda amor morrer de velhice, de morte natural, sem que não tenha, em algum ponto do passado, se transformado em amizade.

Já tive dois amores. Um morreu a facadas, quase um homicídio! E se nos primeiros tempos me parecia que o sangramento não iria passar, depois, de tão mornas que se tornaram as lembranças, restou apenas uma indiferença absolutamente surda. O outro... não sei se o matei. Talvez ele não devesse ter morrido na ocasião. Eu quis que ele morresse, eu vi que ele caminhava para algum abismo e nada fiz para salvá-lo. Porém, como não houve funeral, nem missa de sétimo dia, é como se ele, ainda hoje, pudesse ressurgir no horizonte a qualquer momento.

Pensando bem, ele morreu sim... hoje é apenas um segredo, ou uma história só minha, do que poderia ter sido, mas arranquei do chão enquanto ainda germinava.


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

King Creosote - Diamond Mine



Kenny Anderson é um cantor e compositor indie/folk escocês (que adotou o nome artístico de King Creosote... faço a menor ideia disso! rs) dos mais prolíficos. Entre LP’s e EP’s são mais de 40 álbuns lançados desde 1995! Tá certo que, no meio dessa enorme discografia, tem músicas muito boas e outras... Entretanto, um dos seus álbuns faz parte do que eu chamo de “meus álbuns de cabeceira” (rs), daqueles que não canso de ouvir. Trata-se de Diamond Mine (de 2011), resultado de uma maravilhosa e inusitada parceria com o músico inglês Jon Hopkins.

Explicando: Kenny tem a típica sonoridade do folk escocês... simples, camponês, sem adornos. Já Hopkins é um músico sofisticado, eletrônico e minimalista (lo-fi), quase beirando o erudito. Dessa união (seria um casamento? há quem diga... rs) nasceu esse verdadeiro diamante. Pelos arranjos de Hopkins a Escócia rural de Kenny ganhou uma magia quase sobrenatural. Dá pra sentir a brisa do mar, as gaivotas, os sons dos portos, a vida fluindo mansamente... e são apenas 7 canções a nos conduzir por tudo isso! Vale a pena!


domingo, 31 de agosto de 2014

Às Cegas



Estudos “duplo-cegos” são ensaios clínicos realizados em seres humanos, cujo propósito é o de averiguar a eficácia de um medicamento/tratamento em determinada patologia. Sua característica principal (e que define a sua “cientificidade”) é que, nem os sujeitos testados (o “objeto” de estudo), nem os sujeitos testadores (os médicos e/ou pesquisadores) sabem o que está sendo utilizado como substância de teste no estudo. Em geral temos 2 grupos: um que recebe o medicamento com a substância ativa que se quer testar e outro que recebe uma substância inerte... o placebo.

O escopo dessa forma de fazer ciência reside na exclusão de qualquer traço de subjetividade que pudesse acontecer (especialmente a que poderia existir na relação médico/paciente), para “garantir” a eficácia terapêutica de determinado medicamento/tratamento. Com o passar do tempo, e para se corrigir possíveis interferências da equipe (fragilidades científicas? rs) que avalia as estatísticas resultantes dos estudos, foram configurados os estudos “triplo-cegos”. Sua peculiaridade consiste em “agregar” ao estudo a ausência de conhecimento também por parte da equipe estatística que realizará a análise e que receberá os dados apenas como tratamento A e tratamento B.

Pergunta: a medicina que “exclui” a subjetividade da relação médico/paciente passa a ser, automaticamente, mais curativa? Ou ainda: o objetivo da medicina é curar, ou apenas saber sobre os efeitos de determinado medicamento/tratamento? Ou um pouco mais (rs): qual o medo do “efeito” da figura do médico no processo curativo? Quem tem esse medo?

Esse foi o tema de minha aula de ontem. Pela primeira vez as discussões tomaram mais tempo que a minha exposição. Interessante que, mesmo em uma turma que, em tese, pratica uma medicina mais “humanista”, o tema subjetividade parece ter um peso significativo, enquanto fragilidade científica. Aliás, os mais “espertinhos” (rs) quiseram ressaltar que as aulas precedentes discutiam justamente sobre a interferência negativa da subjetividade nos critérios científicos. Eles não haviam percebido que tínhamos mudado de foco: da ciência que “descreve e informa”, para a que cura. E, mesmo sobre o conceito de subjetividade que, no que se refere ao ato de curar, diz respeito à relação fundamental que se estabelece entre o médico/curador e o paciente que sofre.

Como é difícil demonstrar para quem, depois de anos de “treinamento” em fórmulas e conceitos objetivantes da medicina, que é sempre de um modo bastante artificial que dispersamos a doença em sintomas ou a abstraímos daquele que sofre, o doente. O que é um sintoma, sem contexto, ou um pano de fundo? O que é uma complicação, separada daquilo que ela complica? Quando classificamos como patológico um sintoma ou um mecanismo funcional isolados, esquecemos que aquilo que os torna patológicos é sua relação de inserção na totalidade indivisível de um sujeito. E essa “totalidade” só se torna acessível na medida em que o médico, transmutado em curador, consegue, mesmo que levemente, penetrar na história e na “alma” do seu paciente.

A medicina só existe porque há pessoas que se sentem doentes! E que “acreditam” que alguém, o médico, tem o poder de aliviar as suas aflições. O doente é que concede esse “poder de cura” ao médico, não o conhecimento prévio deste! A medicina que cura, então, não deve ser entendida apenas como um conjunto de procedimentos científicos criados para informar aos indivíduos que eles estão doentes, ou como estão doentes. É na relação que se estabelece entre o médico e o paciente que a cura deve ser encontrada... por ambos!

Essa discussão continuou no almoço que, gentilmente, me foi presenteado... como adoro meus amiguinhos de branco! (rs)


terça-feira, 26 de agosto de 2014

Enquanto Isso, Na “Terrinha Santa”...

Não sei se vocês sabem (rs), mas eu assisto The Voice Israel. Idiossincrasias da vida, né... Já estão na fase final e, pra variar, cantores com vozes maravilhosas, fora outros atributos, que não vem ao caso. A fofo... digo, a notícia que corre à boca pequena nessa edição é que está rolando um “affair” entre o Aviv Geffen (cantor que já foi comentado por aqui e que é um dos jurados do programa) e um de seus “escolhidos”.

Tudo teria se iniciado na última audição “às cegas”, quando faltava apenas uma vaga no time do Aviv e o moçoilo em questão se apresentou (lindamente, diga-se de passagem) com a música Make You Feel My Love (do Bob Dylan), numa interpretação pra lá de romântica. Para quem “entende” do assunto (rs), o “climão” entre os dois foi evidente! Eu, que conheço o gosto do Aviv (por todos os seus namorados pregressos), posso afirmar, sem sombra de dúvida, que já estou aguardando uma nova dupla da música hebraica...

E você? Já esteve em situação semelhante, onde bastou uma olhada e a “coisa engrenou”? (rsrsrs)

Diretamente de Tel Aviv, para o Reshet TV Fama...


Boy & Bear



Hoje vamos com essa banda indie (meio folk, meio pop, rs) da Austrália. Formada em 2009 e com dois álbuns já lançados (Moonfire, de 2011 e Harlequin Dream, de 2013), esses “bears” (aliás, o que tem de banda com o nome “bear”... eu conheço umas dez!) fazem um som muito gostoso, muito bom de se ouvir nos momentos de relax, sem pensar em nada, apenas voando...


sábado, 23 de agosto de 2014

A Paixão Emburrece (Pequena Divagação)

Dizem que a paixão nos cega, que não enxergamos nossos “parceiros na paixão” como seres reais, com defeitos e fraquezas, mas somente com suas qualidades. Ou melhor, (pior?) com as qualidades que projetamos neles! Dizem também que o efeito “cegueira” da paixão é biológico e ocorre porque certas áreas do cérebro são ativadas (todas ligadas ao centro do prazer, situado no sistema límbico), enquanto outras são inativadas ou “bloqueadas”, tais como partes do córtex pré-frontal, responsável  pelo julgamento crítico. A paixão bloqueia nosso senso crítico! Não seria, então, melhor trocarmos o ditado? Antes de cegar, a paixão nos emburrece!

Vejam o meu exemplo. Uma de minhas características que mais prezo é a forma racional com que procuro encarar os fatos da vida. Aliás, isso me garante que dificilmente (batendo 3 vezes na madeira! rs) terei alguma forma de depressão. Nos piores momentos da minha vida, aqueles em que comi apenas torradas, feitas com pão amanhecido, que o diabo amassou 2 dias antes (rs), eu sofri desesperadamente. Mas, nunca/jamais me senti deprimido! Apesar de toda essa força que encontro na razão, não fui capaz de resistir à paixão. E, como sói acontecer, me estrepei de verde, amarelo e cor de anil! Que força primitiva é essa, que nos torna seres tão idiotas, a ponto de não querermos enxergar (vejam que não é questão de cegueira, mas sim de vontade!) o que, em circunstâncias normais de temperatura e pressão, pareceria óbvio demais?!

Divagações sobre uma de minhas músicas preferidas, Blindsided, do Justin Vernon/Bon Iver. Essa é uma daquelas que, por mais que eu ouça, não me canso de gostar. Seu refrão: 'Cause blinded, I was blindsided… Pergunta: será que, em algum canto escondido da minha razão, eu não “sabia”, desde o início, que não iria dar certo? E, se eu sabia, de onde veio a “surpresa”? Como é duro não enxergar, mesmo que houvesse um holofote gigante iluminando tudo de certeza! For the agony, I'd rather know...

Enfim... esse vídeo ficou lindão!


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Das Profundezas



Idan Raichel... esse é mais um dos meus queridos judeus, que merece um post à parte. O mais suave, por vezes, até frágil... o mais doce, cujas letras transbordam amor, seja entre dois seres humanos, ou o amor às coisas da natureza... ai, ai, não canso de ouvir suas canções! (rs)

Essa música, sem dúvida uma das minhas favoritas (Mi’ma’amakim – Das Profundezas), é de 2005, do seu segundo álbum, quando ele se consolidava como astro maior da música hebraica. Foi inspirada no salmo 130 (“Das profundezas a ti clamo, Senhor, escuta a minha voz; sejam os teus ouvidos atentos à voz das minhas súplicas...”), mas com uma roupagem lírica que reflete as aflições do homem que vive e respira e sente um amor verdadeiro por outro homem.

Papo reto (rs): quem não gostaria de ter alguém que cantasse essa música à noite, sob sua janela, ein, ein, ein?! (rs)


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Marble Sounds



De todas as minhas bandas indie preferidas (muitos dizem que eu tenho um gosto esquisito... prefiro eclético... rs), Marble Sounds, banda belga formada em 2007, tem uma característica interessante: algumas de suas músicas “grudam” de tal forma que, basta ouvir uma vez e passo horas com elas em minha mente. Será que isso se deve à tonalidade quase sempre melancólica de suas letras?

Hoje, “revendo” a sua discografia, foi a vez dessa música (The Little Lows) manifestar o seu caráter super bonder de ser. E nem era assim uma das minhas favoritas! Deve ser o efeito dessa tarde fria e chuvosa aqui em Sampa...