terça-feira, 20 de dezembro de 2016

E como o fim de ano vem chegando...

Instado (rs) por um comentário no FB, lembrei desse vídeo. Com um padre desses até que daria para encarar uma igreja lotada, né!


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

sábado, 22 de outubro de 2016

Anoitecer

Trago em minha boca (ainda) o gosto dos poemas que não te fiz. Ou, se fiz, não te entreguei. Ou, se entreguei, não prestei atenção  no sorriso que (certamente) me deste. (Lembro que você sempre sorria pra mim, mesmo que eu fingisse não notar, tragado pela ânsia da vida que me alcançava).

Teve um tempo - antes de escolher os caminhos do silêncio - em que eu amava a sonoridade das tuas palavras. E todas elas (cada uma delas) sempre me diziam que eu nunca estaria sozinho. Por que será que eu não aprendi que nunca estive sozinho?

Da série Delicadezas: coisas assim, que tive e não percebi.


segunda-feira, 3 de outubro de 2016

The Slow Show



Eles são de Manchester e, ao ouvir as primeiras músicas, lembra um pouco The National, Tindersticks, Nick Cave... pelo menos eu lembrei (rs). Mas, essa primeira impressão rapidamente desaparece diante da belezura contida, não apenas na requintada riqueza dos detalhes melódicos das canções, como também na poesia (quase sempre tensa!) das suas letras.

Eles lançaram seu primeiro álbum (White Water), em 2015, com uma postura de gente grande, fazendo um som refinado e de qualidade. E tem a voz grave (barítona? rs) do Rob Goodwin: carismático, envolvente, além de ser o responsável pelos arranjos minuciosos, onde cada instrumento soa, ao mesmo tempo, profundo e delicado. E tem os “complementos”: piano, violino, trombone (por vezes até coral), simulando uma pequena orquestra, reforçando o sobretom quase sempre melancólico do conjunto básico de guitarra, baixo e bateria, ou seja, uma trilha perfeita para o vocal aveludado do rapaz.

Agora, lançaram seu segundo álbum: Dream Darling. E eu me pergunto: como foi possível eu só ter descoberto essa maravilha semana passada?!


sábado, 24 de setembro de 2016

Freier Fall – ein deutscher Brokeback Berg



Dando continuidade à minha atual vibe alemã (rs), um breve comentário ao filme – belíssimo, diga-se de passagem! – Freier Fall, de 2013 e que, segundo o próprio diretor e roteirista, Stephan Lacant, foi concebido como uma resposta alemã ao não menos belo Brokeback Mountain. E nem seria necessária essa explicitação: a dramaticidade, o realismo, a dureza, o “amor impossível”, o contexto (dois policiais que se envolvem, sendo um deles casado, com a esposa grávida), tudo torna quase inevitável essa comparação.

O filme é centrado em Marc Borgmann (interpretado magnificamente por Hanno Koffler), um policial casado à espera de um filho. E, dentro dessa “normalidade” da vida, o que Marc menos poderia imaginar era que sua convivência com outro policial, Kay Engel (Max Riemelt... hum, rum, o de Sense 8, rs) se tornaria muito mais intensa e íntima, fazendo com que os dois se envolvessem em um relacionamento.

São duas, a meu ver, as grandes similaridades entre Brokeback e Freier: o contexto socialmente opressor da década de 60, característico do primeiro, versus a convivência policial em Freier, e o fato de que Marc possui família, uma vida regrada, etc. E temos, então, o foco (muito caro para mim!) da escolha: Marc precisa escolher entre o homem com quem vivencia uma experiência amorosa nova e intensa e a mulher que espera um filho seu. Esse o ponto que, a meu ver, mais distingue Freier: em Brokeback não há esperança, não há escolha. É como se, desde o princípio do filme, soubéssemos o que acontecerá.

Também sinto Freier como um filme mais intimista e angustiante (alemão, né! rs), focado nas incertezas de Marc, em sua “divisão” entre calmaria e loucura; um filme repleto de silêncios, troca de olhares, pensamentos não compartilhados, palavras escondidas, desejos. E que, pelo seu final – e também, pelo que consta em 2017 – sugere/necessita uma continuação. Aguardemos...

Segue vídeo com alguns melhores momentos (melhores beijos? rs), com trilha sonora da banda Revolverheld (alemã, naturalmente), já comentada por aqui. Música: Ich lass für dich das Licht an (Eu Deixo a Luz Acesa Pra Você), sobre as loucuras de amor, que o lindinho do Johannes Strate fez pelo namorado... e que eu entendo todas, perfeitamente...


quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Bon Iver: 22, A Million... WTF?



Com a palavra Justin Vernon: “… esse álbum é metade carta de amor, metade lugar de descanso de duas décadas de procura pelo autoconhecimento... se Bon Iver construiu um habitat enraizado em espaços físicos, 22, A Million é o abandonar desse espaço". Novamente: WTF?

Quem sabe os nomes das músicas nos deem uma pista.

Vejamos:
01. 22(OVER S∞∞N)
02. 10 d E A T h b R E a s T
03. 715 – CRΣΣKS
04. 33 “GOD”
05. 29 #Strafford APTS
06. 666 ʇ
07. 21 M♢♢N WATER
08. 8(circle)
09. ____45____
10. 00000 Million

Tenderam? (rs)

A bagaça será lançada “oficialmente” dia 30 de setembro. Depois de 5 anos da maravilha que foi seu álbum anterior (Bon Iver 2011), ainda não me vem palavra alguma pra descrever o que estou ouvindo, a não ser WTF.

Duas hipóteses: ou eles estão trollando seus (outrora?) seguidores, ou descobriram alguma erva das brabas lá pelos lados de Eaux Claires!


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

A Noite Cai

Ao contrário do meu lindinho, o Idan Raichel, com suas músicas outonais, não sei se o que sou/tenho é bom o suficiente pra mim. Ou, dito de outra forma, quando vejo que meus sonhos foram bem maiores do que vejo realizado hoje. E não me refiro à parte material da vida! Embora também (rs). A principal falta, obviamente, se refere ao emocional/sentimental. Mas, sem stress. Talvez eu esteja entrando na fase da vida, que eu associo ao conceito de anergia, muito utilizado pelos meus amiguinhos de branco.

Resta minha busca pelas simplicidades e delicadezas. E até isso tá bem difícil...


domingo, 31 de julho de 2016

The Arrow

Tempos atuais. Onde foi parar a capacidade de ouvir? Quanto mais o mundo, as coisas do mundo, se abrem como nunca se abriram; quanto mais as distâncias deixam de existir, as possibilidades mais fáceis de se tornarem reais, menos interagimos verdadeiramente! O mote atual é: os diálogos são surdos! E a interação tende apenas a confirmar a presença individual das pessoas. Eu falo, você fala e ninguém ouve.

Da série Delicadezas... vídeo mais lindo! Emocionante...


domingo, 12 de junho de 2016

Namoro ou Amizade?



A propósito de uma conversa (brevíssima, seja dito! rs) com o Edu (não sei se ainda é Ardo...) e de outra, com meu amigo (aquele que viveu muito tempo na Alemanha) de Beraba, e cujo tema era quase o mesmo: é possível uma amizade envolvendo outras coisinhas (tipo sexo) além da amizade “pura” e simples? Esse meu amigo pensa que sim. E, segundo ele, isso é algo até bem comum nas Oropa, em especial na Alemanha. Não sei se por coincidência, e como ando pesquisando sobre algumas bandas lá da dita “terrinha”, encontrei essa, Revolverheld, cujo vocalista e letrista, Johannes Strate, além de lindinho (rs), adora polemizar quando o assunto é sexo.



Ao que consta, o rapaz é casado, coisa e tal, mas nutre, digamos assim, uma bela amizade com seu companheiro de banda, Jakob Sinn. Segundo entendi, eles acreditam que dois amigos, quando partilham de sentimentos e laços muito sólidos e harmoniosos, o sexo passa a ser mais um “ingrediente” a corroborar essa amizade. Devo dizer que, pra mim, esse não é um assunto tão simples de se entender. Pode até ser algum tipo de “travamento” de minha parte, mas penso que o componente sexual, quando existe/acontece, na verdade pode estar camuflando outro sentimento que se “esconderia” por trás dessa amizade: o amor. Sublimado/recalcado? Sei lá! Em todo caso, é uma questão que ainda não resolvi em definitivo.



Essa música explora o tema de uma grande amizade entre dois jovens. O som é gostosinho... um indie/pop que, apesar da ousadia do tema, é um dos grandes sucessos da banda.

“Bist du da wo ich auch bin
Bist du angekommen
Wo die zeit I'm wind verrinnt
Wie sand am meer
Wie die wellen die immer wieder kommen
Es ist eigentlich nicht schwer
Wir haben es uns einfach genommen…”

“Você está onde eu também estou
Você chega
Onde o tempo transcorre com o vento
Como a areia no mar
Como as ondas que sempre voltam
Na verdade, não é tão difícil
Simplesmente vencemos os obstáculos…”

Será que meu amigo tem razão? E você, o que acha? (rs)

Em tempo: feliz dia dos namorados! Ou dos amigos... nunca se sabe...


sexta-feira, 29 de abril de 2016

Ipsis Litteris de Aruanda



Já me aconteceu algumas vezes. Tudo bem que, ultimamente, com menos frequência. E, apesar do histórico, sempre acabo por me surpreender, tipo, continuar fazendo a mesma coisa e esperar resultados diferentes... é isso! (rs).

Seguinte: como se sabe (pelo menos é o que está escrito por aí) todos temos um anjo da guarda, ou mentor, ou protetor, ou santo (depende da “escrita”), vivendo na nossa “cola” e zelando para que nossas bobagens na vida não sejam assim tão devastadoras. O mais dramático (ou irônico, nunca se sabe, rs) é que dificilmente chegamos a saber, exatamente, quem é esse ser, essa bendita criatura enviada por Deus (seja Ele quem for, com maiúsculo, ou não - vai da crença), cuja missão, além do tradicional “vai que eu garanto”, é, vez por outra, atender a algum pedido especial.

Não sei se já aconteceu com alguém... mas, pelas poucas vezes (bem poucas, tá!) que resolvi pedir alguma coisa... céus! E não é que, no meu caso, “ele” (ou “ela”, ainda em dúvida! rs) atende! Mas, por que o drama? Simples: eu ainda não aprendi a pedir! Ou (vide o nome do post), meu santinho não é muito chegado à leitura das entrelinhas, muito menos é um apreciador de figuras de linguagem e/ou de pensamento. Deve ter sido um taurino em outras encarnações!

Pra registro: segundo pai Lucas (rs), os taurinos gostam de cuidar dos outros, ajudando-os em suas necessidades, mas não são muito propensos a ver “além do véu”, ou seja, precisam apurar os sentidos para enxergarem “coisas” não ditas, e que, muitas vezes, os “outros” necessitam que eles enxerguem. Como conciliar um pedinte canceriano (eu, né!), todo trabalhado no barroco/rococó especulativo, com a singela objetividade de um ajudante taurino? Olha, é difícil por demais!

Só pra constar, meu penúltimo pedido (isso há quase 5 anos!): passar no concurso da Infraero, mesmo sem estudar lhufas. E não é que passei! Em 5º lugar (de 20 vagas e quase 500 candidatos!)... parabéns! Parabéns? Passar, passei, mas... óbvio que pedi errado! E vamos pro último pedido, há umas 3 semanas: cansei dessa vidinha pacata; quero agito!

Bem, melhor não me alongar. Minha vida, outrora mergulhada no estilo “flan de ser” (rs), virou um verdadeiro milk-shake, um pancadão, um Tomorrowland, capaz de endoidar monges tibetanos meticulosamente treinados na mais avançada técnica da meditação transcendental! E isso em todos os sentidos: pessoais, profissionais, musicais, manicomiais, etc.

Qualquer dia desses eu entro pra Universal do Reino de Deus! (rs)
      

domingo, 3 de abril de 2016

Duas Almas, Um Coração

Essas minhas “andanças” pelas madrugadas enfadonhas dos sábados... pesquisa aqui, ali e (armadilhas, só pode! rs) acabo em alguma divagação, que leva meu soninho embora! Hoje foi com um vídeo... de casamento (isso tá quase virando TOC)... uma velha questão: é possível que dois discursos, ou melhor, duas pessoas com discursos diferentes... melhor, duas visões de mundo diferentes... acho que preciso me explicar.  

Como estou num processo de evolução espiritual (rs)... falando sério: tenho sentido que alguns conceitos, que eu julgava enraizados em mim, vêm sofrendo algum tipo de mutação. Ou adaptação, mais provável isso! Um exemplo é que, de uns tempos pra cá, não distingo mais uma oposição fundamental entre razão e emoção. Interessante: eu acreditava que a linguagem era a principal expressão, o principal parâmetro, que denunciava essa dicotomia. E mesmo que ainda eu não tenha elaborado o meu novo pensar a respeito, hoje acredito que a linguagem, ao contrário do que eu pressupunha, é o que “desmonta” essa dicotomia. Melhor dizendo: a dicotomia (falsa, pois não...) da relação entre razão e emoção apenas existe na ausência do uso da linguagem como elemento mediador. Hum... melhor um exemplo.

Em meu primeiro relacionamento amoroso sempre me pareceu evidente que nós dois “funcionávamos” como as duas partes dessa dicotomia. Obviamente, eu me julgava (coitado de mim) o senhor da razão. Não que isso impedisse que eu fosse romântico; mas eu sempre acreditava que, na sustentação do meu sentimento amoroso, de soslaio (rs) algo me garantia a solidez racional. Mas, não era apenas isso: eu cria que esse descompasso na linguagem, aliado ao tempo, ao cotidiano, à vida real (aquela onde se dorme, come, bebe, briga...) era o signo máximo de uma singela bomba-relógio, pronta a decretar, mais cedo, ou mais tarde, a exatidão (triste, convenhamos) da fatal dicotomia no crer e viver a vida. Onde foi que descobri meu erro?

Há um terceiro elemento, que eu não considerava: a razão não é senhora da linguagem! Pelo contrário: o elemento originário, a vontade, o querer, o fazer, o ser afinal, expresso pela linguagem, perpassa a alma (ou eu ainda deveria nominá-la mente? rs), onde, adormecidas, lá estão razão e emoção. É a linguagem quem lhes dá voz! É a linguagem quem lhes dá corpo, cheiro, tato, paladar... aversões e atrações, medo e coragem, tristeza e felicidade, e todas as tantas outras infinitas aparentes oposições. E que apenas se desvelam como não opostas na medida em que conseguimos ouvi-las por uma via que, na falta de um nome mais exato, eu me proponho (provisoriamente, talvez) chamar de coração.

Acho que esse texto ainda não está do jeito que eu gosto (rs). Mas, para uma madrugada de um sábado comum, até que dá pro gasto. Ao ver esse singelo vídeo (adoro essa coisa dos noivos escreverem votos de casamento!) me veio tudo isso e a sensação de que, no meu caso, poderia ter dado certo...


quarta-feira, 9 de março de 2016

Der ägyptische Prinz von Deutschland

E como faz um tempinho que não entronizo (rs) um novo príncipe na minha galeria, essa semana descobri esse mocinho (coisa mais linda!): Andreas Bourani, cantor e compositor alemão. Ando numa vibe de música alemã, que nem eu entendo...



Oficialmente ele não é alemão, mas egípcio. Foi adotado muito pequeno (não chegou a ter contato com os pais biológicos) e criado em Augsburg, por um casal e suas duas filhas naturais. Apesar de ter estudado em escolas conceituadas e ter o amor incondicional da sua família, sempre foi uma criança mais reservada e tímida. Iniciou estudos de canto no final da adolescência, quando descobriu sua verdadeira vocação. Atualmente é um dos maiores ídolos da música pop/romântica (tipo de voz que eu amo!) da Alemanha. E, de hoje em diante, vem enriquecer a tal galeria de meus príncipes particulares (rs). Só pra lembrar... tem o príncipe hebreu (Ivri Lider), o americano (Sean Carey) e o irlandês (Damien Dempsey).

Pensando aqui: qual o meu “padrão” de príncipe? Acho que o principal requisito é ter uma “vida sofrida” (rs). Disso é que vêm os principais atributos: olhar distante e circunspecto, jeitão meio triste, meio ensimesmado... vontade de levar pra casa e cuidar, sabe? Depois vem as músicas, as letras, a voz marcante. Bem provável que, pelo acima descrito (rs), não consigo considerar o Tiago Iorc como meu príncipe brazuca; é que ele é muito alegrinho!

PS: Só pra constar: que beleza de corte, quer dizer, banda, que ele escolheu pra adornar o seu entorno, ein! Maravilha de condes, duques, etc... (rs)


quarta-feira, 2 de março de 2016

Mais Um da Terrinha



Harel Skaat é um cantor e compositor pop/romântico israelense de grande sucesso. É daqueles que vivem com uma legião de moçoilas (tolinhas que só! rs) suspirando ao seu redor. Vive, ou vivia... Assim, apesar de ser, enquanto pessoa humana (rs), uma gracinha, definitivamente seu gênero musical não é do meu agrado. Desde que o vi/ouvi pela primeira vez, eu achei que ele era “do time”. A partir de uma entrevista recente, tudo se esclareceu...



O lindinho andando sempre com um “amigo” de longa data à tiracolo. Passeios, entrevistas, shows. Ao que consta, são amigos desde o tempo em que serviram juntos ao exército (esse exército de Israel, ein! um verdadeiro manancial... rs). Fotinhos pra cá, musiquinhas pra lá... uns tempos separados, depois juntos novamente. Até que Harelzinho (rs) resolveu se abrir.



São mais que amigos (sei...), na verdade namoram desde o exército. Há uns 2 anos, o carinha (Idan Roll... como tem Idan lá na terrinha!) foi pego corneando o lindinho. DR, brigas, coisa e tal... deram um tempo. E Harelzinho, choroso pelos cantos. Pedidos de perdão, juras de “nunca mais” e, reataram. Ano passado marcaram casamento. Tudo ia muito bem até que... e não é que o “foguento” (quem ver o vídeo entenderá... rs) repetiu (ou continuou repetindo, vai se saber!) a dose. Parece que agora a separação é definitiva... aguardemos.

Enquanto isso, Harelzinho, pelo visto, continua no chororô. E pra matar a saudade do fogo, fez esse singelo vídeo, debaixo de um toró imenso. Como se isso adiantasse alguma coisa, né!

PS: Acho que já vi uma história parecida em algum lugar... rs


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

The Gloaming



Banda irlandesa formada em 2011, The Gloaming é o resultado da união de 5 músicos com formação erudita e cuja principal característica é a releitura da tradição folk/céltica, porém com uma estruturação musical absolutamente sofisticada. Dentre os temas musicais explorados pela banda, dois me são particularmente caros: a linguagem (sou fascinado pela sonoridade das palavras em línguas que desconheço!) e a temporalidade das coisas, do mundo, do homem. Aliás, onde melhor podemos ver o efeito do tempo, a não ser na linguagem?

E por falar em tempo (rs), tenho cá pra mim que, mais poderoso que cigarro, álcool e drogas, esse nosso “amiguinho” é de lascar! É uma verdadeira poção de veneno, que a natureza nos põe nos lábios e que possui uma essência que supera todas as coisas. Por vezes, ele abre nossos sentidos, adicionando poder e nos levando a sonhos exuberantes. Então o chamamos de esperança, felicidade, amor. Outras vezes, em geral depois de nos saciarmos em demasia, perdemos estatura, força, beleza, e assim terminamos em fantasia e delírio irreais. Haja sabedoria para distinguir um estado do outro!



Voltando à banda... acaba de sair seu segundo álbum, simplesmente chamado de 2. É dele essa canção que escolhi pra ilustrar o post. Editei o vídeo com imagens da Irlanda (em timelapse, naturalmente, rs), embaladas por essa jóia belíssima: Casadh an tSúgáin (A Torção da Corda). Escrita em gaélico medieval, é um belo exemplo do estilo de interpretação característico da banda. O refrão...

“Você vai ser meu
Tesouro do meu coração
Você vai ser meu
Antes de qualquer coisa do mundo
Você vai ser meu
E cada polegada do meu coração
Chora quando você não está...”

Tem como não amar?!


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Saber e Sabor



“A experiência mostra que os homens rústicos, de espírito mais grosseiro, dão parceiros sexuais mais vigorosos e desejáveis; deitar-se com um carroceiro é com frequência mais gratificante que deitar-se com um gentil-homem. Como poderíamos explicar tal coisa, exceto pela suposição de que as emoções no interior da alma do gentil-homem minam e esgotam a força do seu corpo, assim como exaurem e deformam o seu espírito?” (Montaigne)

Pegada: Sinal ou vestígio do pé; conjunto de marcas deixadas pela passagem de algo ou alguém; conjunto de marcas que resultam de uma ação. (Dicionário Aurélio)

Em minha singela opinião, pegada é o resultado da união de vontade, feeling e timing. É o toque que arrepia, o beijo que consome a boca, o segurar a nuca, a cintura… sensação de falta de ar. É ter ousadia para deixar o instinto comandar todos os atos, língua e discurso. Aliás, quanto mais língua e menos discurso, melhor! (rs) Trocando em miúdos: a pegada é o território do corpo, do impulso, do instinto. Montaigne associa tudo isso ao que ele chama “homem rústico”, em contraposição ao “gentil-homem” que, para ele, refletiria o que comumente designamos postura romântica.

Debate que tive com uns amiguinhos hoje à tarde: é possível o amor romântico com pegada? Nunca imaginei que pudesse haver tanta controvérsia!

PS: A título de ilustração, um dos meus queridos cantores de kipá, que melhor une romantismo e pegada. Davi seja louvado! (rs)


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Mark Forster



Jamais pensei que algum dia escreveria isso: eu gosto de rap! (rs) Quer dizer, explicando: num desses fóruns musicais malucos que frequento, fui apresentado a esse cantor, Mark Forster (já vi esse sobrenome em algum lugar, rs). Rapper, alemão, hum... será? Super recomendado por uns carinhas que entendem de música (ao menos daquele tipo que gosto). Não custa, né... fui pesquisar.

Tudo bem que, alemão... afinal, pra que serve o Google Translator? Adorei! Além de escrever muito bem (nunca imaginei que seria possível rap com poesia!), ele tem a ousadia de inserir toques de música erudita em suas composições. Fora a temática, que continua a do rap “tradicional”, mas revelando uma beleza que... o cara tem uma doçura na voz! Paixonei! (rs)


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

MONEY



Eles são de Manchester, Inglaterra e fazem um indie/experimental/etéreo (rs), que me agrada muito. Não fazem muito sucesso, nem de público e, principalmente, de crítica. São chamados de pessimistas, confusos, desesperados, focados excessivamente na figura de Jamie Lee (líder e letrista da banda) e outros adjetivos desse naipe. Sinceramente: ou eles fazem parte de minhas idiossincrasias musicais (rs), ou são incompreendidos!

As tais “letras confusas” são repletas de citações nietzschianas (Lee é leitor ardoroso de Rilke... conhecem?) e misturadas a sexo (homo/hetero... na boa!), álcool, drogas... que mais? “A morte é apenas uma ilusão, um muro alto, que não permite que vejamos o outro lado... Não é o fim. Não há tal coisa como o fim. Tudo é sempre o começo...” Suas letras, na verdade, falam sobre a frustração inerente à condição de nossa individualidade, algo como estar perto dos outros, do mundo, mas nunca realmente “com eles”. Isso, pra mim, é a mais poética metafísica existencialista, bem ao estilo de Rilke.


Acaba de sair seu segundo álbum, Suicide Songs... de certa forma, a continuação do primeiro (The Shadow of Heaven). Talvez com uma diferença: desespero e esperança aparecem agora em doses iguais. Na bela música que inicia o álbum (I Am The Lord), entre sons de música hindu, a voz rasgada de Lee canta: "Eu não quero ser Deus... Eu só quero ser mais humano." Mim gostcha! (rs)


domingo, 31 de janeiro de 2016

Matthew Bourne



Dançarino e coreógrafo inglês, Matthew Bourne ganhou fama por criar peças que unem música erudita e popular, além de sucessos da cinematografia, em interpretações originais. Apesar de se iniciar no mundo da dança tardiamente (com 20 anos de idade), fundou, aos 27 anos, a Adventures in Motion Pictures, uma das mais famosas companhias de dança de Londres. Outra característica de sua obra consiste nas “tinturas” homo, que ele imprime em várias peças, inclusive em clássicos como O Lago dos Cisnes, O Quebra-Nozes, entre outros.

Pra quem quiser conhecer um pouco do estilo do moçoilo, vale a pena ver o filme Matthew Bourne's Christmas, com algumas de suas peças mais famosas. O vídeo abaixo é um belo exemplo... um vintage-homo bem interessante!