sábado, 24 de setembro de 2016

Freier Fall – ein deutscher Brokeback Berg



Dando continuidade à minha atual vibe alemã (rs), um breve comentário ao filme – belíssimo, diga-se de passagem! – Freier Fall, de 2013 e que, segundo o próprio diretor e roteirista, Stephan Lacant, foi concebido como uma resposta alemã ao não menos belo Brokeback Mountain. E nem seria necessária essa explicitação: a dramaticidade, o realismo, a dureza, o “amor impossível”, o contexto (dois policiais que se envolvem, sendo um deles casado, com a esposa grávida), tudo torna quase inevitável essa comparação.

O filme é centrado em Marc Borgmann (interpretado magnificamente por Hanno Koffler), um policial casado à espera de um filho. E, dentro dessa “normalidade” da vida, o que Marc menos poderia imaginar era que sua convivência com outro policial, Kay Engel (Max Riemelt... hum, rum, o de Sense 8, rs) se tornaria muito mais intensa e íntima, fazendo com que os dois se envolvessem em um relacionamento.

São duas, a meu ver, as grandes similaridades entre Brokeback e Freier: o contexto socialmente opressor da década de 60, característico do primeiro, versus a convivência policial em Freier, e o fato de que Marc possui família, uma vida regrada, etc. E temos, então, o foco (muito caro para mim!) da escolha: Marc precisa escolher entre o homem com quem vivencia uma experiência amorosa nova e intensa e a mulher que espera um filho seu. Esse o ponto que, a meu ver, mais distingue Freier: em Brokeback não há esperança, não há escolha. É como se, desde o princípio do filme, soubéssemos o que acontecerá.

Também sinto Freier como um filme mais intimista e angustiante (alemão, né! rs), focado nas incertezas de Marc, em sua “divisão” entre calmaria e loucura; um filme repleto de silêncios, troca de olhares, pensamentos não compartilhados, palavras escondidas, desejos. E que, pelo seu final – e também, pelo que consta em 2017 – sugere/necessita uma continuação. Aguardemos...

Segue vídeo com alguns melhores momentos (melhores beijos? rs), com trilha sonora da banda Revolverheld (alemã, naturalmente), já comentada por aqui. Música: Ich lass für dich das Licht an (Eu Deixo a Luz Acesa Pra Você), sobre as loucuras de amor, que o lindinho do Johannes Strate fez pelo namorado... e que eu entendo todas, perfeitamente...