segunda-feira, 31 de março de 2014

Rostam Batmanglij



E continuando a nossa série sobre cantores gays de bandas nem tanto (rs), hoje vamos de Rostam Batmanglij, compositor, tecladista e segunda voz do Vampire Weekend, banda de indie/rock formada em 2006 em New York. Desde o seu álbum de estreia, lançado em 2008, eles imprimem um estilo bem característico às suas músicas... é quase um afro-beat, porém menos “swingado”. (rs)

Prá variar ele também saiu oficialmente do armário através de uma longa entrevista dada  à revista Out (bem apropriado esse nome, né! rs). Ele aproveitou a ocasião para esclarecer os rumores em torno da música, de sua autoria, Diplomat’s Son, incluída no segundo álbum da banda. “Aconteceu comigo mesmo! Naquela noite, depois de um ‘baseado’,  conversamos muito e, quando nos demos conta, estávamos na cama. Foi uma das noites mais intensas da minha vida. Parecia que eu havia encontrado o amor definitivo. Quando acordei na manhã seguinte, ele tinha ido embora. Nunca mais o vi!” Pois é... dureza!


domingo, 30 de março de 2014

Quando Tudo Passa

Tema recorrente na cultura judaica. Desde os textos bíblicos, passando pela literatura, teatro... mais atualmente, cinema, música popular... não basta o não assumir a homossexualidade. É preciso se casar, “constituir uma família”. Embora seja algo até razoavelmente comum em toda parte do mundo (e sou testemunha disso! rs) no judaísmo isso tem vital e sagrada importância.

Pensei nisso ao traduzir (sempre aos trancos e barrancos) mais essa música do Ivri. Aliás, ele tem umas 3 ou 4 músicas sobre o mesmo tema! Pelo que consta, ele já viveu esse tipo de experiência na “própria carne” (judeus são tão ou mais dramáticos que latinos, sabiam?). Enfim... achei bacana o vídeo. Desenhos bem simples, mas carregados de dramaticidade.


quinta-feira, 27 de março de 2014

Lior



Lior Attar (1976), conhecido no meio musical simplesmente como Lior, é um cantor e compositor naturalizado australiano. Nascido em Rishon LeZion (Israel), seus pais eram ativistas políticos de esquerda e se mudaram com toda a família para Melbourne, quando Lior tinha 10 anos.

Fortemente influenciado por Nick Drake (pois é! rs), Jeff Buckley e Rufus Wainwright, se distingue por suas músicas suaves, cativantes e bem construídas, além da voz de uma doçura maravilhosa. Outra característica marcante é o uso de linhas melódicas e acordes orientais (hebraicos, árabes e indianos) em algumas de suas canções, sem, no entanto, deixar de ser uma autêntica música indie, intimista e, ao mesmo tempo, carregada de otimismo.

Discografia
Autumn Flow (2005)
Corner of an Endless Road (2008)
Tumbling into the Dawn (2010)
Compassion (2013)
Scattered Reflections (2014)

Do seu último álbum, recém-lançado, A Lift in the Morning Fog.




Bedouin Song (que eu acho maravilhosa!) ilustra a “mistura” oriente/ocidente... amo de paixão!

segunda-feira, 24 de março de 2014

Conversando com o passado



Eu o conheci há muito tempo! Eu tinha 18 anos, cabeça voando na filosofia. E, como sói acontecer (aliás, acontecia... porque hoje...) fomos PF’s, sabe como é!  (rs). Depois, ele foi estudar na Europa (acho que foi pra Suíça, França, se não me engano...) e só nos vimos uma vez, de relance, logo que voltou. Depois, nunca mais.

Há alguns meses ficamos “amigos” no FB. Quando ele me convidou, levei um tempo até me lembrar do dito cujo. Ontem, do nada, conversamos pelo chat. Ele mora atualmente em Uberaba, mas passa alguns meses do ano na Europa. Não consegui entender o que ele faz ao certo. É algo ligado a agronomia.

(... depois de todos os rapapés iniciais, tudo bem?, que fez da vida?, etc.)

Eu: eu tenho 57... você tem quanto mesmo? rs
Ele: 55 daqui um mês  kkkk

(ele é mais novo que eu! comecei a pensar: já fui pedófilo!... era só o que me faltava! kkkkk)

Eu: ah, pequena diferença! você tá bem conservado, né! kkkkkk
devem ser os ares diferentes!

(mentira branca faz mal? rs)

Ele: Não me sinto velho, de fato. rs
Eu: a gente é jovem pelas atitudes diante da vida...
Ele: Procuro me manter otimista, cultivo bons pensamentos
Quando era casado, estava me sentindo muito mal, felizmente mandei tudo às favas

(hum... não sabia que ele havia casado...)

Eu: suponho que conviver com quem não nos faz bem seja a morte, né
Ele: Realmente! Estava muito mal. Que delicia ter mandado tudo para o alto!
Eu: além do mais agora você só precisa pensar em si mesmo, né
e dá pra ficar indo por aí, fazendo o que gosta... quer coisa melhor? isso também ajuda a se manter jovem
Ele: Sim, isso é muito bom, mas tudo tem seu preço rs
Eu: tudo tem seu custo!
a diferença entre o custo e o preço é o tanto de alegria que se obtém kkkkkk
Ele: E isto não tem preço! E seu casamento como está?

(eita! como ele soube que casei?)

Eu: é uma história bem longa... o que dizer?... somos amigos, acho que é isso
tivemos muitos bons momentos, aliás, os melhores momentos da minha vida passei com ela e, por sorte, a amizade não terminou... hoje somos separados/juntos, não queira entender! rs
Ele: Bom, ao menos não se tornaram inimigos... o que é praxe na maioria dos casais
Eu: cada um tem a vida que quer construir... se eu fosse jovem, vivendo hoje, faria tudo muito diferente... mas é aquela coisa, pra quem viveu no "nosso tempo", acho que não se tinha tantas opções, né
Ele: Tempos miseráveis... o que vc faria diferente?
Eu: em relação a casamento? tudo, né... rsrsrs
Ele: Não teria casado? Ou outra coisa?
Eu: gosto de casamento... acho que teria casado com a pessoa certa, se é que você me entende... rsrsrs
Ele: Entendi... mas eram outros tempos, poucos teriam coragem
Eu: tenho dois amigos que são casados, agora oficialmente, os dois na faixa dos 60 anos
olha, é a coisa mais bacana de ver!
Ele: Também fui covarde, demorou muito para me achar  kkkkk
Ter que se aceitar
Eu: acho que nem era questão de covardia
Ele: Era o que então?
Eu: acho que era algo epistemologicamente impensável!  kkkkkkkk
fora a autoaceitação
hoje é bem diferente, em geral as pessoas não vêm anormalidade nisso
o que é absolutamente correto! mas, há 40 anos atrás...
Ele: Diga uma coisa: você sabe que foi o primeiro?
Eu: OI???!!! Sério?! desculpe, não fazia ideia!

(fiquei envergonhado! pode isso? rsrsrs)

Ele: Eu tinha tanto medo, você não?
Eu: e quem não tinha?
fora a sensação de estar fazendo algo errado
o que não faz uma educação repressora, né?!
Ele: Ah, isso a gente tinha, mas o sentimento era mais forte
Demorou muitos anos para que eu me aceitasse
Eu: essa é a diferença de hoje... como o ambiente social, em geral, tende a ser mais receptivo, tudo é muito mais fácil
Ele: Você me causou um choque, naquela época
Eu: sério? eu pensava que nós tínhamos uma mente mais aberta
e nunca foi "forçado", né???
Ele: Na verdade fui eu que forcei um pouco a barra, vi em você o que eu não era kkkkk
Lá na Rua da Prata...

(hum... um pequeno desvio nesse tema, que tá ficando muito saudosista! rsrsrs)

Eu: já que estamos nesse papo aberto... rsrsrs... você também se casou, coisa e tal
assim, nunca chegou a amar alguém?
quer dizer, você viajou muito, viveu na Europa, lá não era mais aceitável isso?
Ele: Antes de me casar, tive um relacionamento lá, deveria tê-lo curtido mais, mas ainda me sentia travado... mesmo na Europa, só me abri há pouco tempo
enfim... acho que vivemos o que dava pra viver, mas não tenho mágoa de nada
Eu: legal!
Ele: E você, já amou alguém, de verdade?
Eu: Well... kkkkkk... longa história!
Ele: Eu gosto de longas histórias! kkkkkk
Eu: essa é do tipo que deve ser contada com um bom café de acompanhamento...
Ele: Não seja por isso! Vou ficar aqui em Uberaba até o meio do ano. Gostaria muito que você viesse dar um passeio, passar uns dias...
Eu: é, quem sabe...

(saída pela esquerda em 3, 2, 1... rsrsrs)

Eu: tenho que ir agora... fiquei muito contente em conversar com você!
tenha uma boa noite!
abração!
Ele: Boa noite p/vc, abraços e vê se não some!
O convite é sério! Me passa o seu telefone para podermos conversar mais. Esses minutos me levaram para um passado que eu gostei demais... vc não vai sumir de novo?
Eu: fica frio... depois conversamos... abraços

(sabe aquele tipo de sensação de “o passado bate à sua porta”? mas, achei muito delicada essa conversa... pra isso também servem os chats...)

domingo, 23 de março de 2014

É Outono... Nick Drake



E começou o outono, finalmente! Se bem que hoje está parecendo inverno. Bom pra tomar um café delicioso, de preferência com alguém de papo agradável. Pena que hoje só vou ficar no café. (rs)

Há um tempo me perguntaram qual era o meu cantor/banda predileto. Complicado isso, especialmente para alguém, como eu, que é bem eclético em matéria de música. Na ocasião, depois de uns segundos pensando, dei uma resposta... e que, passados vários anos, continua a mesma. Se eu tivesse que escolher apenas um, seria Nick Drake. Essa percepção é reforçada, inclusive, na medida em que os “outros prediletos” têm o Nick como uma influência fundamental.

O mais outonal, melancólico e profundo cantor e compositor inglês é também um dos mais enigmáticos. Mas não por suas canções, todas de uma clara pureza, por suas letras e melodias, mas por sua vida, tão abreviada. Ele desistiu do mundo (ou o mundo desistiu dele!) aos 26 anos, em 25 de novembro de 1974, final do outono. E faz parte do enigma não existir gravação alguma dele “em movimento”, seja no palco, seja no estúdio, seja caminhando pelas ruas de Londres. Exceto por algumas fotos (cedidas pela família) e alguns trechos de vídeos caseiros da sua infância, sua existência dá-se somente através de seus discos, que compõe uma trilogia belíssima!

Em 1969 Nick lançou seu álbum de estreia sob o título de “Five Leaves Left“, reunião de boa parte de suas melhores composições até então. Pouco mais de um ano depois, chegava às lojas “Bryter Layter“, dez canções de sua autoria tocadas com os rapazes do Fairport Convention e John Cale, do Velvet Underground. “Pink Moon“, sua obra derradeira e definitiva, foi lançada em 1972. É um estupendo exercício entre voz e violão e possui apenas 26 minutos, mas que é mais que suficiente para nos arrebatar como num sonho...

Ele viveu a sua juventude em duelo com a depressão, convivendo sempre com algum tipo de droga (maconha, LSD, antidepressivos). Sobre sua vida amorosa e sexualidade, dedicarei um post especial (aliás, ele merece um marcador só dele por aqui!). Sua morte até hoje gera polêmica: não se sabe ao certo se foi suicídio ou uma acidental superdosagem de remédios que encerrou a trajetória do mais anônimo dos gênios da música popular.


sexta-feira, 21 de março de 2014

Kele Okereke



Hoje vamos inaugurar (rs) uma nova série de posts com o marcador “Indie/Gay”. Explicando: falaremos sobre cantores e/ou músicos que, mesmo que toquem em alguma banda indie predominantemente hétero, são gays assumidos. Prá ser sincero, nem foi necessário um esforço investigativo assim tão complicado, viu! Será que, em parte, isso explicaria por que eu gosto tanto desse tipo de música? (rs)

O primeiro escolhido para a série é o Kele Okereke (13/10/1981), compositor, vocalista e guitarrista da banda Bloc Party (uma de minhas favoritas). Muito tímido e reservado, até mesmo avesso a muita exposição de sua vida pessoal, seu momento “coming out” aconteceu justamente através de duas entrevistas - ao The Guardian e à revista Butt, uma publicação dirigida ao público gay.

Justificando seu armário e a saída: "Os meus pais são super católicos e vêm de uma cultura nigeriana onde não havia pessoas gays assumidas e felizes... hoje, como eles estão ficando mais velhos, não gosto da ideia de que eles possam morrer sem saber de uma grande parte da minha vida. Mas, não é fácil. Sei que eles me amam e eu os amo igualmente... A razão pela qual estou falando abertamente sobre esse assunto é o fato de, sempre que ando por vários lugares, ser abordado por rapazes, gays, muitos adolescentes, que me dizem que é muito gratificante e encorajador ver alguém como eu se assumir, mesmo tocando numa banda relativamente ‘mainstream’. Eu mesmo, se tivesse conhecido alguém que me dissesse, em minha adolescência, ‘ei, está tudo bem!’, provavelmente eu seria uma pessoa muito diferente hoje. É por isso que faço isto agora, depois de anos sem falar nada a respeito. É bom mostrar que há gays de todas as formas e tamanhos". Taí... gostei!

Várias de suas composições falam sobre assuntos relacionados à temática homossexual. As que eu mais gosto são: “I Still Remember” (sobre relacionamentos adolescentes) e "Kreuzberg", sobre busca do amor e sexo casual (se bem que isso não seja prerrogativa homo, né!), em que ele conta uma experiência que vivenciou em Berlim. Eu adoro essa música!


quarta-feira, 19 de março de 2014

Passenger Seat



“Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não para de mudar de direção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Por quê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti. Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra.”

(Haruki Murakami em “Kafka à Beira-Mar”)


Nunca acreditei em destino. Continuo não acreditando. Penso que vivemos em um vasto mundo, mergulhados em acasos. Somos como aquelas sementes aladas, que esvoaçam, ao sabor dos ventos. Somos uma existência que se resume a uma sucessão de momentos que passam e vivemos aprisionados entre o tudo (o real) que ficou pra trás e o nada (a semente que não se sabe pra onde vai) vagueando pra frente. Em que resulta, então, nossas vidas?

Penso que somos como uma coleção constantemente revisada de informações sensoriais e operações mentais, em forma de “rascunhos”. Somos uma experiência consciente, um “updating”, constantemente revisando processos que se enredam em diferentes tempos, formas e lugares. Somos como um autor maluco, revisando e modificando um manuscrito, que nunca acaba. Os rascunhos representam uma vasta coleção de pequenos “teatros”, uma história que “contamos a nós mesmos” e que, com o tempo, muito apego e esforço, acabamos chamando de “eu”.

Eu sou a música que apenas eu ouço.


segunda-feira, 17 de março de 2014

Range of Light – Sean Carey



Mais cedo do que se esperava (o lançamento oficial será em 4 de abril), eis que “Range of Light” caiu nas águas caribenhas! Surpresa, ao menos para mim, acostumado com o “barroquismo” (rs) tão característico do Sean Carey. O álbum é quase como uma sequência de pinturas suaves, apesar das letras profundas, tendendo à melancolia.

Nada de distorções, nem de sintetizadores, muito piano, instrumentação predominantemente acústica... é um álbum de reflexão. Não acredito em grandes repercussões entre seus fãs. Eu gostei!


domingo, 16 de março de 2014

Breve Divagação sobre Ética – Peter Singer



Acabei de ler “A Vida Que Podemos Salvar”, do filósofo Peter Singer, um estudioso da ética. Não aquela ética teórica, tão ao gosto dos acadêmicos, mas a que ele chama de “ética eficaz”. Sua linguagem é simples e direta, como convém nesse tipo de assunto. Por exemplo, ele questiona o leitor: imagine que você visse uma criança se afogando num lago. Você deveria salvá-la, mesmo correndo o risco de estragar seus melhores sapatos, que estivesse usando naquele momento? A resposta parece óbvia. Mas, ainda estamos, por esse exemplo, na dimensão teórica da imaginação. Que tal um exemplo mais “visual”?

Veja o singelo vídeo abaixo. Reflete imagens captadas por uma câmera de segurança, acontecidas “realmente” na China, há dois anos. É bem curto... e direto!



Chocante, né?! Uma menina de 2 anos é atropelada e agoniza em plena rua. Várias pessoas passam por ali, indiferentes. Mais um caminhão... alguém, finalmente, tira o corpo do meio da rua. Nem o darwinismo social conseguiria explicar, penso eu!

Um dado: segundo estatísticas da Organização Mundial de Saúde e do Unicef, em torno de 7 milhões de crianças morrem por ano no planeta, por doenças facilmente curáveis, por fome e por guerras. São mais ou menos 19.000 crianças por dia! Fora a quantidade (que os darwinistas argumentariam “fazer parte” da luta pela existência e sobrevivência dos mais aptos... ) qual a diferença entre o que nós sentimos (eu incluído aí!) ao “saber” essa informação e ao “assistir” o vídeo acima?

Não vou discutir as ideias do livro aqui. Isso daria um post enorme e redundante. São muitos argumentos, exemplos e estudos que demonstram que a nossa resposta face à pobreza mundial é insuficiente e por isso é moralmente incorreta! Mas, ele ainda é otimista. Ele acredita que está ao nosso alcance, enquanto indivíduos simplesmente éticos, acabar com a pobreza e com o sofrimento. Basta que não deleguemos essa ação a ninguém, aí incluídos governos, igrejas, associações, etc. Dá o que pensar...



sexta-feira, 14 de março de 2014

O Google e os Filósofos

O Google assegura que, quando fazemos uma pesquisa, os resultados sugeridos no preenchimento automático “são um reflexo da atividade de pesquisa de todos os usuários da Web e do conteúdo das páginas da Web indexadas...” Portanto, ao fazermos pesquisa com a frase incompleta “o filosofo X é…”, o preenchimento automático irá completar a frase com aquilo que os utilizadores da Internet pensam sobre esse filósofo.

Eis alguns resultados:



(Do site “Crítica na Rede”)

PS: Justo Wittgenstein, o mais hermético de todos? Será que, quando não entendemos, tendemos a considerar genial? Interessante...


quinta-feira, 13 de março de 2014

Pequeno diálogo sobre Popper



Prof.: O ponto central defendido por Popper é que uma teoria para ser científica tem de ser falsificável.

Aluno: Hum... quer dizer que, o que os cientistas fazem com as suas teorias é tentar falsificá-las, isto é, eles tentam mostrar que são falsas? E se os cientistas tentarem seriamente mostrar que uma dada teoria é falsa e não o conseguirem? Pode-se concluir que a teoria é verdadeira?

Prof.: Não, acho que você não entendeu! Pode-se criticar Popper por várias coisas, mas não de cometer uma falácia tão óbvia como esta falácia do apelo à ignorância.

Aluno: Er...

Prof.: Popper é um crítico radical do raciocínio indutivo, que, segundo ele, domina a ciência. Por indução, raciocinamos assim: "Todos os corvos que vi até hoje são pretos; logo, todos os corvos são pretos". Segundo Popper, o mais adequado seria raciocinarmos assim: "Se todos os corvos forem pretos, nenhum corvo pode ser branco.” Por que isso? Pelo simples fato de que, se um belo dia, surgir um corvo branco... Basta um corvo branco para provar que nem todos os corvos são pretos, mas nenhuma quantidade de corvos pretos observados pode provar que todos os corvos são pretos. Tendeu? (rs)

Aluno: Maomeno...

Prof.: A ideia é que não podemos verificar que todos os corvos são pretos porque a indução é uma armadilha; mas podemos falsificar que todos os corvos são pretos dedutivamente, observando um corvo branco apenas. Mas, a lição mais importante nem é essa!

Aluno: E, qual seria?

Prof.: Não existem verdades absolutas. Tudo é sempre temporário e contingente. Não é uma verdade universal o fato de todos os corvos serem pretos. Isso apenas denota que, por enquanto, não vimos algum corvo branco.

Aluno: Uia, que entendi!

Prof.: E tem também a consequência de relativizar ainda mais o homem diante do universo incomensurável... mas isso é uma questão metafísica, que fica para uma outra aula...


terça-feira, 11 de março de 2014

El Otro... amigo é pra essas coisas...

Hoje vamos com esse curta que vem lá da terra dos hermanos. A estória é bem simples. São dois amigos conversando sobre relacionamentos sexuais. Um deles (o mais tímido) tem um pequeno problema... quer dizer, um grande problema (rs)... na verdade não acho que seja um problema, enfim. O outro, muito mais experiente, resolve ensinar algumas coisinhas. Sem legendas, mas, dá pra entender o “babado”! (rs)

PS: Se eu tivesse um amigo assim na adolescência, teria me evitado muito trabalho! (rsrsrs)


segunda-feira, 10 de março de 2014

Quando o pop conversa com o erudito



Segundo Elton John, ele é o “maior compositor pop do planeta”. Nascido em New York (22/07/1973) e vivendo atualmente em Montreal, Rufus Wainwright respirou música desde sempre. Filho dos cantores e músicos folk Loudon Wainwright e Kate McGarrigle, Rufus começou a tocar piano aos 6 anos de idade e, aos 13, já fazia turnês com sua irmã Martha, a mãe e uma tia (“McGarrigle Sisters and Family”). Estudou piano clássico e moderno e sempre foi um apaixonado por ópera. Aliás, várias das músicas que compôs têm uma grande influência erudita e operística (a canção “Barcelona” tem partes da composição com nítidas citações de Verdi). E também foi fortemente influenciado por artistas como Édith Piaf, Al Jolson e Judy Garland. Que mistureba, né?! (rs)

Ainda adolescente, Rufus assumiu sua homossexualidade. A partir desse momento, afastou-se do pai (que já havia se divorciado), passando a viver com a mãe em Montreal. Em uma excursão pela Inglaterra, algum tempo depois, foi abordado por um homem em um pub e acabou sendo estuprado no Hyde Park. E foi também por essa época que começaram suas experiências com drogas, que culminaram, no início de 2000, com o uso constante de metanfetamina. Foi através do apoio e orientação do amigo Elton John que, em 2002, resolveu se internar em uma clínica de recuperação.

Com uma vasta discografia, escreveu também muitas músicas para a trilha de vários filmes, inclusive para o lindo Brokeback Mountain, além de 2 óperas (pois é...). Não existe, a meu ver, um estilo musical que o possa definir. Em minha opinião, algumas de suas músicas considero memoráveis (inclusive reinterpretações de grandes sucessos de outros compositores), enquanto outras apenas seguem um modelo bem comercial. (rs) Porém, suas letras quase sempre são profundas e poéticas. Enfim, uma voz marcante e uma vida cheia de altos e baixos... e ele continua sobrevivendo! Ainda bem...

Discografia (álbuns solo)
Rufus Wainwright (1998)
Poses (2001)
Want One (2003)
Want Two (2004)
Release The Stars (2007)
All Days Are Nights (2010)
Out Of The Games (2012)


domingo, 9 de março de 2014

Uma Carta Perdida no Tempo

Você leu a carta que escrevi semana passada? Pensei em escrever outra apenas depois de receber sua resposta... não consegui. Na minha cabeça, os dias passam, e eu imagino o que você estaria fazendo todo esse tempo. Queria te ver agora. Falta tanto pra sexta-feira! E são tão poucas as horas que ficamos juntos. Imagino quando poderemos ficar uma noite inteira... quando poderei ter você durante mais tempo... quem sabe para o resto da vida! É complicado te ver só por algumas horas e, depois, ter de abdicar de nós, da proximidade de nossos corpos.

Quando te vejo, tudo o que eu queria dizer desaparece. É como se a urgência do desejo, calasse todas as palavras, tornando-as supérfluas. Mas, sei que você entende esse diálogo não dito. Compensamos a ausência das palavras nos voos que construímos a cada vez que ficamos juntos. Não sei se você consegue sentir exatamente isso: nossos braços e pernas, entrelaçados a voar, pelo calor que brota entre nós. Antes de você chegar, sou apenas uma espera. Aí você chega e o tempo escoa. Como num sonho, parece que cada momento reflete apenas parte do que somos. E só volto a entender completamente quem somos, a nossa presença inteira, quando já é tarde demais e temos que acordar do sonho. Estranho, né?!

Ontem me lembrei de uma coisa que te disse da última vez: você é o primeiro homem com quem posso ser absolutamente sincero! Você se lembra do que respondeu? “Você podia me enganar, que eu não saberia!” Respondo agora o que, no momento, não pude responder: não posso te enganar, pois me é absolutamente impossível! Sei que minha vida (até já falei sobre isso com você) sempre me guiou por caminhos nem tanto firmes e retos e objetivos... sempre acreditei que era impossível ser leal a apenas uma pessoa. Isso é fato, já falamos sobre. No entanto, hoje, acredito de verdade que você é o homem que me traz um sentido de alegria, que eu não acreditava pudesse existir. É por isso que eu te amo... e mesmo que você me deixasse livre, eu só me sentiria bem estando preso a você.

Uma pergunta: o que você espera de mim? Se você me perguntasse... não sei o que esperar de você! Sei o que sinto, sem necessidade de algo novo a se esperar. Sei que,  por trás da sua fragilidade, se esconde a força, a única força que tem o poder de me levantar. Sempre! Isso pra mim é como um milagre. O que eu precisaria ter mais? Talvez, num mundo mais liberto de preconceitos, poder te amar à luz do dia... talvez isso. Mas não é algo que possa restringir tudo o que acontece entre a gente.

Uma vez você me disse que eu era insaciável! Notou que fiquei corado? Respondo agora o que não tive coragem de dizer frente a frente: quem me pergunta isso? O anjo que existe “por fora” de você, ou o demônio, que me enlouquece, sempre que estamos, só nós, nus na cama, e, como um louco, eu transbordo em amor, na impossibilidade de sermos um apenas, não só em espírito? Meu Deus... e o modo como você chama o meu nome! Só isso já me deixa meio bêbado! Como eu preciso de você!

Vem depressa sexta-feira...

Luca’s     (21/11/1978)

OBS: Do tempo em que não existiam emails, sms, whatsapp, etc... isso que dá ficar mexendo no que não se deve! (rs) E, além de tudo, ouvindo Gregory Alan Isakov...


Our Love Is A Star

“Que sempre existam almas para as quais o amor seja também o contato de duas poesias, a convergência de dois devaneios. O amor, enquanto amor, nunca termina de se exprimir e exprime-se tanto melhor quanto mais poeticamente é sonhado.”

Gaston Bachelard


sexta-feira, 7 de março de 2014

Minhas Músicas Preferidas – Free Fallin’



Primeiro tem o John Mayer… depois, tem a voz do John Mayer (rs). Que mais? Falando sério, gosto dele, mas nem tanto. Sobre a música... a letra, sinceramente, não é lá essas coisas. A melodia, um pouco monocórdia. Daí a pergunta: por que essa é uma das minhas preferidas? Não faço a menor ideia! Só sei que ela me hipnotiza, me faz voar, me deixa melancólico e alegre, ao mesmo tempo. Algum mistério, que não se explica.


quarta-feira, 5 de março de 2014

Água morro abaixo, fogo morro acima...

... e hacker quando quer alguma coisa, ninguém segura! (rs)


Através de alguns fóruns que frequento (informação é a alma do negócio, né!) fiquei sabendo de uma mega operação em torno do lançamento do novo álbum do Elbow (The Take Off And Landing Of Everything), previsto para o próximo dia 10 de março, no sentido de impedir o vazamento “unofficial” das músicas. Porém, nada em nosso tempo atual tem todo esse poder! Logo...

Ouvindo aqui... maravilhoso! Alguém tá servido? (rsrsrs)


terça-feira, 4 de março de 2014

Blowing in the Wind

Sei lá o que acontece certos dias… vai ver é a sensação de já ter vivido bastante. Já tive tanta coisa, já senti tantos sentimentos... já questionei, já respondi. E o que não teve resposta, deve ser porque a pergunta não foi bem feita.


domingo, 2 de março de 2014

Capítulo 2 - Sangue de Isaura tem poder!



Domingo, dia de descanso... menos para Isaura, a mucama desamparada pela sorte! (rs) Com almoço já pronto, pela manhã foi tempo de arrastão... e arrasta geladeira, arrasta freezer, arrasta fogão. Depois foi tempo de abertura: abre armários, e tira louças, panelas... essa ainda serve, essa vai pra doação, essa... olha, acho que sua mãe adoraria tudo isso aqui! (rsrsrs). Era Isaura preparando terreno para que sinhá Leôncia fosse visitar sua mãezinha depois do almoço. E deu certo! Até fiz um bolo de fubá maravilhoso, pro chá da tarde. Sabe como é, a visita tem que demorar, né! Tarde feliz pra Isaura, que até teve tempo de traduzir mais uma musiquinha da sua lista que só faz crescer.

Hoje vamos de Nathan Goshen e Ivri Lider, nessa música que deu um trabalho do cão! As letras do Nathan são um pouco confusas, e ele usa algumas declinações que, só por Deus! Mas até que ficou bem bonitinho. Nesse ritmo, daqui a algum tempo Isaura até poderá atuar como serviçal de algum cantor judeu lá em Israel. Isaura Goshen... nada mau, né?! (rsrsrs)


sábado, 1 de março de 2014

Verbotene Liebe



“Amor Proibido” é o nome de uma mega série da TV alemã, iniciada em janeiro de 1995 e que é exibida até hoje. Em novembro de 2013 completou 4.400 episódios! Calma! (rsrsrs) Na verdade ela é composta de várias estórias (no formato de temporadas) diferentes, com atores, enredos, diferentes, mas sempre dentro da temática LGBT.

A temporada mais famosa e que alcançou a maior audiência, inclusive sendo retransmitida para vários países europeus, foi, sem dúvida, a estória de “Christian e Oliver”, exibida em 2008. Na minha singela opinião (que já vi todos os episódios sei lá quantas vezes, rs) é a mais bela estória de amor homossexual já feita para TV.

Apesar de todo o romantismo em que se desenvolvem os episódios, penso que o que tornou essa temporada a mais famosa e vista é, sem dúvida, o tipo de relação existente entre os protagonistas.  Eles são duas pessoas comuns, com origens diferentes, estilos de vida diferentes e que, por acaso, são gays.

É uma estória de amor com altos e baixos, comuns a qualquer tipo de relacionamento, com crises, separações, etc. O que não impediu nunca que eles superassem tudo, pois, essencialmente, se amavam. Isso significa que não se pode perder tempo com bobagens, né! E esse é o grande segredo, não apenas da série, mas da vida.

Encontrei esse vídeo que editei há tempos, com alguns dos melhores momentos... quer dizer, dos melhores beijos! (rs) É um dos meus vídeos que mais gosto. E nem é bom tentar comparar com o famoso beijo do Felix e do Nico, né! Seria covardia! (rs)


Capítulo 1 - Isaura achando que iria se safar



Quando Isaura acordou logo cedo e não viu Sinhá Leôncia (rsrsrs) em casa, acreditou que estava salva e teria um carnaval tranquilo. Tsc, tsc, tsc... mal soaram as 9 badaladas diurnicas e suas esperanças escorreram ralo abaixo! A malvada senhora de escravos chegou com uma sacola de mantimentos e “sugeriu” (como é doce essa sinhá! rsrsrs) que, antes de fazerem as mudanças necessárias (não se sabe pra quem!) na cozinha da casa grande, seria de bom tom que Isaura fizesse algumas guloseimas para as refeições. Pobre Isaura...

Mas, não deixou de ter baile, né! Porque, pra fazer uma bela moussaka, um adorável bacalhau ao forno e arroz integral e branco, pra acompanhar esses pratos, só dançando, né! E muito! Aguardem os próximos capítulos dessa eletrizante novela. Só espero que Isaura não jogue a sinhá janela abaixo, num ato de rebeldia compreensível! Falta muito pra Lei Áurea? (rsrsrs)