terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Call Me By Your Name - O Filme



O enredo se desenvolve no ano de 1983 na Itália, quando Oliver, um aluno de doutorado com 24 anos (pensando aqui: o Armie Hammer, com 31, só como licença poética, nzé) recém-chegado dos Estados Unidos, conhece Elio, de 17 anos. Oliver passará o verão daquele ano com Elio e sua família, numa belíssima propriedade rural, típica do norte da Itália. E o que era para ser apenas mais um aluno estrangeiro estagiando para o pai de Elio, transforma-se em uma enorme história de paixão. E que, a meu ver (era o que eu “esperava”... não li o livro ainda), antes de ser mais um “romance” gay, é uma bela coleção de metáforas das mais interessantes; a maior delas expressa no próprio título. Já experimentei (nos meus áureos tempos) esse jogo de “troca de identidades” com... rs... foi uma delícia!

Não vou me alongar no tanto de questões que são abordadas, até pra não correr o risco de ser spoiler (rs). Destaco uma. A presença de Oliver perturba Elio de uma forma até então desconhecida para ele. Elio, tendo vontade de tocá-lo, beijá-lo, pensa que há grande chance de que esse desejo não seja correspondido. Elio também não tem coragem para abordá-lo, pois se aproximar de Oliver requer que Elio compreenda exatamente o que está sentindo. E, na falta da “realidade” (isso toma quase toda a primeira parte do filme) resta a imaginação. Que, como veremos na segunda parte (rs), é até mais pobrinha que a tal vida real...

O filme é baseado no livro (ainda não disponível em português, infelizmente) do autor norte-americano André Aciman, publicado em 2007, mas que só ganhou atenção mundial devido a essa adaptação para o cinema. Li algumas críticas, resenhas e trechos: parece ser ainda melhor do que o filme!

"Eu queria ouvir a sua janela abrindo, ouvir o som dos seus sapatos na varanda e, em seguida, o som da minha própria janela, que nunca foi trancada, sendo aberta enquanto ele entra no meu quarto depois de todos já terem ido dormir, se aconchega debaixo do meu lençol, tira a minha roupa sem fazer perguntas, e, após me fazer querê-lo mais do que eu achava possível querer qualquer outra pessoa, suavemente se apossa do meu corpo, depois de ouvir da minha boca as palavras que eu ando ensaiando há dias: por favor, não me machuque... o que significaria, me machuque o quanto você quiser."

Eita! rs

Cena final (com música do Sufjan Stevens!): ao que consta, foi rodada em um só take. Maravilhosa!


segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Eu Estava Aqui

Pois é, esse povo do kipá é fofo por demais! rs

“Eu estava aqui o tempo todo e você não notava...
Eu estava aqui, mãos sobre a mesa, coração queimando...
Eu queria o tempo todo, embora não soubesse bem o que...
Eu quero agora, estou pronto, é o momento perfeito...”


domingo, 10 de dezembro de 2017

Quando a Surpresa é Surpresa Mesmo

Oh, bloguinho abandonado! Mas, até pra não perder o costume, mais um vídeo de pedido de casamento. Fofo, fofíssimo... rs



quinta-feira, 17 de agosto de 2017

domingo, 6 de agosto de 2017

Ljósið

Este belo curta (Ljósið – Luz) é uma alegoria sobre a vida, através do desejo e do amor. A busca, presente em cada um de nós, que anseia alargar os limites, sob o risco de encontrar a perda e a negação. E tudo através da dança (parece que Nietzsche tinha razão, rs), que, afinal, representa todos os movimentos e fluxos do universo.

Cereja do bolo: ao som de Sigur Rós! Pra que mais?

OBS: Acho que não entendi bem o final. Será que Freud explica?



segunda-feira, 31 de julho de 2017

In a Heartbeat

Coisa mais fofa, meiga, linda... rs

Lançado hoje (31/07/2017) na net e já tem quase 1 milhão de visualizações!



terça-feira, 6 de junho de 2017

Loev



O cinema indiano nunca foi minha praia. Ou é tudo meio sem pé nem cabeça, ou meio infantiloide (o que é quase a mesma coisa, rs). Um amigo, sabendo que eu havia amado Esteros, me recomendou esse longa indiano: Loev. Esse amigo entende os meus gostos...

A história é simples: um músico amador (Sahil), que namora Alex, um carinha irresponsável (aparentemente... no fim saberemos que nem tanto, rs), aguarda ansiosamente o final de semana, quando irá se encontrar com um amigo “das antigas” (Jai), que não vê há muito tempo. E o filme nos conduzirá, de forma naturalista (adoro!), a esse encontro. Ou seria confronto? Os dois são de Mumbai. Sahil é o que ficou, atolado no seu passado, com uma visão de mundo sem ambição. Jai foi o que partiu para New York - procurando o seu futuro – onde se tornou um executivo de sucesso.

Sahil é quem escolhe tudo: os passeios, onde ficar, o que ver - aliás, que fotografia deslumbrante! Jai é quem tentará mergulhar nessa atmosfera, sem querer/poder se “desligar” do seu mundo-business. Mas, afinal, é apenas amizade que os une, ou tem algo mais? Óbvio que tem, né! E é lindo assistir a esse encontro/confronto! Quando os relógios dos corpos anseiam a sintonia, mas os mundos, os desejos e mesmo a própria aceitação da sexualidade (Jai não se sente muito a vontade com a sua) andam anacronicamente, o simples torna-se bem complicado. Oh angustia! (rs)         

Para mim, de certa forma, é um enredo bem conhecido. Vivi algo semelhante. E hoje, trocentos anos depois, ainda não sei se me arrependi do rumo que tomei na vida. Agora, as cenas finais... não teve como: o meu “filme” voltou forte!

Enfim, pra quem quiser arriscar, vale a pena! Além do que a trilha sonora é linda! E eu acabei descobrindo (parece piada pronta, rs) que tem um indie/hindi bem bacana lá por aquelas bandas.
 
Ah, nota final: Dhruv Ganesh, o ator que faz o Sahil, morreu (29 anos) de tuberculose, antes do lançamento oficial do filme. Dureza...



quarta-feira, 17 de maio de 2017

Peso Pesado

Queiramos ou não, existem padrões. Faz parte das categorias do entendimento humano (aprioristicamente, como diria Kant, rs) pensar, trabalhar, conviver com a noção de padrão em todas as nossas atividades. E, sem confundir com o conceito de “normal” (longa discussão... melhor deixar pra outra oportunidade), ou até do de “maioria”, que só possui validade para a estatística. Para não polemizar muito, podemos associar padrão a “esperado”. Assim, por exemplo, espera-se que, ao embarcarmos em um avião com destino a Paris, cheguemos a Paris. Ou, quando estamos com fome, se comermos alguma coisa, esperamos que a fome passe. Existem infinitos exemplos, enfim.

O que é esperado do comportamento sexual de um indivíduo? Pode parecer reducionista demais, mas em essência é isso! Então, o que se passa em nossas adolescentes cabeças quando percebemos que o “nosso” esperado é outro? Falando por mim – e isso me aconteceu muito cedo – eu tive um misto de sentimentos... medo, desorientação (por que eu era diferente?), não aceitação... e aqui mora o grande perigo! Assim, acredito que a grande escolha - dado que é evidente não ter sido nossa sexualidade uma “nossa escolha” – passa a ser: exteriorizar ou esconder.

Penso que (e é apenas pensamento e não tese acadêmica, rs) o maior de todos os inimigos de nós homossexuais é nossa própria homofobia. Introjetamos de tal forma os padrões sociais em relação à homossexualidade que, mesmo inconscientemente, tendemos a negar, em princípio, nossa própria sexualidade. Como se isso fosse possível!

Essas ideias soltas me vieram ao assistir, semana passada, este singelo curta. Nada de muito extraordinário, ou artístico. Em compensação, a cena final... um soco no estômago! Até para não sair do contexto do filme: é um peso bem pesado... Vale a pena ver.



sábado, 18 de fevereiro de 2017

Esteros



A primeira vez que li alguma coisa a respeito deste filme foi durante a realização do Festival de Gramado de 2016. Não eram boas críticas; pelo contrário, o que ficava evidenciado pelos cinéfilos de plantão (rs) dizia respeito a ser o filme meio que um conto de fadas gay argentino. Como eu gosto demais do cinema dos hermanos (em especial do diretor Marco Berger, com destaque para o seu belo e sensual Hawaii) e, não sei por que, adorei o título (Esteros... estuários... mais forte que charco, pantanal), fiquei curioso pra assistir. Mas, cadê? Nada nos circuitos comerciais, ou mesmo alternativos; nada nos “mares do Caribe”, apesar de meus apelos incessantes... já ia me conformando quando ontem, do nada, gentilmente me enviaram o link. O que achei? Lindo, lindo, lindo! Como eu intuía... sem essa de ficar se debruçando (rs) sobre a metafísica da vida!

A história é bem simples: Matias e Jerônimo são melhores amigos desde a infância/adolescência, e isso nos é revelado através de flashbacks – únicos momentos em que se foge da lentidão (exata e necessária!) em que se desenrola a trama atual, onde os protagonistas já são jovens. Cenas com uma fotografia exuberante dos esteros na cidade de Passo de Los Libres, onde os lindinhos (rs) passam as férias na fazenda dos pais de Jerônimo. Entre brincadeiras, corridas, jogos, lutinhas (quem nunca?! rs) e banhos nos rios, que compõem o estuário, inevitavelmente começam também as “descobertas”... os anseios, os desejos. E quando tais sentimentos vão se tornando cada vez mais reais, ocorre o afastamento dos dois – os pais de Matias se mudam para o Brasil. Mais de 10 anos depois, o destino (aquele! rs) resolve aprontar das suas e eles irão se reencontrar na mesma cidade, no mesmo palco onde tudo começou. Básico, convenhamos!

Primeiro longa do jovem cineasta Papu Curotto (tão bom quanto Berger, mas com uma sensualidade mais comedida), o que temos em Esteros é uma história de reencontro e busca inconsciente do que se perdeu sem nunca ter havido realmente; é a história do fechamento de um ciclo, ou melhor, do completar um ciclo. Na mansidão das águas, que mesmo parecendo imóveis, fluem, natural e necessariamente. Desconectados compulsoriamente no passado, é exatamente no mesmo ambiente de antes (belas cenas de situações “repetidas” das duas fases), na solidão e na liberdade dos estuários afastados, onde os dois irão mais uma vez se reconectar. Se para sempre, ou por apenas um momento, não conto, pois não sou spoiler! (rs) Em resumo: adorei! Vai pra minha listinha...

Pequeno diálogo matador:
“- Como foi sua primeira vez?”
“- Minha primeira vez depois de você?”...



domingo, 5 de fevereiro de 2017

Pra Que Palavras?

A propósito de uma conversa, ontem à noite, e que versou sobre alguns temas (muitos recorrentes, rs), senti vontade de escrever sobre a minha teoria (tsc, tsc, tsc) de como nasce e se constrói o amor. De como se estabelece esse jogo (não apenas no sentido de aposta, mas também no de brincar mesmo) de amar, a partir de algumas variáveis – interesse, audácia, encantamento, esperança, medo, etc. Foi então que descobri, por acaso (continuo acreditando em acaso!) este curta. Fiquei encantado! rs

Ele traz uma beleza que pode ser apreciada sob alguns ângulos, entre os quais destaco: primeiro, pela simplicidade e singeleza de como as “coisas” se desenvolvem; e, em segundo lugar, por prescindir do uso das palavras. Aliás, a proposta é justamente essa: deixar que quem assiste ao filme “construa” mentalmente o significado discursivo que as imagens apenas revelam. Muito, mas muito bom!

E como o filme “diz” absolutamente tudo o que eu iria escrever... o post fica para uma próxima oportunidade... rs

PS: Ainda esperando 2017 começar...