domingo, 29 de novembro de 2015

Chave de Bronze



A palavra é: DESPRETENSIOSO. Eu esperava bem mais, sabe (rs)... mesmo porque, ao que consta, será o último álbum deles. Enfim, pra ouvir andando por aí até que vai... e também pra encerrar o ano!

PS: Mais um ano como esse, e eu desisto...


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Acasos e Decisões

A crença em algo, como tipificado no conceito de “destino”, se manifesta por duas situações: quando, percorrido um caminho, se chega a um ponto determinado/almejado, ou seja, como um fato “a posteriori”; ou quando, mesmo antes de percorrer o caminho, existe um forte (muito forte, obsecado) desejo de alcançar algum ponto. Lamento informar, mas, esse segundo caso, é apenas uma postura otimista (muito otimista) frente à vida e não a garantia exata de poder alcançar o objetivo. Em outras palavras: na vida o “a priori” constitui-se simplesmente de categorias/formas “vazias” e que apenas ganham sentido quando completadas com os conteúdos das experiências do mundo sensível, ou (em filosofes, rs) da realidade fenomênica, a única acessível a nós, humanos. Tentarei traduzir.

Se houvesse, de fato, algo como destino, o universo seria uma enorme (imensa) fraude! Não passaríamos de joguetes, fantoches (apenas para ficarmos na esfera dos humanos), nas mãos de algum ser supremo, facilmente diagnosticável como esquizofrênico. Tudo, desde o mais ínfimo anseio de nossa parte, não teria sentido algum, dado que os fins estariam previamente traçados. E tudo perderia sentido, ao contrário dos que creem em destino. Afinal, por qual motivo valeria a pena algum tipo de esforço a fim de mudar qualquer coisa, se tudo “já está escrito”? Penso que, mesmo algumas religiões (ao menos as que se pretendem mais “científicas”, rs) já abdicaram desse dogma. É aqui que entra outro conceito (mais palatável): o do livre-arbítrio.

Então, podemos optar. Entre os caminhos a, b, c... existem opções. Obviamente que essas religiões não se deram conta que, adotado o princípio do livre-arbítrio, torna-se muito mais complicado impor “leis morais”. Afinal, não teria o suicida usado, pura e simplesmente, a sua prerrogativa de escolher? Ou a mulher que aborta? Não me estenderei nos exemplos, que poderiam ser numerosos.

Um pequeno “toque filosófico”: no pensamento kantiano, o livre-arbítrio é a única pressuposição que pode ser determinada pela razão pura, diferentemente dos outros “arbítrios”, que sempre são determináveis, ou por inclinação, ou por estímulo, ou por crenças (ficções?), que Kant denomina “arbítrio bruto”. Ele também associa o conceito de livre-arbítrio ao que ele denomina como “vontade pura”, ou seja, livre das necessidades e inclinações sensíveis a que está submetido o homem. Se Deus existe e é perfeito, certamente nos concedeu livre-arbítrio. E nunca destino!

Já escrevi por aqui algo, mais, ou menos assim: eu acredito que, em nossa vida (uma extensão temporal entre dois - ou mais... quem saberá? - pontos) sempre existe uma nuvem de possibilidades (mais, ou menos casuais) e que, por nossas ações (pensadas, ou impulsivas, não importa, mas, sempre decisivas), “criamos” um caminho. E que nem é tão demarcado assim. Talvez, também, uma nuvem de caminhos possíveis. Ora estamos em um, ora em outro, por vezes paralelos, outras vezes sinuosos, contraditórios...

PS: Era pra ser um comentário ao post do meu amigo Le... Latinha (por enquanto ele ainda não “se permitiu”, rs) e que achei um tanto extenso. Sou muito prolixo?