sábado, 18 de fevereiro de 2017

Esteros



A primeira vez que li alguma coisa a respeito deste filme foi durante a realização do Festival de Gramado de 2016. Não eram boas críticas; pelo contrário, o que ficava evidenciado pelos cinéfilos de plantão (rs) dizia respeito a ser o filme meio que um conto de fadas gay argentino. Como eu gosto demais do cinema dos hermanos (em especial do diretor Marco Berger, com destaque para o seu belo e sensual Hawaii) e, não sei por que, adorei o título (Esteros... estuários... mais forte que charco, pantanal), fiquei curioso pra assistir. Mas, cadê? Nada nos circuitos comerciais, ou mesmo alternativos; nada nos “mares do Caribe”, apesar de meus apelos incessantes... já ia me conformando quando ontem, do nada, gentilmente me enviaram o link. O que achei? Lindo, lindo, lindo! Como eu intuía... sem essa de ficar se debruçando (rs) sobre a metafísica da vida!

A história é bem simples: Matias e Jerônimo são melhores amigos desde a infância/adolescência, e isso nos é revelado através de flashbacks – únicos momentos em que se foge da lentidão (exata e necessária!) em que se desenrola a trama atual, onde os protagonistas já são jovens. Cenas com uma fotografia exuberante dos esteros na cidade de Passo de Los Libres, onde os lindinhos (rs) passam as férias na fazenda dos pais de Jerônimo. Entre brincadeiras, corridas, jogos, lutinhas (quem nunca?! rs) e banhos nos rios, que compõem o estuário, inevitavelmente começam também as “descobertas”... os anseios, os desejos. E quando tais sentimentos vão se tornando cada vez mais reais, ocorre o afastamento dos dois – os pais de Matias se mudam para o Brasil. Mais de 10 anos depois, o destino (aquele! rs) resolve aprontar das suas e eles irão se reencontrar na mesma cidade, no mesmo palco onde tudo começou. Básico, convenhamos!

Primeiro longa do jovem cineasta Papu Curotto (tão bom quanto Berger, mas com uma sensualidade mais comedida), o que temos em Esteros é uma história de reencontro e busca inconsciente do que se perdeu sem nunca ter havido realmente; é a história do fechamento de um ciclo, ou melhor, do completar um ciclo. Na mansidão das águas, que mesmo parecendo imóveis, fluem, natural e necessariamente. Desconectados compulsoriamente no passado, é exatamente no mesmo ambiente de antes (belas cenas de situações “repetidas” das duas fases), na solidão e na liberdade dos estuários afastados, onde os dois irão mais uma vez se reconectar. Se para sempre, ou por apenas um momento, não conto, pois não sou spoiler! (rs) Em resumo: adorei! Vai pra minha listinha...

Pequeno diálogo matador:
“- Como foi sua primeira vez?”
“- Minha primeira vez depois de você?”...



domingo, 5 de fevereiro de 2017

Pra Que Palavras?

A propósito de uma conversa, ontem à noite, e que versou sobre alguns temas (muitos recorrentes, rs), senti vontade de escrever sobre a minha teoria (tsc, tsc, tsc) de como nasce e se constrói o amor. De como se estabelece esse jogo (não apenas no sentido de aposta, mas também no de brincar mesmo) de amar, a partir de algumas variáveis – interesse, audácia, encantamento, esperança, medo, etc. Foi então que descobri, por acaso (continuo acreditando em acaso!) este curta. Fiquei encantado! rs

Ele traz uma beleza que pode ser apreciada sob alguns ângulos, entre os quais destaco: primeiro, pela simplicidade e singeleza de como as “coisas” se desenvolvem; e, em segundo lugar, por prescindir do uso das palavras. Aliás, a proposta é justamente essa: deixar que quem assiste ao filme “construa” mentalmente o significado discursivo que as imagens apenas revelam. Muito, mas muito bom!

E como o filme “diz” absolutamente tudo o que eu iria escrever... o post fica para uma próxima oportunidade... rs

PS: Ainda esperando 2017 começar...