quarta-feira, 29 de julho de 2015

Idan Rafael Haviv



E quando eu penso que conheço todos os príncipes lá da terrinha, me aparece essa deliciosa surpresa! Idan Rafael Haviv - nome duplo (é o primeiro que vejo) - que, além de cantor, compositor e multi-instrumentalista, é também fotógrafo, pintor e poeta, fora ser essa fofura toda. Moisés, toma conta! (rs)

Ele foi descoberto por outro Idan, o Raichel, meu conhecido de anos, fazendo parte da primeira formação da banda que o acompanhava em seu projeto musical. Sua música, a meu ver, é um pouco diferente da que meus outros queridos judeus fazem. Eu diria que é quase um indie, pela suavidade, tanto da melodia, quanto das letras. Aliás, eita povo que escreve bem e de forma tão delicada!

Vai uma amostra dessa lindeza do mundo dos kipás! (rs)


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Amnésia Santa

É, tá comprovado: esquecer é o melhor remédio! (rs) Vale pra tudo, inclusive para esses vícios do demônio! Esse pastor é porreta... me lembra alguém, mas não atinei ainda quem seja! (rs) Adorei o modelito brucutu que ele veste! Deve ser pra deixar bem claro que estamos na idade da pedra...

PS1: E não é que até o Infeliciano foi convidado pra comprovar o milagre!

PS2: Apesar de que, pelo jeito do moço no final (atenção especial para a calça do mancebo) e pela “afinidade” demonstrada com o obreiro da igreja, é bem provável que ele tenha esquecido o passado. Já o presente... (rs)

PS3: Er... pra que mesmo eu escrevi este post? Não me lembro...


sexta-feira, 24 de julho de 2015

Hamlet e o Mundo Como Palco

Dica para quem gosta de uma boa conversa, inteligente e com muito conteúdo: essa palestra da série Café Filosófico (aliás, uma série sempre com boas palestras e assuntos atuais!) com o historiador e filósofo da Unicamp, Leandro Karnal. Tema: a análise do Hamlet, de Shakespeare, muito bem contextualizada no mundo atual, com todos os seus dilemas e mazelas.

Há quem compare o estilo do Leandro com o de Foucault, um de seus (e meu, rs) filósofos prediletos. Discordo! A não ser pelo tipo físico, que se assemelha demais a Foucault, Leandro tem um estilo que, apesar de profundamente erudito, é de fácil acesso e assimilação. Ele não utiliza uma linguagem hermética, aos moldes foucaultianos. Pelo contrário, sempre com muito humor e ironia, Leandro é um mestre em discorrer, com absoluta fluência, sobre os mais diferentes assuntos, sem perder o foco principal. Vale a pena!

A íntegra da palestra está aqui. São quase 2 horas, mas que passam muito rápido. Uma amostra no vídeo abaixo.


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Um Pouco Sobre o Normal e a Patologização do Ismo

Acho no mínimo interessante (ou é engraçado?) essa discussão sobre o que seria mais “correto” em termos de denominação conceitual: homossexualidade, ou homossexualismo. Entendo a carga, digamos, patologizante (esse povo de branco, que adora impor conceitos), que vem associada ao sufixo “ismo”. O que, se pensarmos bem, não quer dizer muita coisa, dado que o uso, per se, desse sufixo, não é condição, a priori, de estarmos falando sempre sobre doença. Vide impressionismo, cristianismo, automobilismo, jornalismo, etc. Mas, relevemos tudo isso, mesmo porque não é sobre isso que quero falar.

Eu poderia começar pela pergunta: o que é doença? Melhor não; seria maldade demais, visto que esta questão, apesar de ser a mais fundamental para a medicina, é a mais controversa e a de menor consenso. Talvez uma pergunta (a partir de um exemplo) mais fácil: alcoolismo é doença? Acredito que a resposta, mesmo para não médicos, seja bem consensual: sim. Eu, entretanto, responderia: depende. Lembrando que estou me lixando para a palavra, devidamente sufixada pelo fatídico ismo. Vamos ver se consigo me fazer entender (nos últimos tempos isso anda bem difícil - talvez por um problema só meu, em decorrência da minha fase da PVC, rs).

Um grande médico e filósofo, Georges Canguilhem, disse o seguinte: “Saúde não é a ausência da doença. Ter saúde é poder se dar ao luxo de ficar doente! Ambas, a saúde e a doença, situam-se no campo da normalidade, pois não há vida sem norma”. Traduzindo (rs): todo ser vivo, enquanto em interação entre os componentes/sistemas externos que o cercam (ambiente, família, escola, emprego, etc.) e os internos (físico, psíquico, emocional, etc.) está constantemente “produzindo normas”, ou seja, reagindo, se adaptando, encontrando atalhos, se reconstruindo, etc. E nesse processo, que é exatamente a vida, ele se confrontará, necessariamente, com momentos de instabilidade, de desregulação... de diminuição da tal produção de normas. E isso é algo absolutamente normal, pois faz parte do jogo que chamamos vida.

Um exemplo (citado pelo próprio Canguilhem) para ilustrar: você toma algo gelado, uma bebida, um sorvete e, eventualmente, fica com a garganta inflamada. Após um ou dois dias, os sintomas desaparecem e você se sente curado. Isso tem um significado: você é uma pessoa com saúde, pois foi capaz de, em confronto com uma instabilidade (a inflamação), criar meios (normas), que o fizeram enfrentar e solucionar esse problema. Indo um pouco além: você é normal (normativo), dado que você podia enfrentar a instabilidade/doença, antes mesmo de ter se visto em confronto com essa situação.

Por outro lado, se você é o tipo de pessoa que não pode, de forma alguma, tomar algo gelado ou fazer qualquer outra coisa do gênero, fora de um “padrão muito rígido de comportamento” (pois isso acarretaria, certamente, no confronto de alguma instabilidade de difícil solução), então você é doente, independente e anterior a qualquer coisa/fato localizado fora do seu rígido padrão (no exemplo, o tomar algo gelado). Dá pra entender? É mais ou menos isso o que se quer expressar com o famoso jargão: o que importa é o doente e não a doença. Canguilhem reforçaria: não existe uma “entidade” chamada doença; quem produz a doença é o doente, esse ser restrito em sua capacidade de produzir novas normas de vida.

Voltemos ao álcool (o do texto, não o “real”, pois eu sou um bom exemplo de incapacidade em criar normas frente ao dito cujo, rs): só é alcoólico (o povo de AA não gosta da palavrinha “alcoólatra”... idiossincrasias, quem não as tem!) aquele que tem a constituição, a predisposição a sê-lo. Em tom de piada poderíamos dizer que só é alcoólico quem pode, não quem quer. Idem para a cirrose hepática (no que já está comprovado por vários estudos recentes): não é o álcool que provoca a cirrose, mas o inverso. Não é muito fácil de explicar isso e nem é meu objetivo, mas, tá dando pra entender a minha intenção em tocar nesses pontos?

Pra fechar o assunto: ser homossexual é patológico? Dá pra prever o que eu penso, por tudo o que expus acima?

PS: Esse post é quase um adendo ao anterior (rs).




quarta-feira, 22 de julho de 2015

Os 12 Passos do HA

“Muitos de nós, no início, acreditávamos que aqueles pensamentos/ações não passavam de certa curiosidade... Muitos começaram a trilhar esse caminho quando ainda eram bem crianças. Seja qual tenha sido o nosso meio de contato com essa situação, em pouco tempo descobrimos que havia algo mais do que mera curiosidade. Havia algo diferente em nós que, ao mesmo tempo em que nos dava estímulo a exercitarmos sentimentos de prazer inesperados, também deixavam nosso espírito como que em um estado muito doloroso... E, com o passar do tempo, também percebemos que não era questão de escolha. Na verdade a dor (que em essência era prazer) vinha justamente de sentirmos não ter liberdade de escolha.”

Esse é (com pequenas adaptações) o prólogo dos textos, conhecidos genericamente como Manual dos 12 Passos, que servem de base a essa tradicional concepção terapêutica para vários tipos de adicções (álcool, drogas em geral, neuroses, etc.). Lembrei-me disso hoje, acompanhando os textos que o José Antonio vem publicando em seu blog, de um livro que trata do tema da homossexualidade.

Curiosamente (ou não?) o primeiro passo para a “cura” (e que, no que diz respeito ao “ser homossexual”, não quer dizer, obviamente, tornar-se hétero!) dessa situação de tensão e sofrimento em sentir-se “diferente do esperado”, consiste na honestidade em admitirmos que somos incapazes de “superar” essa condição, pois simplesmente não há o que superar! Somos homossexuais e ponto! Ao conseguirmos admitir isso, com toda a clareza, com toda a singeleza que o ato exige (o que não quer dizer que seja fácil), acabamos por dar o nosso 1º passo...

Er... será que ando viajando demais na maionese? (rs) Vou analisar se os outros passos se encaixam nessa “viagem”.




domingo, 19 de julho de 2015

Pra Não Dizer Que Eu Não Sonho

Esse povo que vive sonhando e, pior, lembra de tudo quando acorda... eu rarissimamente lembro de alguma coisa! No máximo, pequenas cenas, totalmente embaralhadas e sem sentido. Pois então, pela segunda vez ontem sonhei com o Damien Dempsey e, melhor (rs), lembro de tudo!

Acho que nos sonhos não existe diferença de língua, tanto é que não deu pra saber se o sonho era em português, ou naquele inglês/irlandês maravilhooooso que ele fala! Só sei que nos entendemos perfeitamente... mesmo contra todos os meus “padrões usuais”, se é que entendem! (rs)

E, pra dar uma pálida ideia do meu nível de gostar desse “homem tudo-de-bom”, se tivesse um show dele, no mesmo horário de outro, onde estaria toda a judeuzada que eu adoro, eu não pensaria nem um segundo: será que é muito caro lugar na primeira fileira?


quinta-feira, 16 de julho de 2015

Velho Com Jeito de Novo... Novo Com Jeito de Chato

São dois novos álbuns, de duas bandas com estilos bem particulares. Vou tentar uma análise (lembrando que não sou crítico musical, rs) para “explicar” porque gostei de um e não do outro.



. O sexto álbum do Iron and Wine (Sing Into My Mouth) que, dois anos após o belo Ghost On Ghost, pode ser resumido em uma palavra: DISPENSÁVEL! Tem coisas que não consigo entender... uma delas é quando um artista não percebe que seu novo trabalho é um repeteco (no caso em questão é, além disso, cansativo e arrastado ao extremo!) de tudo o que ele já fez anteriormente, sem ao menos agregar novas leituras. E mesmo que todas as músicas sejam inéditas, nada chama a atenção, nada se destaca, nada empolga, dentre as doze músicas do álbum. Pra quem confia no meu gosto (rs), não perca seu tempo! Baixei e já deletei.




. Longitude, do The Frames (Glen Hansard)... aqui a história é oposta. Depois de quase cinco anos sem lançar novos álbuns, podemos dizer que essa banda irlandesa (que está comemorando seu 25º aniversário) nos apresenta apenas releituras de seus grandes sucessos, mas que soam como músicas novas. É uma coleção de hits (além da única inédita Not But I, belíssima!) que eu consegui ouvir e sentir me surpreendendo. Dá pra entender, ou acabei me enrolando na explicação?

Uma de minhas preferidas do The Frames, na versão folk/eletrônica/tribal (rs), que confere muito mais força à belíssima letra, especialmente ao seu refrão-chiclete...


terça-feira, 14 de julho de 2015

Gungor



“Gungor is a genre blurring, musical collective based in Los Angeles, CA. Led by Michael and Lisa Gungor, the collective crafts music intended to defy categorization and open the human heart.”

Apesar de ser um tiquinho indie/cristão (rs) é muito bom!







segunda-feira, 13 de julho de 2015

Green River Ordinance



Voltando à nossa programação normal (rs), hoje vamos com essa banda folk (com pitadas de rock alternativo) texana. Apesar de já atuarem desde 2003, foi em 2009 que conseguiram lançar seu primeiro álbum.

Sonoridade bem simples, letras redondinhas... o nome da banda, pra variar, um pouco estranho. Pesquisei, entendi do que se trata (uma lei municipal - bem controversa, por sinal - da cidade de Green River, que proíbe a venda porta-a-porta sem o expresso consentimento dos moradores), só não “captei”  a motivação dos carinhas ao escolherem esse nome para a banda.

Enfim, eles fazem o tipo de música gostosa de ouvir, sem grandes encucações...


domingo, 12 de julho de 2015

Quem Avisa Amigo É!



Como sou uma pessoa extremamente educada, de comportamento afável, sensível, compreensivo, enfim, praticamente um ser iluminado (rs), acredito ser extremamente polido avisar: de hoje em diante, todo aquele que ouse juntar, na minha presença, duas singelas palavrinhas, quais sejam, SE + PERMITIR, terá seu lindo nominho escrito, em letra de forma (para melhor entendimento da baixa espiritualidade), em papeizinhos já devidamente separados aqui e adequadamente costurados na boca de um sapo (falta providenciar esse quesito!). Dá pra entender, ou preciso desenhar? (rs)

PS: Se as demoníacas palavras supracitadas vierem acompanhadas de “viver a vida plena e abundantemente”, ao sapo agregaremos um belíssimo ebó, todo trabalhado no vermelho e preto!








segunda-feira, 6 de julho de 2015

Lifetime

Como é de domínio público (rs) eu adoro esses filminhos de pedido de casamento! A maioria é até muito previsível. Alguns, no entanto, ficam uma delícia! Esse é um bom exemplo. O carinha é bailarino. Então, o namorado (que não sabia dançar) resolveu preparar uma surpresa... e, pra matar a pau, acabar com o pequi de Goiás e congêneres, escolheu Lifetime, do Steve Moakler, como trilha sonora. Não existe música com uma letra mais linda e apropriada que esta para uma declaração de amor!

E ainda tem gente que não acredita em príncipe encantado! (rs)


quinta-feira, 2 de julho de 2015

Desejo e Felicidade

 "Na medida em que desejamos o que nos falta, é impossível sermos felizes. Por quê? Porque o desejo é falta, e porque a falta é um sofrimento. Como você pode querer ser feliz se lhe falta, precisamente, aquilo que você deseja? No fundo, o que é ser feliz?

Evoquei a resposta que encontramos em Platão e Kant: ser feliz é ter o que se deseja. Não necessariamente tudo o que se deseja, porque nesse caso é fácil compreender que nunca seríamos felizes e que a felicidade, como diz Kant, seria um ideal não da razão, mas da imaginação. Ser feliz não é ter tudo o que se deseja, mas pelo menos uma boa parte, talvez a maior parte do que se deseja.

Mas, se o desejo é falta, só desejamos, por definição, o que não temos. Ora, se só desejamos o que não temos, nunca temos o que desejamos... logo, nunca somos felizes! Não que o desejo nunca seja satisfeito, a vida não é tão difícil assim. Mas é que, assim que um desejo é satisfeito, já não falta... logo, já não há desejo!

Assim que um desejo é satisfeito, ele se abole como desejo. "O prazer", escreverá Sartre, "é a morte e o fracasso do desejo". E longe de ter o que desejamos, temos então o que desejávamos e já não desejamos mais."

(André Comte-Sponville, “A Felicidade, Desesperadamente”)

PS: Pequena observação a Sense8, essa maravilha de série! Quero apenas ressaltar (não vi menção a isso nos vários comentários que li) a beleza e a “pontaria” absolutamente certeira na escolha da trilha musical. Um deslumbre, aliado a um extremo bom gosto! Destaque especial à belíssima interpretação de “Knocking on Heaven's Door”. Eu, que já gostava da versão original com Bob Dylan, amei de paixão essa interpretação ímpar do Antony & The Johnsons!