Esse ano já deu. Agora é esperar pelo próximo.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Ego e Sentido
Ego. Será tão difícil de entender que nossa existência consciente
não se estrutura como “coisa” ou fato do mundo? Somos seres, ou melhor, “locus”,
através dos quais o mundo (coisas e fatos) se revela. Somos a particular
maneira como o mundo se revela. A cada um, de um jeito. Somos “dotados de
mundo”, somos consciência do mundo, posto que de nós mesmos. Consciência... eis
o milagre e o drama! O que nos diferencia e apavora. O que nos dá tudo e, ao
mesmo tempo, a percepção de que um dia perderemos tudo, inclusive a nós mesmos.
Perder... a experiência do desvelar final.
Sentido. Buscamos sempre o sentido das coisas. As causas, as
razões, os porquês. Queremos, precisamos de um sentido. Mesmo que saibamos que
o último e verdadeiro e real sentido é exatamente o sem sentido. Decerto há
religiões, crenças, ideologias, que tentam “ser” algum sentido. Felizes os que
creem! O que torna essas ilusões tão atraentes é o sabor doce das suas
premissas. Eu, talvez, tenha perdido a predisposição de sentir esse doce.
Enfim... hoje vamos com mais uma “banda-lake”... que eu
conheço, é a quinta, ou sexta. Lowlakes. Absurdamente linda...
domingo, 7 de dezembro de 2014
JBM
Fim de semana e lá vou eu conversar nos fóruns. E descobrir coisas boas. Ao menos isso, nessa vidinha de bosta que teimo viver. Na verdade, não sou eu quem teima... mas, isso é conversa pra outro tipo de post. Falando em descobrir coisas boas, ontem me apareceu essa: Jesse Marchant, cantor, músico e compositor canadense. Comecei minha pesquisa básica pelo seu 3º álbum, que acaba de ser lançado. E que, ao contrário dos outros (Not Even in July, de 2010 e Stray Ashes, de 2012) vem assinado com seu nome e não como JBM, nome artístico com que ele iniciou sua carreira. Hum... interessante. Primeira música do álbum: Words Underlined... e eu já estava totalmente conquistado pelo moço! (rs)
Como descrever o seu estilo, as suas canções? Jesse é,
definitivamente, noturno. Uma voz aparentemente sufocada, mas com uma textura
apaixonante. O instrumental tende ao discreto, embora com toques
perfeccionistas... e que não deixa que se perca a pureza e ingenuidade (sim, pode
existir ingenuidade, mesmo no sombrio da noite) que também são marcas da sua
voz. E tem as letras... a impressão que me passou foi a de ele deixa escapar,
aos poucos, pedaços do seu mundo interior. Quedas, ausências, recomeços... é,
acho que vou ter que usar novamente o adjetivo deslumbrante!
Em uma recente entrevista ele foi questionado sobre o
abandono do seu “apelido musical”. Ao que ele respondeu algo como querer
assumir de vez a responsabilidade pelos seus desejos, a clareza dos seus
sentimentos... sei não. Mas, como não sou de levantar falso testemunho (rs),
vou ficar apenas no âmbito da música em si. Realmente, em comparação com os
álbuns anteriores (que são muito bons, diga-se de passagem), o seu trabalho atual reflete um amadurecimento, com sonoridades mais vivas, mais
enraizamento! Acho que é isso.
Óbvio que escolhi Words Underlined para ilustrar o post. É
uma música contida... dor dilacerante, angustia, tristeza, tudo contido,
lindamente contido. Eu sou tão assim também...
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Ode ao Amor Morto
Era uma vez uma sexta-feira. Como tantas outras. Várias.
Muitas. Deitados, nós dois, cansados da semana, cansados, suados, tarde, seu
rosto no meu peito, meus dedos nos seus cabelos... por que era assim? Por que
tinha que ser assim? Sempre. Amor. Sempre... porque desde o início era um
caminho mais forte do que nós. E que nos obrigava, visceralmente, a caminhar
apenas por ele. Mesmo que não houvesse um final de trajeto tão claro, um ponto
que se pudesse vislumbrar como de chegada, mesmo assim sempre estávamos lá,
caminhando.
- Você precisa ir embora já?
- Hoje não. Ela está
na casa da mãe, com as meninas. Acho que vão dormir lá.
Acendemos um cigarro. Alguns instantes de completo silêncio.
Aos poucos, onde antes havia apenas o desejo, a razão começa a voltar. Quase
sempre era assim. Não era um sentimento ruim, de culpa pelo que sentíamos um
pelo outro. Não, não era isso. Há tempos não havia mais dúvida que nos
amávamos.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Se eu puder
responder...
- Até quando vai ser assim?
- Assim como?
- Assim... a gente, nós assim, aqui, num motel. Amanhã e
depois, tendo cuidado se der saudades e tiver que falar com você, na sua casa.
Até quando vamos ser “amigos”?
- ... não sei.
- Nem quer pensar a respeito?
- E você acha que não
penso?!
- Tá. Desculpe...
- Quando estou em
casa, dormindo com ela, me sinto tão canalha!
- Sei como é. É disso que eu falo. Até quando continuaremos
com isso?
- Será que estamos
fazendo tudo errado?
- Errado o que? O que sentimos?
- Não o que sentimos! Errado,
estar enganando, traindo...
..........
Tragédia. Do grego: tragos (bode) e odé (canto), tragosoiodé,
literalmente “canto dos bodes”. Narrativa dramática da Grécia antiga, cuja
origem, muito provavelmente, remonta aos cânticos religiosos em honra ao deus
Dionísio (Baco, para os romanos). No formato clássico, a marca essencial da
tragédia está em que os protagonistas centrais sabem, ou intuem, desde o
começo, o final triste que encerrará o episódio.
Luta contra o destino? Cegueira da razão? Punição?
12 anos atrás. Não 12 horas, ou 12 dias. Vivíamos,
existíamos, na integridade de todos os aspectos de nós mesmos. Éramos o sombrio
e o luminoso, o alegre e o doloroso, o desfalecimento e a exaltação. Criação e
destruição. Acreditávamos numa inocência, sem considerar o mal e o sofrimento
possíveis. Éramos assim, eram assim as coisas entre nós. Alternância de êxtases
e lucidez. E que terminou... não vale a pena lembrar de tudo.
Objetivamente: num dos momentos de maior coragem, que eu
jamais supus possuir, ele se acovardou. Simples. Era direito dele. Hoje eu sei
e entendo. Era o ponto de inflexão da nossa tragédia. Daí por diante, todos os
sonhos, os nossos, aqueles sussurrados, sôfregos, abertos, aqueles em que
mergulhávamos em nossas profundezas, todos viraram fumaça! Pó.
..........
10 anos
No fundo do café, quase não o reconheço. Está mais magro, os
cabelos começam a ficar grisalhos. Os olhos... aqueles que (ainda hoje não sei),
me tornaram refém desde o primeiro instante em que os fitei... os olhos dele
estão, apagados, sem brilho. Ou seriam os meus, que não brilham mais ao ver os
seus?
Antes de me sentar à mesa, diante dele, pensei em várias
coisas, nas várias reações que eu poderia ter. Ou naquelas que eu precisaria
ter. Como sempre, de nada valeram meus pensamentos. Tudo acabou sendo no fluir
natural das sensações e do instinto. O que eu senti? Raiva? Pena? Saudade?
Vontade? Nada! Pó.
Foi a última vez que o vi. Pelo menos tão perto que, se eu
quisesse, poderia tocá-lo.
..........
2 anos
- Lu... tudo bem? Pode
falar um pouquinho?
- Tudo. E você?
- Desculpe... eu só
queria ouvir a sua voz...
- E aí, como estão as coisas?
- Eu parei aqui no
ponto. O movimento tá meio fraco essa hora. Acho que não te contei... to
trabalhando com taxi agora...
(Eu devo ter ficado alguns segundos... longos segundos... pensando:
é, o destino não está sendo muito bom com nenhum de nós!)
- E você? Tá
trabalhando?
- Por enquanto, só com algumas aulas. Complicado, né!
- Você mora no mesmo
lugar?
- Não
(Pensando bem, até que o destino foi menos mau comigo...)
- E as suas meninas?
- Ah, já casaram! Sem
netos, por enquanto...
- E a...
- Quase nunca nos
vemos. Só quando calha, na casa de uma das meninas. E você?
- Tudo bem. Continuamos muito amigos. É muito forte a nossa
ligação. Se não acabou naquela época... acho que vai até o fim, agora.
- Bom...
(Silêncio. Por dentro, não tem como, algo se remexe em mim.
Dizem que certos vírus, mesmo depois de debelados, não se sabe bem se pelos
anticorpos, ou se pela marca sorológica, ainda podem, depois de muito tempo,
manifestar algum sintoma. Será? Não creio. Não quero crer.)
- O meu número ainda é
o mesmo... pensei... quem sabe alguma hora podíamos tomar um café...
- Pode ser. Qualquer dia marcamos.
- Bem, era isso. Só
queria te ouvir. Tem horas que... é tão difícil... você tá bem?
- Sim, tranquilo!
- Tá bom então. Posso
esperar uma ligação sua?
- Quem sabe... boa sorte aí!
..........
“O amor nunca morre de morte natural. Ele morre porque nós
não sabemos como renovar a sua fonte. Morre de cegueira e dos erros e das
traições. Morre de doença e das feridas; morre de exaustão, das devastações...”
(Anaïs
Nin)
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Five Dances
É um filme absolutamente simples, cujas cenas (as mais marcantes) se passam dentro de uma academia de dança em New York. Os cinco personagens (2 rapazes, 2 garotas e o diretor/coreógrafo) são dançarinos, que chegam cedo e saem bem tarde, pois estão preparando um programa de 5 peças musicais para uma apresentação futura. Penso que a intenção do diretor (por sinal, muito bom!), Alan Brown, é discutir, nesta única locação (óbvio que também deve haver restrição orçamentária, né), sobre pequenos dramas humanos: amores (homo e heterossexuais), amizade, relações familiares conflituosas, e por aí vai...
E temos o núcleo central do filme: Chip (Ryan Steele), 17
anos, vindo do interior, infantil por vezes, ingênuo, nenhuma experiência
amorosa, aparentemente frágil e Theo (Reed Luplau), um pouco mais velho, mais
“vivido” (se é que me entendem... rs) e que, a princípio, resolve “atacar”, um
pouco intempestivamente, o manjar de coco, quer dizer, Chip (rs). Pode haver enredo
mais simples? E, no entanto, a beleza do filme está justamente na calma em que
se desenvolve essa estória de amor entre os 2 personagens. Ao invés de explorar
a premissa amorosa rapidamente (como se faz
na maioria dos filmes gay), em Five Dances o que vemos é uma comovente
descrição da personalidade dos protagonistas e de seu envolvimento. Adorei!
A trilha sonora é um caso à parte... pra desmanchar os
corações mais empedernidos! (rs) Juntar Gem Club e Scott Matthews, numa tacada
só, é covardia, ao menos pra mim que amo de paixão as suas músicas! Não poderia
haver trilha mais adequada para as 5 danças que se ensaiam ao longo do filme. Só
por isso, já valeria. Mas, ver um amor sendo construído no lento ritmo das
singelezas, é bom demais também!
Pra dar uma ideia da vibe que rola no filme, editei esse
vídeo... com algumas mudancinhas! (rs) Na sequência das cenas e na música tema
do pas de deux dos lindinhos. Achei que 252, do Gem Club, era o que a cena
pedia. Gostei do resultado!
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Quando o Filhote Tem Pedigree
What a Terrible World, What a Beautiful World é o ultimo álbum do The Decemberists, banda indie/folk do Oregon (USA), liderada pelo cantor, músico e compositor Colin Meloy. Ao que consta, esse álbum será lançado em janeiro de 2015. Er... já acabou 2014? (rs)
Eu diria que não é um daqueles trabalhos exuberantes, marca
registrada da banda. Talvez fosse melhor dizer que algumas músicas são
maravilhosas, enquanto outras apenas boas. As letras de Meloy continuam lindas,
sofisticadas, vocabulário difícil (ao menos pra mim) e a instrumentação, como
sempre, muito bem cuidada. O diferencial em relação ao álbum anterior (The King
is Dead, de 2011) é que eles estão menos folk e mais pop, mais, ou menos isso...
(rs)
Ah, o título do post: pra quem acha que Nick Mulvey é
filhote de Nick Drake (será pelo fato de ser Nick?), vamos exemplificar com
essa música lindíssima, Lake Song. Especial atenção ao “diálogo” entre piano e
violão e à divisão melódica, marcas legítimas da descendência “drakiana”,
ostentadas por Nick... ops, Colin... (kkkkk)
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Minha Música, Nossa Música
Bacana quando “a” música é Maybe I’m Amazed... dá pra
“sentir” o que é, como é. Talvez se eu tivesse, hoje, um amor, talvez fosse
assim. Esse medo, habitante dos limites entre o agora, o pra sempre e o que
pode passar... vontade de não deixar que passe! Entendo exata e perfeitamente!
Eu (nós, nas minhas 2 oportunidades) não tive, oficialmente,
“essa” música. Logo eu, um ser musical por excelência! Pode ser marca do meu
egoísmo. Ou esquisitice do gosto (rs), particularidades de um mundo só meu,
impossível de ser partilhado, mesmo pela via do amor. Pode ser. Muito triste se
for.
Quando conheci o Fernando eu só pensei em uma coisa: mocinho
interessante pra cama! Tá certo que logo percebi o preconceito envolvido na
questão. Um formando em filosofia e um estudante de letras, o que poderíamos
ter em comum além da atração física? Com o passar do tempo, das conversas (sem
rolar cama, era o que restava... e foram meses a fio! rs), eu fui aprendendo a
conhecê-lo, aprendendo a armazenar, todo dia, um sopro que fosse, mas que, se
não existisse, faria falta. Aprendi que cuidar era bom, que adivinhar um
pensamento era, quase sempre, a garantia de ganhar um sorriso e que sentir
saudade era também uma forma de estar próximo.
Uma noite, após uma aventura maluca (história longa, até já
escrevi... outro dia, quem sabe, reescrevo por aqui), ficamos sozinhos em sua
casa. Com os pais viajando, éramos apenas nós, no quarto dele. Eu já sabia que
tínhamos uma preferência musical em comum, Pink Floyd. Ele estava bem nervoso e
eu, por incrível que poderia parecer, não forcei minimamente a “barra”. Na
vitrola (que coisa!) ouvíamos Atom Heart Mother, seu álbum predileto. Deitados
na cama, entre meus braços, ele falava, falava, falava (consigo ouvir agora) e
o falar poderia ser resumido a apenas uma palavra: medo. Aquele medo que eu
descrevi acima. Mal sabia ele (ou sabia?) que, quando esse medo se instala, é que
antes, bem no fundo do coração, o amor
já se instalou.
Mesmo que não nominada, essa é (foi) a “nossa” música.
Guardada em minha memória, sons, gostos, umidades, gemidos, claridade que se
sobrepõe (e se anula) a todo significado do que fomos naquela noite e em várias
outras. Nossos sentimentos, nossos desesperos, nossas buscas, encontros e
desencontros, os tenho todos em mim ainda, em minha pele, cicatrizes inexoráveis
da nossa intensidade.
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Falta Muito Para a Páscoa?
E chove desde ontem em Sampa. Maravilha! Se bem que pouco
irá aliviar a gigantesca draga que nos espera para o próximo ano... será que
dormir sem tomar banho é agradável?
E tem gente que enfrenta trânsito, fila, aperto, atraso do
cantor (tava assim, meio mocorongo... eu achei! rs), chuva e diz que gostou. Se
bem que... Hey Jude, do ladinho do beloved...
E tenho aula na sexta e no sábado. Enroscado com as
apresentações aqui. Ando meio down, sem pique, só de imaginar as caras de cuiú
daquele bando de... Se bem que, pensando bem... tão bonitinhos, principalmente
o pessoal da sexta, que vão direto do trabalho, vestidos de branco (ao menos o
jaleco). Como diz um amigo, pode ser fim do dia, cansados de atender, mas
sempre passam a imagem que acabaram de sair do banho. Será que no final da aula
rola um happy hour?
Vamos ver se, ouvindo a minha seleção de músicas favoritas
(seção lenta/meditativa), a coisa anda. Eu já falei que adoro o Sufjan Stevens?
Nessa seleção tenho 4 canções dele... menos apenas que o Nick Drake. Olha o
nível do gostar! (rs)
The
Predatory Wasp of the Palisades Is Out to Get Us… quando as memórias dominam as
sensações! Música com cheiro e gosto de passado. Saudade que vai (porque
pode ir) além da melancolia...
sábado, 22 de novembro de 2014
Beta Radio
Para tudo! Hoje, meio que do nada, fiz a descoberta da década! (rs) Estava conversando (melhor seria dizer tentando conversar, que meu inglês é strikingly poor... rs) no meu fórum de música indie/folk, quando um gringo (pelas minhas observações, ele garantia que seria do meu gosto) me indicou essa banda: Beta Radio (de Wilmington, Carolina do Norte). E lá fui pesquisar pra ver se o carinha conhecia meu estilo musical...
Eu já devo ter usado alguns adjetivos pra classificar
algumas descobertas musicais que me agradaram muito... delicinha, lindo, ótimo
e por aí. Hoje terei que inaugurar um novo: DESLUMBRANTE! Eles conseguem
imprimir uma sonoridade às suas músicas que impressiona! Mistura de folk,
country, pop, além de vocais belíssimos, letras que são verdadeiras poesias.
Amei de paixão, simplesmente!
PS: Escolhendo as músicas para compor a minha seleção das “favoritas”
e... dos 2 álbuns e 3 EP’s, apenas 2 músicas ficaram de fora. Impressionante!
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Refúgio
Feriadão, emenda, 4 dias de suplício e martírio (pelo menos
1 já passou, rs)... amanhã promete! Nessas horas eu sinto uma saudade imensa do
tempo em que eu podia “pintar e bordar”, sem a necessidade de me preocupar com
nada. Como dizem os meus amiguinhos do além, deve ser uma fase de expiação...
só não dá pra saber se é a última da série.
Deixando de lado as lamúrias, passei a minha tarde
pesquisando um pouco mais sobre All The Luck In The World, essa banda
indie/folk irlandesa já comentada por mim há alguns dias. Com uma história
profissional super curta (Neil Foot, o vocalista lindinho, sugeriu a formação
da banda no final de 2011), o seu primeiro álbum, gravado na Bélgica e
Alemanha, (olha a loucura!) já chega com as melhores críticas possíveis. Eu,
particularmente, adorei todo o conceito desenvolvido pelas músicas. É uma
mistura da típica melancolia irlandesa, associada a toques de música incidental,
folk, além de letras belíssimas, sei lá, difícil definir. Talvez porque o mais
importante seja o sentimento que eles provocaram em mim.
E como eu estava inspirado, aproveitei algumas imagens da
minha última viagem por Dublin e adjacências (cof, cof, cof... rs) e editei
esse vídeo, guiado apenas pelos meus sentidos. Fiz um “2 em 1”... o vídeo se
inicia com Low Beams, incidental, acústico, sem voz e, na sequência, vem a
maravilhosa Haven. Gostei do resultado! (rs)
PS: Gente! Essa voz do Neil... não consigo dizer o que está
provocando em mim! Sabe quando se ouve uma voz mais de 30 anos depois? I’m tied
to you... acho que é isso...
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Im Telech
A pedidos (rs), mais uma linda canção do Idan Raichel.
Apesar de mais “swingada”, o lirismo, o amor, a beleza, tudo está presente
nessa que é uma de suas músicas mais famosas. Basta sentir o clima em que a plateia
se manifesta, numa onda de pura energia.
A letra, como sempre, simples e profunda ao mesmo tempo...
uma delícia de se ouvir!
domingo, 16 de novembro de 2014
All The Luck In The World
Tenho sorte com minhas descobertas musicais. Eu conheço vários fóruns de música... 2 me são particularmente caros (rs): um em que se discute sobre música lá da “terrinha santa” e outro sobre música irlandesa. Aliás, tenho um “fraco” (bem dos fortes!) por irlandeses. Não sei o que acontece... vidas passadas? Foi através desse fórum irlandês que eu descobri o Damien Dempsey, talvez a minha maior “paixão recolhida” dos últimos tempos (rs). E hoje surgiu essa banda: All The Luck In The World. Amor à primeira ouvida!
Foi uma dureza conseguir o primeiro (e único) álbum lançado
há 3 meses. Não saberia dizer o que me encantou tanto em todas as músicas, uma
melhor que a outra. Eles são muito jovens, ainda carentes de técnica, mas, sei lá,
adorei tudo! A única coisa, nesse momento, que pode definir o que sinto é: eles
me comoveram!
Depois pesquisarei mais e, com certeza, escrevo um post mais
abrangente.
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Acaso ou Destino
Eu acredito que sempre existe uma nuvem de possibilidades
(mais ou menos casuais) e que, por nossas ações (pensadas, ou impulsivas), criamos
um caminho... e que nem é tão demarcado assim. Talvez também uma nuvem de
caminhos possíveis. Ora estamos em um, ora em outro, por vezes paralelos,
outras vezes sinuosos, contraditórios...
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Luke Sital-Singh
Com apenas 2 anos de carreira musical e depois de 3 EP’s, esse cantor e compositor inglês (tão lindinho! rs), Luke Sital-Singh, acaba de lançar o seu primeiro álbum, The Fire Inside. Com uma voz, ora trêmula, ora firme, como a de um trovador, e fortemente influenciado por Bob Dylan (por vezes lembra também Damien Rice), suas canções unem a doçura e a tristeza em doses bem exatas.
Posso estar enganado, mas, pela densidade das letras, pela
riqueza melódica presente em todo o álbum, acho que ele vai longe.
sábado, 8 de novembro de 2014
Eu Te Amo Porque...
Como faz um tempo que não edito um vídeo todo lindinho (rs), hoje vamos com esse mix de cenas do filme Do Começo ao Fim, com trilha sonora do Luke Sital-Singh (outro dia faço um post com mais informações a respeito desse não menos lindo cantor e compositor inglês).
Apesar de ser um dos filmes brasileiros com temática gay
mais “badalado” fora do Brasil, por aqui as críticas que já li costumam ser bem
antagônicas. Entre os que odeiam o filme e os que adoram de paixão, fico no “meio
termo”... apesar do enredo trágico (ou seria inverossímil?), não podemos negar
as boas atuações do Rafael Cardoso (Tomaz) e do João Gabriel Vasconcellos
(Francisco), o casal protagonista, pelo que consta, ambos heteros. E não
podemos esquecer a fotografia belíssima, a ousadia da abordagem e cenas muito
lindas, como essa que inicia o vídeo.
O diálogo que compõe a cena, aliás, daria um belo tema para
discussão, algo como as “razões do amor”. Embora possa parecer um pouco
paradoxal (em geral não associamos razão e amor), penso que todos os que amam
(ou amaram), de certa forma se confrontam com essa questão, que gira em torno
dos porquês da existência desse sentimento entre os amantes.
“Eu te amo porque você
poderia amar qualquer outra pessoa, mas, mesmo assim, você me ama.”... essa
é bem legal, não?!
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Quando Até Os Rios Precisam Ter Fim
Previsto para ser lançado no próximo dia 10 de novembro, The Endless River, 15º álbum de estúdio de uma de minhas bandas/dino favoritas (Pink Floyd)... uma mistura de sentimentos agora ao ouvir...
O álbum anterior (The Division Bell) já estava naquele tom “quase
passado do ponto”. Novamente sem Roger Waters e cada vez mais com o jeitão
David Gilmour de ser (até que ponto a vibe espacial pode trazer novidades?), o
que está passando por minha cabeça é, provavelmente, uma mistura de nostalgia e
pena, além de tristeza. Como é triste ver que os caras que produziram o mais
brilhante álbum da história da música pop/rock internacional (me refiro,
obviamente rs, a The Dark Side of the Moon), ou melhor, os 3 que restaram, não
conseguem perceber quando é hora de, simplesmente, parar!
Duvido que algum novato, desconhecedor do trabalho do Pink e
que começasse a ouvir sua discografia na ordem inversa da cronologia,
conseguisse chegar até meados da década de 70, onde eu (e um zilhão de pessoas
nesse mundo) nos deleitávamos logo aos primeiros acordes de Speak to Me!
Enfim, quem sabe alguma das músicas atuais poderá ser
aproveitada em algum filme cosmos-deprê que, de vez em quando, aparece por
aí...
Hora da saudade: Us and Them
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
E Continua a Seca em São Paulo
Como amplamente noticiado, a seca aqui em Sampa tá brava! Já
naquela fase de chamar urubu de meu louro, entende? (rs) Eis que na
segunda-feira a meteorologia “combinou” que haveria chuva da boa na terça... com
direito a exaustivas preliminares, entrada triunfal, vale a pena ver de novo,
etc, etc, etc...
Precavido como sempre, me abasteci de gêneros de primeira
necessidade (vide acima! especial atenção para o “warming” e o “XG”... será que
serviria?! kkkkk), fora exercícios de aeróbica, meditação tântrica, preparação
do cajado hebraico e outras coisinhas mais. Sabem no que deu? Lembram do
resultado de Brasil e Alemanha na Copa? Basta diminuir 2 gols para o escrete
germânico! (kkkkkk)
Isso não se faz! Ainda mais em família, nzé!
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Caracóis Na Chuva
Depois de ler bons comentários em alguns fóruns, resolvi assistir esse filme lá da “terrinha”: Snails In The Rain. Temática gay, um diretor que eu não conhecia (Yariv Mozer) e um badalado ator (affe!), Yoav Reuveni, que nunca ouvi falar (daqui a pouco escrevo mais sobre esse... esse... esse... deus hebreu! rs). Tirando a sequência final, de um poder brochante jamais visto na história do cinema mundial, o desenvolvimento da estória é muito interessante.
Estamos em 1989... Boaz é um estudante de linguística, que
espera pela aprovação de uma bolsa de estudos, para iniciar o seu mestrado em
Jerusalém. Ele vive com sua namorada, Noa, em Tel Aviv. Certo dia, ele começa a
receber cartas de amor anônimas de um admirador. Apesar de achar engraçado no
começo, ele logo nota que o escritor das cartas, além de ser uma pessoa culta, é
alguém que sabe muito sobre sua vida pessoal. A partir daí, todos os homens que
cruzam seu caminho diariamente viram suspeitos. Basicamente é isso. (rs)
Agora, o tratamento visual dado pelo diretor às cenas
(muitas em flashback, do tempo em que Boaz servia ao exército de Israel) é
deslumbrante! Um jogo de claro/escuro, quase barroco... fora que é impossível
desprender os olhos desse Boaz dos sonhos. Aliás, o diretor passa o tempo todo “lambendo”
o carinha com a câmera... assim como todos os homens que passeiam por sua vida.
É um filme (judeu, lembra?) carregado de desejo, sensualidade, culpa e por aí
vai... além de um festival de homens lindos!
Será que uma passagem pra Israel é muito cara? (kkkkk)
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Lo-Fi
Na origem (década de 80) era um estilo musical em que eram
usadas técnicas instrumentais meio toscas na gravação das músicas, quase sempre
em decorrência de limitações financeiras por parte dos artistas. Com o tempo,
foi incorporado por muitas bandas/cantores, a maioria trilhando pelos caminhos
da música experimental. O que não quer dizer que toda música experimental seja lo-fi...
(rs)
Muitas bandas produzem algum trabalho nesse estilo em dado
momento de sua trajetória... o que não quer dizer que tal banda possa ser
classificada como lo-fi. Exemplo: os Titãs, no álbum Tudo ao Mesmo Tempo Agora.
Embora não seja um tipo de música pelo qual eu morro de
paixão, de vez em quando, pra dar uma acalmada nos ouvidos, não deixa de ser
uma boa opção.
Não vou exemplificar com os “figurões” do lo-fi (Elliott
Smith, Beck, Midlake, Animal Collective, etc.)... vamos com essa minha
descoberta da semana: Deptford Goth (affe! rs), o projeto musical de Daniel
Woolhouse, músico, cantor e compositor de Londres. Muito bom... além de ser um
lindo! Ando nessa “vibe” homem de barba... será que Freud explica? (rs)
terça-feira, 28 de outubro de 2014
Até Encontrar o Amor
A partir de sua primeira grande aparição no mundo da música,
em 2008, através do Idan Raichel e seu famoso projeto musical, Amir Dadon
(16/11/1975... beleza de idade, né! rs) se transformou numa referência em
Israel. Quer pela voz grave, forte, quer pelas letras, ao mesmo tempo simples e
profundas, atualmente ele é um dos cantores com agenda mais cheia lá na
terrinha.
Já foram 3 álbuns lançados. Do último (maravilhoso!),
escolhi essa canção, uma de minhas favoritas. Como disse um amigo para quem já
mostrei o vídeo, a letra é quase uma conversa, procurando passar ânimo e
confiança para todos os que procuram o amor. E pra quem começa a se cansar dessa
busca, ou ainda sente que o tempo está passando, enfim... a mensagem é
justamente esquecer o tempo, deixando tudo fluir simplesmente.
Tá... no meu caso não se aplica! (rs) Ou se aplica ao
reverso? Isso que dá a gente encontrar o amor tão cedo a ponto de não perceber
que encontrou...
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
Horse Feathers – So It Is With Us
Well… para essa segundona de relativa calmaria (rs), vamos com o último álbum do Horse Feathers. Essa banda indie/folk do Oregon, apesar de não fazer tanto sucesso, está entre minhas favoritas no gênero. Pra quem curte um bom e correto folk, esse álbum está muito bem gostoso de se ouvir!
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Essa Terrinha Santa...
Sábado, no café do CC Itaú, acompanhado de Paulinho (rs), um
de nossos assuntos girou em torno de um aspecto extremamente contrastante na
cultura judaica: o de como o pessoal da terrinha santa encara a homossexualidade.
Aliás, alguns kipás desfilavam pelo ambiente... nada que me chamasse à atenção,
diga-se de passagem. Se bem que... (rs)
Interessante como em um ambiente religioso onde grande parte
da população é absolutamente conservadora no que tange à sexualidade em geral
e, portanto, muito mais em relação à homossexualidade, outra parcela convive de
forma bem tranquila, a ponto de Tel Aviv ser vista como a capital gay do
oriente médio. De tudo o que já pesquisei, fica evidente que a comunidade gay
tem força, é respeitada e costumam ser raros casos de homofobia.
Em especial no ambiente musical, encontramos coisas que, a
meu ver, são inimagináveis, por exemplo, quando pensamos em termos do mundo
ocidental, ou mais especificamente nos países de cultura latina. Onde seria
possível vermos cantores assumidamente gays, cantando músicas com temática
abertamente gay e tendo um enorme sucesso entre a juventude, independente da
orientação sexual?
Para ilustrar (rs), vai um singelo vídeo. Ivri Lider (com
kipá, sem kipá, tanto faz! rs) e Aviv Geffen, dois ícones da música pop
israelense. É, ou não, um espanto?!
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Sin Fang
Hoje, dando sequência aos posts dedicados à música... er, “exótica” (rs)... vamos comentar um pouco sobre Sindri Már Sigfússon, cantor, músico e compositor indie islandês, mais conhecido como Sin Fang (na verdade esse é o nome do seu projeto musical).
Após deixar, em 2008, a banda Seabear, formada em 2003,
lançou seu primeiro álbum (Clangour), numa “vibe” intimista, voz/violão. Nos
trabalhos seguintes (Summer Echoes, de 2011 e Flowers, de 2013) foi aumentando
progressivamente a instrumentação e desenvolvendo arranjos mais grandiosos,
através de uma gama mais diversificada de experimentações vocais e sonoras, que,
por vezes, chegam a lembrar Sigur Rós, embora mais “preso” ao pop, com pitadas
do folk tradicional islandês.
Influenciado por Elliott Smith e Nick Drake (mais um... rs),
Sin Fang produz um jogo interessante entre sonoridade e melodia que nos
transporta, de forma bem agradável, para um mundo onírico. Aliás, não sei se é
uma predisposição minha, mas, tudo o que vem da Islândia me passa essa
sensação. Será culpa da Aurora Boreal?
Ah, ia me esquecendo... dizem (rs) que tem “gayzismo” na
parada... bem provável.
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Um Pouco Mais Sobre I Forget...
Depois de ouvir umas trocentas vezes (rs), acho que posso
falar um pouco mais dessa beleza produzida por Ben Howard. Com apenas 27 anos, 3
após sua estreia, ele já é um cantor e compositor maduro, a ponto de podermos
reconhecer sua “personalidade musical”, mal começam a soar os primeiros acordes
de qualquer música desse álbum.
Eu poderia falar sobre a técnica musical que se aprimorou,
das letras (esse é um álbum “dor de cotovelo” daqueles! rs) que, simplificadas
em sua métrica, ganharam uma profundidade impressionante... ou, talvez, de uma
certa semelhança (em espírito apenas) com Jeff Buckley... mas, definitivamente,
eu não passaria nem perto da experiência de ouvir suas canções.
PS: Sobre a semelhança com Jeff, espero que seja apenas algo
etéreo (rs)... lembrando que ele, infelizmente, desistiu de tudo aos 30 anos de
idade...
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
I Forget Where We Were
Depois de 3 anos, saiu o novo álbum do Ben Howard. Ouvindo agora... Só consigo pensar em uma palavra: maravilhoso! Grande chance de ser o melhor álbum de 2014!
domingo, 12 de outubro de 2014
Roo Panes
Vasculhando aqui e ali em busca do novo álbum do Ben Howard (que será lançado oficialmente no próximo dia 20), acabei por conhecer esse cantor e compositor indie/folk inglês: Andrew "Roo" Panes (08/06/1988). Como era previsível, “paixonei” imediatamente! (rs)
Desde 2011, quando iniciou sua caminhada profissional, apesar
de ter lançado 3 EP’s e de participar de vários festivais, faltava a consolidação
através de um álbum totalmente autoral, lançado agora. Little Giant, seu álbum
de estreia, está sendo muito bem recebido pela crítica e pelo público inglês. Olha,
vale a pena! Lindo demais!
Uma rápida pesquisa sobre a carreira do rapaz e entendi
porque gostei tanto... ele tem como principais influências musicais Sufjan
Stevens, Bob Dylan e... Nick Drake. Preciso dizer mais nada, né!
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Sonhos dos Outros
Mais uma maravilha do Idan Raichel. O vídeo faz parte do
show mais recente de Idan em Tel Aviv. Ele está com um visual novo (foram-se as
madeixas, que eram sua marca registrada), uma banda “reforçada” por mais
músicos, enfim, arrasando!
Essa música, diferente da maioria de seus sucessos, tem um
toque “tribal”, quase ritualístico, além de uma letra forte, provocante, que
percorre as dúvidas que, quase sempre, passeiam em nossas mentes. Muito bom!
PS: Especial atenção para os 3 “corneteiros” (rs) da
banda... coisas mais lindas!
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Vance Joy
Ouvindo o álbum de estreia (Dream Your Life Away) do cantor e compositor indie australiano Vance Joy (James Keogh – 01/12/1987). Voz e estilo musical muito parecidos com o do Charlie Fink (Noah and the Whale). Gostando muito!
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Gotas
Acordei com essa música na cabeça. Não lembro, acordei muito
cedo, um pouco angustiado.
Aviv Geffen. Gosto demais dessa música, repleta de símbolos,
nuvens de lembranças. Inconsciente se liberando, através de uma conversa franca
que, no caso dele (e no meu também), nunca existiu na realidade. Não deu tempo.
Uma pena.
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Poets of the Fall
Voltando à nossa programação usual, hoje eu gostaria de falar um pouco sobre essa banda indie/rock da Finlândia: Poets of the Fall (POTF, como é também conhecida). Formada em 2002, passou a ser conhecida através da música Late Goodbye, que serviu de trilha sonora de um jogo eletrônico (The Fall of Max Payne). Ao que consta, o jogo não foi lá um grande sucesso, ao contrário da banda, que decolou em sua carreira, com o lançamento do primeiro álbum no mercado internacional, Signs of Life, em 2005.
Com uma sonoridade que eu gosto de localizar nos limites
entre o rock alternativo (por vezes quase um heavy, rs), do pop romântico e do
punk deprê (affe!... só em algumas passagens), sua marca registrada é a
belíssima voz do compositor e vocalista Marko Saaresto, um barítono no rock,
coisa mais linda! Vale a pena dar uma conferida...
domingo, 28 de setembro de 2014
Lex Medlin, Sam Amidon e Eu
Sábado à noite. Íamos conhecer a casa nova de uma prima.
Mas, aos costumes, ela teria que dar uma passadinha (conheço e detesto esse
tipo de pit stop!) na casa da amiga x, para entregar o trabalho y, coisa de 15
minutos... hum, rum!
“- Seguinte: eu fico aqui, vou à farmácia e depois tomo um
café na loja de conveniências (que eu adoro!) e você me pega quando voltar.”
Essa loja fica num posto Shell, enorme, perto de Congonhas.
O lugar se parece muito com aquela rede que eu conheci nos USA... não lembro o
nome. Agradabilíssimo! Café demais de bom! Música ambiente (som baixo,
raridade!) muito legal, AC na temperatura certa. Quase ninguém: um casal, mais
um rapaz, que parece trabalhar no posto, e eu. Sempre “bomba” depois das 23
horas. Ainda não era 21. Pedi um café duplo e procurei uma mesa de frente para
a Av. Moreira Guimarães. Ele entrou.
Deve ter por volta de 50tinha. Gordinho... não, fofo! (rs)
Lembra demais o Lex Medlin, aquele ator que trabalha naquela série de TV... como
é mesmo o nome? Esquece! Tem coisas que só o eletromagnetismo deve explicar, ou
a minha atual falta de... deixa pra lá! Era impossível desviar os meus olhos. Será
que dei muita bandeira? Aquele monte de mesinhas vazias e ele senta em uma exatamente
do meu lado. Na falta de algo pra me distrair, pego o meu novo celuleco...
“- Desculpe, esse é o
novo da Motorola?”... Lex puxando conversa?!
“- É sim... um smart pra principiante. E que, por simples
que seja, ainda não consigo mexer direito! rs”... (como estou fora de forma!
vontade de me enfiar debaixo da mesa!)
“ – Posso ver?”...
ele vem pra minha mesa... (maldição! ele tá usando Polo Green! mesmo perfume
do...)
Cinco minutos depois e já falamos das próximas eleições (ele
é PSDB... nada é perfeito na vida! rs), da falta de chuva, da tranquilidade do
trânsito aos sábados. Interessante: de tão fechado que sou, devo passar a
imagem de mal humorado frequentemente... e isso muda de maneira radical quando,
por algum motivo, “vou com a cara” da outra pessoa. Ele, ao contrário, foi, é,
deve ser simpático por natureza. O tipo de rosto que parece estar de bem com a
vida. E a conversa fluindo.
Hum... nada nos dedos da mão esquerda! O que não quer dizer
muita coisa, convenhamos. Se for casado, pelo menos não é ostensivo. Meu gaydar...
será que pifou? “Molinho” ele não é! (rsrsrs) Educado, instruído (parece), se
exprime bem, fala pausadamente. Algumas vezes olhou direto nos meus olhos.
Desviei meu olhar... eu era tão bom antigamente! Hoje, quase um fiasco. Pelo
menos não gaguejo... era só o que faltava! A merda é que, nessas horas, o puto
do tempo parece voar. Toca o meu celular: “-
Daqui a 5 minutos eu chego!”
“- Vou pegar mais um
café. Você quer?”
“ – Não, obrigado. Daqui a pouco minha... amiga (oi?)... vem
me pegar.”
Quase meia hora de uma conversa muito, mas muito agradável,
daquelas que não tenho com um desconhecido há muito tempo e, só restam mais 5
minutinhos. Pergunto, ou não pergunto algo mais, digamos, pessoal? É casado?
Mora onde? Faz o que? Tá a fim? Gostou de mim? Ops, isso nunca! (rs) É, a
realidade não ajuda! E os minutos como que, de repente, começaram a parecer
mais longos. Ele tomando outro café (aqueles lábios, suaves, “beijando” a
xícara... ai, ai...) e eu, olhando.
“- Bem, já vou... prazer em te conhecer!” Quando abro a
porta de vidro, olho pra trás. Ele acena com a mão. Sorriso mais lindo! Por um
momento eu queria estar a uns 10 anos atrás, nessa exata situação. Sei não,
algo me diz que, provavelmente, eu me apaixonaria...
Que domingo pavoroso! Só não está pior, pois saiu o novo
álbum do Sam Amidon. Lily-O. Ele está muito bom, como sempre. O folk mais
sofisticado que conheço. Apesar de que agora as canções estão parecendo mais...
mais... mais... solitárias...
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
John Wayne Gacy Jr.
Casado, 2 filhos, formado em administração de empresas, caridoso, cidadão exemplar, membro da defesa civil de Illinois, vizinho estimado, promotor de festas, em muitas das quais se vestia de palhaço para entreter as crianças...
Pai alcoólatra, irascível,
nutrindo um profundo desprezo por homossexuais... batia na mãe e o punia violentamente
por qualquer coisa que considerasse um erro. Apesar de tudo, sempre dizia que
amava o pai profundamente...
Modus operandi... as
caçadas aconteciam com seu Oldsmobile preto. A caça: rapazes, a maioria
adolescentes, a quem eram oferecidos empregos em sua empresa de construção.
Dopados, algemados, amordaçados com suas próprias cuecas (sua marca registrada),
torturados e abusados sexualmente. Estrangulados...
Enterrados em seu porão
foram 27 corpos identificados. Mais 6 corpos encontrados em rios da região. Acredita-se
que existiam mais em outros lugares. E que nunca foram achados...
Condenado a 21 prisões
perpétuas e 12 penas de morte, foi executado por injeção letal em 10 de maio de
1994. Uma de suas frases durante o julgamento: “A única coisa da qual eu
deveria ter sido acusado era ter um cemitério sem licença para isso.”
Essa história sombria é o tema dessa canção belíssima do
Sufjan Stevens, um dos cantores mais espiritualizado e doce que eu conheço.
Acredito, porém que, além da história de John, a letra trata do obscuro que
existe em cada um de nós. Dos terríveis segredos, tornados inconfessos à nossa
razão soberana...
Quantas pessoas cada um de nós já matou? Quantas vezes já
nos matamos?
“And in my best behavior
I am really just like him
Look beneath the floor boards
For the secrets I have hid…”
domingo, 21 de setembro de 2014
Jesus... toma conta!
Acho que, sinceramente, estou despirocando! (rs) Fora um
sonho que tive, hiper-mega-blaster estranho e preocupante (er... até certo
ponto! rs), agora dei de ficar ouvindo música country. Não que eu não goste...
mas, uma semana seguida, é um pouco demais! Enfim, fiquei mais focado em dois lindinhos, digo, cantores.
Primeiro, um “clássico”: o Blake Shelton (18/06/1976), que,
desde a sua estreia no mundo musical em 2001, vive uma carreira de bastante
sucesso, sendo figurinha carimbada de programas de TV, inclusive em várias
temporadas do The Voice. Ele faz o gênero country romântico, tão emotivo...
coisa linda! (rs)
O segundo eu descobri recentemente: o Lee Brice
(10/06/1979... outro geminiano!), na estrada desde 2007. Ele faz um country
mais moderno, salpicado com um pouco de pop/rock e alguns toques de jazz. No
quesito “coisa linda”, tá pau a pau com o Blake!
PS: Sobre o sonho... se eu tiver coragem, depois de
racionalizar eu conto! (rs)
terça-feira, 16 de setembro de 2014
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Lata's Birthday
Ele não tem mais 18 anos, humm, quer dizer... ele não é tão
inocente assim, humm, quer dizer... digamos que tá progredindo! Ao menos o
caixãozinho branco foi dispensado! (rsrsrs) Só falta agora arranjar alguém para
um happy end dessa história! Se depender de paciência, certeza que não haverá
problema.
Parabéns, fiote! E, vamo que vamo...
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Bons Tempos... com Deacon Blue
Que delícia! Hoje experimentei aquela sensação de voltar ao passado... a um bom, lindo e delicioso passado. Que, pra mim, situou-se entre 1985 e 1999. E quem me proporcionou esse momento recordação foi o novo álbum do Deacon Blue: A New House. Interessante que eu nunca considerei o Deacon como um dos meus “dinos” (as bandas que me marcaram mais profundamente, como Pink Floyd, Yes, Led, etc.), mas, naquela época, eu adorava as suas canções, que me passavam um sentimento de liberdade... eram um de meus companheiros fiéis de viagem nas madrugadas!
Na era das fitas cassete (ai, ai), com as músicas dessa
banda servindo de fundo musical, eu, meu carro, quase sempre pelas estradas
entre Sampa e Serra Negra, por vezes Bertioga... sonoridade suave, letras
consistentes, vocais maravilhosos, romance (e sacanagem, rs) no ar! Eu sempre sozinho,
adorava viajar à noite, madrugada, muitas vezes “explorando” as cidades nos
caminhos... foram tantos lugares, tantas pessoas, a maioria nem o nome eu
acabei sabendo! Importava?
Raintown (primeiro álbum, de 1987), lembro perfeitamente,
era a primeira vez que, indo pra Serra, resolvi conhecer Jaguariúna.
Sexta-feira, ex em algum curso/congresso (bons tempos em que haviam cursos que
duravam muitos dias, em cidades beeeem longe, rs) e eu, livre, leve, solto, “explorador
em ação”! Devia ser por volta da 1 da madrugada, rodando, sem conhecer nada da
cidade, vejo um barzinho bem “animado” (sempre fui ótimo em detectar lugares e
pessoas “animadas” na noite!). Pelo corte do cabelo, ele deveria estar servindo
ao exército. Olhares que se cruzam, obviedades que não se explicam, ele
sentado, sozinho, próximo ao balcão. Meia hora depois já estávamos no meu carro...
mais 5 minutos, motel... ele foi o primeiro naquela cidade (quantos foram no
total?).
Eu conheci (no sentido bíblico da palavra, rs) várias
pessoas, em lugares absolutamente improváveis... Pedreira, Morungaba, Amparo,
Socorro, Águas, até a absurdamente pequena Monte Alegre do Sul (devia ter uns 5
mil habitantes!)... não conseguiria contabilizar a quantidade certa. Aliás, era
de Monte Alegre um moçoilo, coisa mais linda! Tipo descendente de italiano,
sotaque caipira bem carregado, na época devia ter uns 25 anos (eu, mais de 30,
rs). Na verdade, o conheci em Amparo (saindo de Amparo tem uma bifurcação: ou
se sobe a serra, em direção a Serra Negra, ou se segue em frente, para Monte
Alegre), bem tarde, passava das 2 da madrugada.
Ele estava no ponto de ônibus. Ao passar de carro, bati o
olho e... maior trabalheira pra fazer o retorno! Aos costumes, parei pra pedir
alguma informação (que golpe mais manjado!) e, obviamente, como quem não quer
nada, perguntando sobre o que ele fazia ali, àquela hora. Tinha perdido o último
ônibus, pois havia ficado mais tempo que o normal na casa da... namorada! Balde
de água gelada, ein! E nem tinha desafio do balde naquela época! (rs) Mas, como sou um
poço de bondade, perguntei se ele não queria uma carona. Fazer caridade rende
pontos no céu...
Conversa vai, conversa vem... ele trabalhava como garçom
numa pizzaria em Amparo, família humilde, uma irmã menor, pretendia voltar aos
estudos, bla, bla, bla... chegamos! Era bem perto (não chegava a 30 kms de
Amparo) e, ao agradecer, perguntou se eu não queria tomar alguma coisa, um
refri. Argumentei que não seria de bom tom um estranho em sua casa, em plena
madrugada, coisa e tal. Ao que ele respondeu que a família não estava (oi?!),
pois passariam o fim de semana no sítio de um parente. Hum... que beleza de
radar que eu tinha, né! (rs) Não deu outra! Papo vem, papo vai... ele era tão
inexperiente! Tão tremulozinho, coisa mais rica! Realmente, boas ações geram
bom frutos!
Eita, que ficou um post super mal escrito! Mas, voltando ao
Deacon Blue... foi uma grata surpresa saber que ainda estão vivos. Bem mudados,
certamente (um integrante que já morreu, outro que saiu, outro que sumiu... é a
vida!), mas ainda com a capacidade de produzir músicas muito legais!
Loaded... essa é do primeiro álbum...
Ah, eles também repaginavam músicas antigas. I'll Never Fall in Love Again… muito bacana!
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
A Ética Utilitarista - Dois Dilemas
Os dilemas abaixo apresentados foram descritos por Bernard
Williams, filósofo especializado na temática da Moral, e se basearam em
histórias verdadeiras. O objetivo desses dilemas é levantar objeções à Ética
Utilitarista, como proposta por John Stuart Mill.
“George é um químico brilhante, atualmente fazendo um
doutorado, mas que não tem emprego. A sua saúde frágil limita suas opções de
trabalho. É casado e tem dois filhos. É o trabalho da sua mulher que garante a
subsistência da família, que vive dificuldades e tensões. Os filhos
ressentem-se de tudo isto e tomar conta deles tornou-se um problema. Certo dia
um de seus professores lhe propõe um trabalho bem remunerado num laboratório
que faz pesquisas relacionadas com guerra química e biológica. George é contra
este tipo de guerra. Já a sua mulher nada vê de incorreto nesse tipo de
trabalho. Quer ele aceite ou não, a pesquisa prosseguirá, pois George não é
realmente necessário, ou fundamental aos trabalhos desenvolvidos. Se você fosse
George, como agiria?”
“Os acasos de uma expedição botânica levam Jim, um renomado
pesquisador, para o centro de uma aldeia sul-americana. De repente, ele vê à
sua frente uma série de homens atados e alinhados contra uma parede. Estão
prestes a ser fuzilados. Mas tudo dependerá de Jim. O capitão que comanda as
operações concede a Jim o privilégio de matar um dos homens. Se Jim o fizer os
outros serão libertados. Se recusar a proposta, todos morrerão. Se você fosse
Jim, como agiria?”
Apenas como observação: segundo a teoria utilitarista,
George deve aceitar o emprego e Jim deve matar o homem. Não se trataria,
segundo Mill, apenas de dizer que nada há de errado nisso, mas de afirmar que
essas são as opções corretas e óbvias. Além do que são aquelas que agregam
maior felicidade, tanto aos protagonistas (George e Jim), quanto às outras
pessoas que os cercam. Dá pra entender?
Fácil, ou difícil de responder? (rs)
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
Post-Mortem
Encontrei ontem esse curta. Gosto muito dessas coisas, à
primeira vista despretensiosas, mas que exploram, de uma forma simples,
assuntos bem complicados. Dois caras se encontram num café (sempre tem café nas
histórias! rs), depois de algum tempo separados, e o papo rola... Mas, o que “pega”,
é a sequência final... sem palavras, tornadas desnecessárias.
Não acredito em amor eterno. Nada é eterno! O que não quer
dizer que não sou do tipo romântico! Penso que, ou o amor se transmuta, com o
passar do tempo, em outra coisa, ou simplesmente morre. E como toda morte, pode
acontecer de diferentes formas. Já vi amores morrerem envenenados por ciúmes,
ou enforcados pela sufocação (que muitas vezes se traveste de cuidado excessivo),
ou mesmo atropelados por uma traição. Só não vi ainda amor morrer de velhice,
de morte natural, sem que não tenha, em algum ponto do passado, se transformado
em amizade.
Já tive dois amores. Um morreu a facadas, quase um
homicídio! E se nos primeiros tempos me parecia que o sangramento não iria
passar, depois, de tão mornas que se tornaram as lembranças, restou apenas uma
indiferença absolutamente surda. O outro... não sei se o matei. Talvez ele não
devesse ter morrido na ocasião. Eu quis que ele morresse, eu vi que ele
caminhava para algum abismo e nada fiz para salvá-lo. Porém, como não houve
funeral, nem missa de sétimo dia, é como se ele, ainda hoje, pudesse ressurgir
no horizonte a qualquer momento.
Pensando bem, ele morreu sim... hoje é apenas um segredo, ou
uma história só minha, do que poderia ter sido, mas arranquei do chão enquanto
ainda germinava.
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
King Creosote - Diamond Mine
Kenny Anderson é um cantor e compositor indie/folk escocês (que adotou o nome artístico de King Creosote... faço a menor ideia disso! rs) dos mais prolíficos. Entre LP’s e EP’s são mais de 40 álbuns lançados desde 1995! Tá certo que, no meio dessa enorme discografia, tem músicas muito boas e outras... Entretanto, um dos seus álbuns faz parte do que eu chamo de “meus álbuns de cabeceira” (rs), daqueles que não canso de ouvir. Trata-se de Diamond Mine (de 2011), resultado de uma maravilhosa e inusitada parceria com o músico inglês Jon Hopkins.
Explicando: Kenny tem a típica sonoridade do folk escocês...
simples, camponês, sem adornos. Já Hopkins é um músico sofisticado, eletrônico
e minimalista (lo-fi), quase beirando o erudito. Dessa união (seria um
casamento? há quem diga... rs) nasceu esse verdadeiro diamante. Pelos arranjos
de Hopkins a Escócia rural de Kenny ganhou uma magia quase sobrenatural. Dá pra
sentir a brisa do mar, as gaivotas, os sons dos portos, a vida fluindo
mansamente... e são apenas 7 canções a nos conduzir por tudo isso! Vale a pena!
domingo, 31 de agosto de 2014
Às Cegas
Estudos “duplo-cegos” são ensaios clínicos realizados em
seres humanos, cujo propósito é o de averiguar a eficácia de um medicamento/tratamento
em determinada patologia. Sua característica principal (e que define a sua “cientificidade”)
é que, nem os sujeitos testados (o “objeto” de estudo), nem os sujeitos
testadores (os médicos e/ou pesquisadores) sabem o que está sendo utilizado
como substância de teste no estudo. Em geral temos 2 grupos: um que recebe o medicamento
com a substância ativa que se quer testar e outro que recebe uma substância
inerte... o placebo.
O escopo dessa forma de fazer ciência reside na exclusão de
qualquer traço de subjetividade que pudesse acontecer (especialmente a que
poderia existir na relação médico/paciente), para “garantir” a eficácia
terapêutica de determinado medicamento/tratamento. Com o passar do tempo, e
para se corrigir possíveis interferências da equipe (fragilidades científicas?
rs) que avalia as estatísticas resultantes dos estudos, foram configurados os
estudos “triplo-cegos”. Sua peculiaridade consiste em “agregar” ao estudo a ausência
de conhecimento também por parte da equipe estatística que realizará a análise e
que receberá os dados apenas como tratamento A e tratamento B.
Pergunta: a medicina que “exclui” a subjetividade da relação
médico/paciente passa a ser, automaticamente, mais curativa? Ou ainda: o
objetivo da medicina é curar, ou apenas saber sobre os efeitos de determinado
medicamento/tratamento? Ou um pouco mais (rs): qual o medo do “efeito” da
figura do médico no processo curativo? Quem tem esse medo?
Esse foi o tema de minha aula de ontem. Pela primeira vez as
discussões tomaram mais tempo que a minha exposição. Interessante que, mesmo em
uma turma que, em tese, pratica uma medicina mais “humanista”, o tema
subjetividade parece ter um peso significativo, enquanto fragilidade
científica. Aliás, os mais “espertinhos” (rs) quiseram ressaltar que as aulas
precedentes discutiam justamente sobre a interferência negativa da
subjetividade nos critérios científicos. Eles não haviam percebido que tínhamos
mudado de foco: da ciência que “descreve e informa”, para a que cura. E, mesmo
sobre o conceito de subjetividade que, no que se refere ao ato de curar, diz
respeito à relação fundamental que se estabelece entre o médico/curador e o
paciente que sofre.
Como é difícil demonstrar para quem, depois de anos de “treinamento”
em fórmulas e conceitos objetivantes da medicina, que é sempre de um modo
bastante artificial que dispersamos a doença em sintomas ou a abstraímos
daquele que sofre, o doente. O que é um sintoma, sem contexto, ou um pano de
fundo? O que é uma complicação, separada daquilo que ela complica? Quando
classificamos como patológico um sintoma ou um mecanismo funcional isolados,
esquecemos que aquilo que os torna patológicos é sua relação de inserção na
totalidade indivisível de um sujeito. E essa “totalidade” só se torna acessível
na medida em que o médico, transmutado em curador, consegue, mesmo que
levemente, penetrar na história e na “alma” do seu paciente.
A medicina só existe porque há pessoas que se sentem doentes!
E que “acreditam” que alguém, o médico, tem o poder de aliviar as suas
aflições. O doente é que concede esse “poder de cura” ao médico, não o
conhecimento prévio deste! A medicina que cura, então, não deve ser entendida
apenas como um conjunto de procedimentos científicos criados para informar aos
indivíduos que eles estão doentes, ou como estão doentes. É na relação que se
estabelece entre o médico e o paciente que a cura deve ser encontrada... por
ambos!
Essa discussão continuou no almoço que, gentilmente, me foi
presenteado... como adoro meus amiguinhos de branco! (rs)
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Enquanto Isso, Na “Terrinha Santa”...
Não sei se vocês sabem (rs), mas eu assisto The Voice
Israel. Idiossincrasias da vida, né... Já estão na fase final e, pra variar,
cantores com vozes maravilhosas, fora outros atributos, que não vem ao caso. A
fofo... digo, a notícia que corre à boca pequena nessa edição é que está
rolando um “affair” entre o Aviv Geffen (cantor que já foi comentado por aqui e
que é um dos jurados do programa) e um de seus “escolhidos”.
Tudo teria se iniciado na última audição “às cegas”, quando
faltava apenas uma vaga no time do Aviv e o moçoilo em questão se apresentou
(lindamente, diga-se de passagem) com a música Make You Feel My Love (do Bob
Dylan), numa interpretação pra lá de romântica. Para quem “entende” do assunto
(rs), o “climão” entre os dois foi evidente! Eu, que conheço o gosto do Aviv
(por todos os seus namorados pregressos), posso afirmar, sem sombra de dúvida,
que já estou aguardando uma nova dupla da música hebraica...
E você? Já esteve em situação semelhante, onde bastou uma
olhada e a “coisa engrenou”? (rsrsrs)
Diretamente de Tel Aviv, para o Reshet TV Fama...
Boy & Bear
Hoje vamos com essa banda indie (meio folk, meio pop, rs) da Austrália. Formada em 2009 e com dois álbuns já lançados (Moonfire, de 2011 e Harlequin Dream, de 2013), esses “bears” (aliás, o que tem de banda com o nome “bear”... eu conheço umas dez!) fazem um som muito gostoso, muito bom de se ouvir nos momentos de relax, sem pensar em nada, apenas voando...
sábado, 23 de agosto de 2014
A Paixão Emburrece (Pequena Divagação)
Dizem que a paixão nos cega, que não enxergamos nossos “parceiros
na paixão” como seres reais, com defeitos e fraquezas, mas somente com suas
qualidades. Ou melhor, (pior?) com as qualidades que projetamos neles! Dizem
também que o efeito “cegueira” da paixão é biológico e ocorre porque certas
áreas do cérebro são ativadas (todas ligadas ao centro do prazer, situado no
sistema límbico), enquanto outras são inativadas ou “bloqueadas”, tais como
partes do córtex pré-frontal, responsável pelo julgamento crítico. A paixão bloqueia
nosso senso crítico! Não seria, então, melhor trocarmos o ditado? Antes de
cegar, a paixão nos emburrece!
Vejam o meu exemplo. Uma de minhas características que mais
prezo é a forma racional com que procuro encarar os fatos da vida. Aliás, isso
me garante que dificilmente (batendo 3 vezes na madeira! rs) terei alguma forma
de depressão. Nos piores momentos da minha vida, aqueles em que comi apenas
torradas, feitas com pão amanhecido, que o diabo amassou 2 dias antes (rs), eu
sofri desesperadamente. Mas, nunca/jamais me senti deprimido! Apesar de toda
essa força que encontro na razão, não fui capaz de resistir à paixão. E, como
sói acontecer, me estrepei de verde, amarelo e cor de anil! Que força primitiva
é essa, que nos torna seres tão idiotas, a ponto de não querermos enxergar
(vejam que não é questão de cegueira, mas sim de vontade!) o que, em circunstâncias
normais de temperatura e pressão, pareceria óbvio demais?!
Divagações sobre uma de minhas músicas preferidas, Blindsided,
do Justin Vernon/Bon Iver. Essa é uma daquelas que, por mais que eu ouça, não
me canso de gostar. Seu refrão: 'Cause blinded, I was blindsided… Pergunta: será
que, em algum canto escondido da minha razão, eu não “sabia”, desde o início,
que não iria dar certo? E, se eu sabia, de onde veio a “surpresa”? Como é duro
não enxergar, mesmo que houvesse um holofote gigante iluminando tudo de
certeza! For the agony, I'd rather know...
Enfim... esse vídeo ficou lindão!
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Das Profundezas
Idan Raichel... esse é mais um dos meus queridos judeus, que merece um post à parte. O mais suave, por vezes, até frágil... o mais doce, cujas letras transbordam amor, seja entre dois seres humanos, ou o amor às coisas da natureza... ai, ai, não canso de ouvir suas canções! (rs)
Essa música, sem dúvida uma das minhas favoritas (Mi’ma’amakim
– Das Profundezas), é de 2005, do seu segundo álbum, quando ele se consolidava
como astro maior da música hebraica. Foi inspirada no salmo 130 (“Das profundezas
a ti clamo, Senhor, escuta a minha voz; sejam os teus ouvidos atentos à voz das
minhas súplicas...”), mas com uma roupagem lírica que reflete as aflições do
homem que vive e respira e sente um amor verdadeiro por outro homem.
Papo reto (rs): quem não gostaria de ter alguém que cantasse
essa música à noite, sob sua janela, ein, ein, ein?! (rs)
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Marble Sounds
De todas as minhas bandas indie preferidas (muitos dizem que eu tenho um gosto esquisito... prefiro eclético... rs), Marble Sounds, banda belga formada em 2007, tem uma característica interessante: algumas de suas músicas “grudam” de tal forma que, basta ouvir uma vez e passo horas com elas em minha mente. Será que isso se deve à tonalidade quase sempre melancólica de suas letras?
Hoje, “revendo” a sua discografia, foi a vez dessa música
(The Little Lows) manifestar o seu caráter super bonder de ser. E nem era assim
uma das minhas favoritas! Deve ser o efeito dessa tarde fria e chuvosa aqui em
Sampa...
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