terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Aquele amor que não deu certo. Ou porque era cedo demais, ou porque não era amor



Quem nunca? Em geral, ocorre na adolescência. A menos quando o adolescente tem mais de 30 anos... acontece, às vezes. (rs) Em geral, não “consumados”. Platônicos? Acho que não, posto que (quase sempre) é possível. Talvez aristotélicos... (rs)

Eu tive um desses. Último ano do ginásio (sou dessa época), 13 anos. O nome dele: Luiz Carlos (também com “z”). Acontece nas melhores famílias! Mais baixo do que eu, mais magro, mais frágil (parecia). Padrões existem desde sempre, né! Coisas da genética. (rs) Ah, e era inteligente! Coisas da antroponímia.

Lembro exatamente o que ocorreu. Éramos de turmas diferentes. Último semestre, a nossa professora de português saiu de licença por gravidez. E fomos “juntados”, duas turmas numa única classe, para as aulas subsequentes, até o final do ano. A professora substituta, na primeira aula, passou uma redação para ser feita em classe. Ela queria testar o nosso nível de conhecimento. Não sei por que (ou sei?) ela foi uma das professoras mais odiadas do colégio. Era franca, direta e costumava comentar os erros e acertos de todos, abertamente. Falta de pedagogia? Pode ser, mas com ela eu realmente aprendi análise sintática!

Aula seguinte, e lá veio ela com as redações corrigidas. Antes de “nominar”, uma a uma, as falhas de cada aluno, ela começou a elogiar uma das redações. Raciocínio bem desenvolvido, sem erros gramaticais, de concordância, etc. A “turminha” dele (ele era desses, que andava com turminha), em uníssono: “ah, só pode ser o Luiz Carlos!” E ela: “é mesmo... como vocês sabem?” Ele, todo cheio de si (rs), levantando da cadeira, para buscar a redação corrigida, como quem recebe um Oscar... pega a folha nas mãos... “professora, essa não é a minha!” Adivinhem! (rsrsrs) Coisas da antroponímia! Vermelho feito um pimentão, fui lá receber o Oscar, que era meu. E, foi assim o nosso primeiro contato.

Interessante que, por essa época, eu já era bem “saidinho” (dá pra entender? rs), mas, com ele, não sei o que acontecia. A partir desse dia, passávamos os recreios juntos, falando, falando, falando. Tomávamos o mesmo ônibus (ele morava dois pontos à frente do que eu descia) e íamos juntos pra casa. Eu descia no ponto dele, só pra ter mais tempo pra conversar. Depois, como sói acontecer (rs), começamos a fazer as lições, ora na casa dele, ora na minha. E encosta aqui, se achega ali, confidências. Era uma coisa! Nunca passamos disso. Mas, a ligação ficava cada vez mais forte. E nos víamos todos os dias... era uma necessidade.

Muitos sábados, ficávamos horas conversando, na garagem da minha casa, ou no jardim da casa dele. Próximos, muito próximos, corpos colados. Eu me sentia no céu e, tenho certeza, ele também. O que acontecia? Depois... no final do ano, a mãe dele morreu. Dois meses, e eles (o pai e os outros 3 irmãos) se mudaram. Nunca mais o vi.

Lembrei-me disso ontem, bem tarde, enquanto “revisava” as minhas músicas do Ivri, o rei dos amores que foram, sem ter sido. (rs)


8 comentários:

  1. Olá Luiz Carlos. Muito legal o seu blog. E muito boa essa postagem. Quando li o trecho que diz: "Mas, a ligação ficava cada vez mais forte. E nos víamos todos os dias... era uma necessidade.", lembrei-me de um texto da Clarice Lispector, chamado Uma Amizade Sincera. Caso queira ler, aqui está o link: http://claricelispector.blogspot.com.br/2008/07/uma-amizade-sincera.html

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  2. Ah.....
    Os amores de pele e coração!
    Platonismo no sentido comum? Pode ser....
    No meu entendimento de Platão foi (É) um AMOR!!
    E lendo a sua lembrança, lembro das minhas lembranças!
    Isso, para mim, é um sinal de AMOR!
    bjs

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  3. Que bonitinho, fazendo post pessoal!!
    Já procurou o mancebo no Facebook? Ah, cê num pode... tá refugiado! :-)

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  4. E tem gente que comenta o post... no facebook! Impressionante! (rsrsrs)

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  5. ah! eu vivenciei algo do tipo mas já na Faculdade ... eu com meus 18/19 anos ...meio q lerdo não atinei para os sintomas ... tudo recíproco ... mas enfim ... ou não era para ser ou era cedo demais .. rs

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  6. Touché! Confesso que esse post me deixou pensativo o dia todo...
    Prefiro nem comentar da música! kkkk
    Enfim, tempo é uma coisa complicada... não se afobar, não perder o ponto... enfim, meditar eu irei!

    ehehe

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