(Rinaldo Hopf - 2002)
Amávamos. Ah, como nos amávamos! Singrando pelo espaço...
qualquer espaço. E éramos uma só canção a tocar na vitrola. E éramos a refeição
de todo dia. Saborosa e suculenta. Mesmo que fosse única. Mesmo que fosse pouca.
E em nós jorravam os sabores da noite. Das noites. Dos dias. Das danças pelos
sonhos e pelo espaço infinito.
E rodávamos e caíamos. Suavemente caíamos, até parar no
fundo de um grande abismo. Enorme! E lá ficávamos. Eu. Você. E víamos o céu.
Éramos o céu. Éramos as estrelas do céu. Todas as estrelas. As conhecidas e as
ainda não descobertas... as que inventávamos. Metade delas com seu nome. A
outra metade com o meu.
Surgíamos sempre através da folhagem cerrada dos manacás. Dos
ramos floridos dos manacás. E tínhamos perfume. De jasmim? De açafrão? De
bergamota? Éramos, exatamente, o perfume que doávamos um ao outro. De minhas mãos
tocando o seu corpo, aromas cítricos. Da sua boca me percorrendo, essências frutais.
De nossos músculos retesados, patchouli.
Em que momento, em que preciso momento o inverno chegou?
para mim um dos mais belos e expressivos posts q vc já fez querido ... #forte mas #lírico
ResponderExcluirCacetada... continua judiando do meu coraçãozinho! Lindo lindo.
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