E começou o outono, finalmente! Se bem que hoje está parecendo inverno. Bom pra tomar um café delicioso, de preferência com alguém de papo agradável. Pena que hoje só vou ficar no café. (rs)
Há um tempo me perguntaram qual era o meu cantor/banda
predileto. Complicado isso, especialmente para alguém, como eu, que é bem
eclético em matéria de música. Na ocasião, depois de uns segundos pensando, dei
uma resposta... e que, passados vários anos, continua a mesma. Se eu tivesse
que escolher apenas um, seria Nick Drake. Essa percepção é reforçada,
inclusive, na medida em que os “outros prediletos” têm o Nick como uma
influência fundamental.
O mais outonal, melancólico e profundo cantor e compositor inglês
é também um dos mais enigmáticos. Mas não por suas canções, todas de uma clara
pureza, por suas letras e melodias, mas por sua vida, tão abreviada. Ele
desistiu do mundo (ou o mundo desistiu dele!) aos 26 anos, em 25 de novembro de
1974, final do outono. E faz parte do enigma não existir gravação alguma dele “em
movimento”, seja no palco, seja no estúdio, seja caminhando pelas ruas de
Londres. Exceto por algumas fotos (cedidas pela família) e alguns trechos de
vídeos caseiros da sua infância, sua existência dá-se somente através de seus
discos, que compõe uma trilogia belíssima!
Em 1969 Nick lançou seu álbum de estreia sob o título de
“Five Leaves Left“, reunião de boa parte de suas melhores composições até então.
Pouco mais de um ano depois, chegava às lojas “Bryter Layter“, dez canções de
sua autoria tocadas com os rapazes do Fairport Convention e John Cale, do
Velvet Underground. “Pink Moon“, sua obra derradeira e definitiva, foi lançada
em 1972. É um estupendo exercício entre voz e violão e possui apenas 26
minutos, mas que é mais que suficiente para nos arrebatar como num sonho...
Ele viveu a sua juventude em duelo com a depressão, convivendo
sempre com algum tipo de droga (maconha, LSD, antidepressivos). Sobre sua vida
amorosa e sexualidade, dedicarei um post especial (aliás, ele merece um
marcador só dele por aqui!). Sua morte até hoje gera polêmica: não se sabe ao
certo se foi suicídio ou uma acidental superdosagem de remédios que encerrou a
trajetória do mais anônimo dos gênios da música popular.
Acho que se o outono tivesse um som, e não o fosse o do vento que passa por essas bandas, acho que seria essa música...
ResponderExcluirVamos ver se em breve a gente "junta" as xícaras de café e põe a prosa em dia... :)
Abração, Léo.
Oops... gato escondido com o rabo de fora... a pessoa vai comentar e assina com o comentário com o nome! AUHAUHAUHUA
ResponderExcluirCarinha de perdido....Sei!...
ResponderExcluirBeijo