domingo, 23 de março de 2014

É Outono... Nick Drake



E começou o outono, finalmente! Se bem que hoje está parecendo inverno. Bom pra tomar um café delicioso, de preferência com alguém de papo agradável. Pena que hoje só vou ficar no café. (rs)

Há um tempo me perguntaram qual era o meu cantor/banda predileto. Complicado isso, especialmente para alguém, como eu, que é bem eclético em matéria de música. Na ocasião, depois de uns segundos pensando, dei uma resposta... e que, passados vários anos, continua a mesma. Se eu tivesse que escolher apenas um, seria Nick Drake. Essa percepção é reforçada, inclusive, na medida em que os “outros prediletos” têm o Nick como uma influência fundamental.

O mais outonal, melancólico e profundo cantor e compositor inglês é também um dos mais enigmáticos. Mas não por suas canções, todas de uma clara pureza, por suas letras e melodias, mas por sua vida, tão abreviada. Ele desistiu do mundo (ou o mundo desistiu dele!) aos 26 anos, em 25 de novembro de 1974, final do outono. E faz parte do enigma não existir gravação alguma dele “em movimento”, seja no palco, seja no estúdio, seja caminhando pelas ruas de Londres. Exceto por algumas fotos (cedidas pela família) e alguns trechos de vídeos caseiros da sua infância, sua existência dá-se somente através de seus discos, que compõe uma trilogia belíssima!

Em 1969 Nick lançou seu álbum de estreia sob o título de “Five Leaves Left“, reunião de boa parte de suas melhores composições até então. Pouco mais de um ano depois, chegava às lojas “Bryter Layter“, dez canções de sua autoria tocadas com os rapazes do Fairport Convention e John Cale, do Velvet Underground. “Pink Moon“, sua obra derradeira e definitiva, foi lançada em 1972. É um estupendo exercício entre voz e violão e possui apenas 26 minutos, mas que é mais que suficiente para nos arrebatar como num sonho...

Ele viveu a sua juventude em duelo com a depressão, convivendo sempre com algum tipo de droga (maconha, LSD, antidepressivos). Sobre sua vida amorosa e sexualidade, dedicarei um post especial (aliás, ele merece um marcador só dele por aqui!). Sua morte até hoje gera polêmica: não se sabe ao certo se foi suicídio ou uma acidental superdosagem de remédios que encerrou a trajetória do mais anônimo dos gênios da música popular.


3 comentários:

  1. Acho que se o outono tivesse um som, e não o fosse o do vento que passa por essas bandas, acho que seria essa música...

    Vamos ver se em breve a gente "junta" as xícaras de café e põe a prosa em dia... :)

    Abração, Léo.

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  2. Oops... gato escondido com o rabo de fora... a pessoa vai comentar e assina com o comentário com o nome! AUHAUHAUHUA

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  3. Carinha de perdido....Sei!...

    Beijo

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