Acabei de ler “A Vida Que Podemos Salvar”, do filósofo Peter Singer, um estudioso da ética. Não aquela ética teórica, tão ao gosto dos acadêmicos, mas a que ele chama de “ética eficaz”. Sua linguagem é simples e direta, como convém nesse tipo de assunto. Por exemplo, ele questiona o leitor: imagine que você visse uma criança se afogando num lago. Você deveria salvá-la, mesmo correndo o risco de estragar seus melhores sapatos, que estivesse usando naquele momento? A resposta parece óbvia. Mas, ainda estamos, por esse exemplo, na dimensão teórica da imaginação. Que tal um exemplo mais “visual”?
Veja o singelo vídeo abaixo. Reflete imagens captadas por
uma câmera de segurança, acontecidas “realmente” na China, há dois anos. É bem
curto... e direto!
Chocante, né?! Uma menina de 2 anos é atropelada e agoniza
em plena rua. Várias pessoas passam por ali, indiferentes. Mais um caminhão...
alguém, finalmente, tira o corpo do meio da rua. Nem o darwinismo social
conseguiria explicar, penso eu!
Um dado: segundo estatísticas da Organização Mundial de
Saúde e do Unicef, em torno de 7 milhões de crianças morrem por ano no planeta,
por doenças facilmente curáveis, por fome e por guerras. São mais ou menos
19.000 crianças por dia! Fora a quantidade (que os darwinistas argumentariam “fazer
parte” da luta pela existência e sobrevivência dos mais aptos... ) qual a
diferença entre o que nós sentimos (eu incluído aí!) ao “saber” essa informação
e ao “assistir” o vídeo acima?
Não vou discutir as ideias do livro aqui. Isso daria um post
enorme e redundante. São muitos argumentos, exemplos e estudos que demonstram
que a nossa resposta face à pobreza mundial é insuficiente e por isso é moralmente
incorreta! Mas, ele ainda é otimista. Ele acredita que está ao nosso alcance,
enquanto indivíduos simplesmente éticos, acabar com a pobreza e com o
sofrimento. Basta que não deleguemos essa ação a ninguém, aí incluídos governos,
igrejas, associações, etc. Dá o que pensar...
Ao não sei... ao meu ver, a grande questão é que discutimos ética como se fosse algo tão distante de nós, algo como se em algum momento da vida fosse aparecer um grande "diabão" em nossa frente e nos fazer escolher entre bem e o mal.
ResponderExcluirO que esquecemos, ou fazermos questão de esquecer é que ética está presente em cada minuto de nossa existência, todo segundo é uma decisão ética no fundo... o video acima nos choca por nos obrigar a ver o que fazemos questão de esconder ou dar uma boa desculpa para ignorar...
Tenho uma tendência a concordar com ele... e a achar que um dia, quem sabe um dia, possamos realmente encarar as coisas como elas devem ser encaradas.
Abração!
Então, pra ele “esse dia” pode ser qualquer dia! Simplesmente porque não precisamos esperar. É só fazer.
ExcluirLembrei-me de Teresa de Lisieux...( ando em um momento religioso...rs).... "Através dos pequenos gestos chegamos à santidade".
ResponderExcluirA ética só tem serventia se sua função for pessoal e não do outro.
bjs
nem sei mais o q penso da ética ...
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