O enredo se desenvolve no ano de 1983 na Itália, quando Oliver, um aluno de doutorado com 24 anos (pensando aqui: o Armie Hammer, com 31, só como licença poética, nzé) recém-chegado dos Estados Unidos, conhece Elio, de 17 anos. Oliver passará o verão daquele ano com Elio e sua família, numa belíssima propriedade rural, típica do norte da Itália. E o que era para ser apenas mais um aluno estrangeiro estagiando para o pai de Elio, transforma-se em uma enorme história de paixão. E que, a meu ver (era o que eu “esperava”... não li o livro ainda), antes de ser mais um “romance” gay, é uma bela coleção de metáforas das mais interessantes; a maior delas expressa no próprio título. Já experimentei (nos meus áureos tempos) esse jogo de “troca de identidades” com... rs... foi uma delícia!
Não vou me alongar no tanto de questões que são abordadas,
até pra não correr o risco de ser spoiler (rs). Destaco uma. A presença de Oliver
perturba Elio de uma forma até então desconhecida para ele. Elio, tendo vontade
de tocá-lo, beijá-lo, pensa que há grande chance de que esse desejo não seja
correspondido. Elio também não tem coragem para abordá-lo, pois se aproximar de
Oliver requer que Elio compreenda exatamente o que está sentindo. E, na falta
da “realidade” (isso toma quase toda a primeira parte do filme) resta a
imaginação. Que, como veremos na segunda parte (rs), é até mais pobrinha que a
tal vida real...
O filme é baseado no livro (ainda não disponível em
português, infelizmente) do autor norte-americano André Aciman, publicado em 2007,
mas que só ganhou atenção mundial devido a essa adaptação para o cinema. Li
algumas críticas, resenhas e trechos: parece ser ainda melhor do que o filme!
"Eu queria ouvir
a sua janela abrindo, ouvir o som dos seus sapatos na varanda e, em seguida, o
som da minha própria janela, que nunca foi trancada, sendo aberta enquanto ele
entra no meu quarto depois de todos já terem ido dormir, se aconchega debaixo
do meu lençol, tira a minha roupa sem fazer perguntas, e, após me fazer
querê-lo mais do que eu achava possível querer qualquer outra pessoa, suavemente
se apossa do meu corpo, depois de ouvir da minha boca as palavras que eu ando
ensaiando há dias: por favor, não me machuque... o que significaria, me machuque
o quanto você quiser."
Eita! rs
Cena final (com música do Sufjan Stevens!): ao que consta,
foi rodada em um só take. Maravilhosa!