Queiramos ou não, existem padrões. Faz parte das categorias
do entendimento humano (aprioristicamente, como diria Kant, rs) pensar,
trabalhar, conviver com a noção de padrão em todas as nossas atividades. E, sem
confundir com o conceito de “normal” (longa discussão... melhor deixar pra outra
oportunidade), ou até do de “maioria”, que só possui validade para a
estatística. Para não polemizar muito, podemos associar padrão a “esperado”.
Assim, por exemplo, espera-se que, ao embarcarmos em um avião com destino a
Paris, cheguemos a Paris. Ou, quando estamos com fome, se comermos alguma
coisa, esperamos que a fome passe. Existem infinitos exemplos, enfim.
O que é esperado do comportamento sexual de um indivíduo? Pode
parecer reducionista demais, mas em essência é isso! Então, o que se passa em
nossas adolescentes cabeças quando percebemos que o “nosso” esperado é outro?
Falando por mim – e isso me aconteceu muito cedo – eu tive um misto de
sentimentos... medo, desorientação (por que eu era diferente?), não aceitação...
e aqui mora o grande perigo! Assim, acredito que a grande escolha - dado que é
evidente não ter sido nossa sexualidade uma “nossa escolha” – passa a ser: exteriorizar
ou esconder.
Penso que (e é apenas pensamento e não tese acadêmica, rs) o
maior de todos os inimigos de nós homossexuais é nossa própria homofobia. Introjetamos
de tal forma os padrões sociais em relação à homossexualidade que, mesmo
inconscientemente, tendemos a negar, em princípio, nossa própria sexualidade. Como
se isso fosse possível!
Essas ideias soltas me vieram ao assistir, semana passada,
este singelo curta. Nada de muito extraordinário, ou artístico. Em compensação,
a cena final... um soco no estômago! Até para não sair do contexto do filme: é
um peso bem pesado... Vale a pena ver.
Curta é fantástico! Nossa... concordo contigo, me angustia muito quando vejo pessoas que são tão bonitas (na mais ampla definição) machucadas e por vezes destroçadas por conta disso...
ResponderExcluirHaja "meditações"...
Abração.