sábado, 22 de agosto de 2015

Noah Gundersen



Para quem conhece o meu gosto musical sabe que eu tenho uma, digamos, predileção por cantores/compositores que, apesar de jovens, apresentam uma densidade em suas composições nada usual, ou compatível com sua idade cronológica. Muito provavelmente isso se deve à minha própria história; um sujeito que, aos 17 anos, já cursava filosofia e tinha uma cabeça pra lá de “encucada” (rs). De fato, nunca fui um jovem que viveu sem grandes preocupações, apenas curtindo a vida. E nem sei se isso é algo bom. Pode ser que não. Por vezes penso que, no fundo, não tive a leveza característica dessa fase da vida. Enfim, não posso lamentar... fui assim, sou assim e ponto.

Isso me veio à mente ao ouvir hoje o segundo álbum (Carry The Ghost) de um cantor e compositor indie/folk de Seattle: Noah Gundersen. O cara, com 25 aninhos, que, com seu primeiro álbum (Ledges, de 2014) já anunciava a que veio, um ano depois apresenta um amadurecimento como artista e homem simplesmente fantástico! Para quem, como eu, já achava impressionante todas as canções de Ledges, chega a ser surpreendente ver essa beleza de cantor, como que olhando pra dentro de si mesmo, articular suas novas letras, puramente existenciais, envolvidas em melodias que cativam logo aos primeiros acordes.

Em uma entrevista Noah assim define seu atual trabalho: “Este álbum nasceu de um desejo de me conhecer melhor, até para saber como eu deveria viver. E, nesse processo, percebi que não existe esse tal 'deveria ser’. O conceito que eu quis imprimir em Carry The Ghost é que somos feitos por nossas experiências e que devemos aceitá-las, ao invés de tentar combatê-las. Os últimos anos têm sido um processo de aceitar as coisas como elas são e para não enxergar a vida tão preto e branco, ou certo e errado; para aceitar que não somos feitos para ser de uma determinada maneira, mas que estamos envolvidos em uma processo, mutável a cada momento.”

Vinte e cinco aninhos?! A não ser que meus amiguinhos da Seara tenham razão e, quando “desembarcamos” por aqui, já trazemos uma grande bagagem de outras vidas! (rs)

Dois vídeos (esse merece): uma de suas primeiras músicas, Cigarettes, e seu primeiro sucesso, Ledges.  Além de tudo, vídeos com uma edição primorosa!





3 comentários:

  1. E qta densidade nestas interpretações. Maravilhosas. Vc se superou em suas dicas ...

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  2. E dai a pessoa está lá estudando madruga a dentro... acha um post desse... e depois dorme como "com um barulho desses"?!

    Muito lindo! :)

    Abração.

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  3. Realmente muito bom. Tá favoritado, o menino.

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