E não é que já existe o gênero musical pop/gay! Tá, eu já
havia visto muitos cantores assumidos, coisa e tal... mas, que cantem/componham
apenas músicas de temática homo foi um pouco novidade pra mim. E, além disso,
tendo sucesso! Acho que a era de aquário pegou no breu! (rs)
Um bom exemplo é esse lindinho, Tom Goss, cantor e compositor
pop/romântico (além de ator!) lá das Gringas. Assim, depois de desistir do
seminário católico (muito provável que, no dia em que ele resolveu que o
sacerdócio não era bem sua praia, deve ter causado uma comoção entre os outros
jovens noviços, né! rs), já começou sua carreira cantando em bares e cafeterias
de Washington, DC. E não parou mais: já são 6 álbuns e 2 EP’s, além de ter se
casado oficialmente com Michael Briggs, o ursão da foto acima.
Pra dar uma ideia da vibe do mocinho, vai esse vídeo...
encantador, né!
Para quem conhece o meu gosto musical sabe que eu tenho uma,
digamos, predileção por cantores/compositores que, apesar de jovens, apresentam
uma densidade em suas composições nada usual, ou compatível com sua idade
cronológica. Muito provavelmente isso se deve à minha própria história; um
sujeito que, aos 17 anos, já cursava filosofia e tinha uma cabeça pra lá de “encucada”
(rs). De fato, nunca fui um jovem que viveu sem grandes preocupações, apenas
curtindo a vida. E nem sei se isso é algo bom. Pode ser que não. Por vezes
penso que, no fundo, não tive a leveza característica dessa fase da vida.
Enfim, não posso lamentar... fui assim, sou assim e ponto.
Isso me veio à mente ao ouvir hoje o segundo álbum (Carry
The Ghost) de um cantor e compositor indie/folk de Seattle: Noah Gundersen. O
cara, com 25 aninhos, que, com seu primeiro álbum (Ledges, de 2014) já
anunciava a que veio, um ano depois apresenta um amadurecimento como artista e homem
simplesmente fantástico! Para quem, como eu, já achava impressionante todas as
canções de Ledges, chega a ser surpreendente ver essa beleza de cantor, como
que olhando pra dentro de si mesmo, articular suas novas letras, puramente
existenciais, envolvidas em melodias que cativam logo aos primeiros acordes.
Em uma entrevista Noah assim define seu atual trabalho: “Este
álbum nasceu de um desejo de me conhecer melhor, até para saber como eu deveria
viver. E, nesse processo, percebi que não existe esse tal 'deveria ser’. O
conceito que eu quis imprimir em Carry The Ghost é que somos feitos por nossas
experiências e que devemos aceitá-las, ao invés de tentar combatê-las. Os
últimos anos têm sido um processo de aceitar as coisas como elas são e para não
enxergar a vida tão preto e branco, ou certo e errado; para aceitar que não somos
feitos para ser de uma determinada maneira, mas que estamos envolvidos em uma
processo, mutável a cada momento.”
Vinte e cinco aninhos?! A não ser que meus amiguinhos da
Seara tenham razão e, quando “desembarcamos” por aqui, já trazemos uma grande
bagagem de outras vidas! (rs)
Dois vídeos (esse merece): uma de suas primeiras músicas,
Cigarettes, e seu primeiro sucesso, Ledges. Além de tudo, vídeos com uma edição primorosa!
Acaba de sair o segundo álbum (IvyWild) da banda Night Beds,
o projeto musical indie/pop/folk do jovem (26 aninhos) Winston Yellen. Depois
do belíssimo álbum de estreia (Country Sleep), lançado em 2013, nesse novo
trabalho Yellen consegue aprimorar a beleza pungente de suas canções. O fio que
conduz todas as músicas continua sendo sua voz, que transpira pelas letras os
sentimentos da dor e da alegria, com a maturidade que parece não condizer com a
sua juventude. Mas, diferente dos muitos grandes cantores e autores que resolveram
trilhar por esses difíceis caminhos, Yellen parece ter o domínio daquilo que
sente. Espero que eu esteja certo!
É uma banda, formada em 2008, e que faz um indie/pop com
toques jazzísticos. Suas letras transitam entre a crítica política, o humor,
quase sempre sarcástico, diante das desigualdades sociais e os sentimentos
humanos, especialmente a solidão, o vazio, a desesperança. Atualmente é a banda
de maior sucesso em seu país, bem como ícone da música que representa.
Perguntinha (rs): de onde é essa banda? Alemanha? Suécia? Dinamarca? Ledo
engano! Esses rapazes são do Líbano! Quem diria!
Saídos do cenário musical underground de Beirute, o Mashrou'
Leila (Programa Noturno) é a primeira banda do Oriente Médio a ser capa da
revista Rolling Stone e também a primeira a empreender uma excursão de grande
porte por toda a Europa. Falta mais alguma coisa? Pois, falta! (rs) Hamed Sinno,
vocalista, letrista e líder da banda é gay assumido! Alguns dos grandes
sucessos do Mashrou' Leila falam sobre o amor homossexual. Quem diria! Acho que,
quando eu for visitar a terrinha santa, vou dar uma esticada até Beirute.
Uma amostra do som dos moçoilos. E não é que árabe também é
passional!